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Governo Trump proíbe entrada de Moraes e ministros do STF nos EUA

Medida do foi anunciada pelo secretário Marco Rubio em resposta ao que chamou de “caça às bruxas política” no Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes (STF) - Pedro Ladeira

O governo do ex-presidente Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (18) a proibição de entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de “seus aliados” na Corte, como forma de retaliação ao avanço dos processos contra Jair Bolsonaro (PL).

A medida foi comunicada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por meio das redes sociais. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na Corte, assim como para familiares diretos imediatamente”, afirmou o secretário. Segundo ele, o STF estaria conduzindo uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente brasileiro, violando direitos fundamentais de brasileiros e até de americanos.

A decisão ocorre após uma série de articulações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vinha realizando reuniões e pressionando autoridades americanas contra os ministros do STF. O nome de Alexandre de Moraes foi apontado como principal responsável por medidas de censura e perseguição política no Brasil.

Rubio ainda citou que Trump havia se comprometido a agir contra estrangeiros envolvidos com censura e perseguição de opositores, classificando a atuação do STF como incompatível com os valores democráticos.

Embora o anúncio não tenha incluído sanções econômicas diretas, nem confirmado o congelamento de bens de Moraes nos EUA — como vinha sendo especulado —, a decisão de revogação de vistos tem impacto político e diplomático direto nas relações entre os países.

Desde a presidência de Bolsonaro, Alexandre de Moraes tornou-se figura central no combate ao bolsonarismo, sendo relator dos principais inquéritos que atingem o ex-presidente, aliados e militantes. Em 2022, presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a eleição vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A família Bolsonaro já condiciona o fim do “tarifaço” imposto por Trump ao Brasil a uma anistia ampla no Congresso Nacional que garanta a absolvição de envolvidos no 8 de Janeiro e na trama golpista de 2022.

Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030, é acusado de liderar uma organização criminosa que buscava impedir a posse de Lula. Se condenado pelos crimes que vão de golpe de Estado à abolição violenta do Estado Democrático de Direito, ele pode enfrentar uma pena superior a 40 anos de prisão.

Redação Saiba+

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