Política

Defesa de Bolsonaro fala em “massacre” e pede julgamento imparcial no STF

Advogados afirmam que não há provas contra o ex-presidente, pedem a nulidade da delação de Mauro Cid e classificam o processo como “absurdo”

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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, acusado de participação na trama golpista Foto: Wilton Júnior

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, na noite desta quarta-feira (13), suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo em que é acusado de articular um plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

No documento, os advogados classificam a acusação como “absurda” e afirmam que não existem provas que liguem Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro ou ao chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades. A defesa pede a absolvição do ex-presidente e solicita que o julgamento seja “imparcial”.

Segundo os defensores, Bolsonaro estaria sofrendo um “massacre” da imprensa, sendo tratado como culpado antes mesmo de apresentar sua versão. “Os réus são tratados como golpistas muito antes de a defesa ser apresentada. A maioria da imprensa não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta”, diz um trecho.

A peça jurídica também aponta suposto cerceamento de defesa, alegando que não houve tempo suficiente para analisar as provas. Além disso, requer a nulidade da delação de Mauro Cid, que, segundo a defesa, teria sido obtida sob pressão.

Outro ponto destacado é a contradição que, segundo os advogados, existe na narrativa de que havia ao mesmo tempo uma minuta de decreto para prender o ministro Alexandre de Moraes e um plano para assassiná-lo.

O processo envolve outros seis réus do chamado “núcleo crucial” que também apresentaram suas alegações finais pedindo absolvição. Bolsonaro é acusado de cinco crimes — organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — que somados podem chegar a 43 anos de prisão em caso de condenação máxima.

Agora, o ministro Alexandre de Moraes deverá elaborar o relatório do caso e encaminhar para julgamento na Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin.

Redação Saiba+

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