Brasil
Brasil: saída de milionários cresce 50% em um ano
Estudo mostra que 1,2 mil brasileiros com patrimônio acima de US$ 1 milhão devem deixar o país em 2025, levando até R$ 46 bilhões para o exterior

O Brasil enfrenta um êxodo crescente de milionários, movimento que ameaça não apenas a economia, mas também o ambiente de inovação e investimento do país. Segundo levantamento da Henley & Partners, consultoria especializada em mobilidade internacional, cerca de 1,2 mil brasileiros com patrimônio superior a US$ 1 milhão planejam deixar o país em 2025. O número representa um aumento de 50% em relação a 2024.
Se confirmada, a saída representará a retirada de US$ 8,4 bilhões (R$ 46 bilhões) da economia brasileira, considerando a cotação de R$ 5,48 por dólar em 21 de agosto. Outro estudo, do Instituto Millenium, aponta que o Brasil perdeu 18% de seus milionários na última década, tendência que já vinha chamando a atenção de economistas.
Fuga de cérebros e impacto econômico
Para Leonardo Chagas, especialista em gestão de patrimônio e colaborador do Millenium, a perda vai além do dinheiro. “Vão embora empresários, executivos e investidores experientes, que poderiam criar negócios e gerar inovação. Essa ‘fuga de cérebros’ enfraquece startups e a capacidade do Brasil de competir globalmente”, afirma.
Segundo ele, a saída da elite também envia uma mensagem negativa para o investidor estrangeiro. “Se os próprios brasileiros desistem do país, por que alguém de fora deveria investir aqui?”, questiona.
Violência e insegurança no topo das razões
A falta de segurança pública aparece como principal motivo para o movimento migratório. Mesmo com altos gastos em carros blindados e condomínios de luxo, famílias de alta renda ainda vivem sob constante preocupação. “A segurança dos filhos costuma ser o gatilho final para a decisão de partir”, explica Chagas.
Outros fatores listados pela Henley & Partners incluem carga tributária elevada, instabilidade econômica, incertezas políticas, qualidade dos serviços públicos e busca por melhor educação para os filhos.
Contrato social rompido
O especialista acrescenta que, no Brasil, há uma percepção de quebra no “contrato social”. “Pagam-se impostos altos, mas em troca não há serviços públicos de qualidade. Resultado: famílias arcam em dobro com saúde, educação e segurança”, diz Chagas.
Esse cenário gera o que ele chama de ‘cansaço profundo’, reforçado pelas mudanças constantes nas regras fiscais e pela volatilidade da moeda. “A decisão final é uma busca por paz, estabilidade e previsibilidade em países como Estados Unidos e Portugal”, complementa.
Destinos preferidos dos milionários
Apesar das restrições crescentes em países tradicionais, como Estados Unidos, Portugal e Itália, novas rotas têm atraído brasileiros. Os Emirados Árabes Unidos lideram o ranking global da Henley & Partners, devendo receber 9,8 mil milionários apenas em 2025.
Entre os atrativos, estão o imposto de renda zero, infraestrutura moderna, estabilidade política e um ambiente regulatório favorável. Outros destinos procurados são Suíça, Arábia Saudita, Singapura, Grécia, Canadá e Austrália.
Consequências para o Brasil
A saída da elite financeira impacta diretamente setores estratégicos da economia. Com menos milionários, caem os investimentos em empresas, o mercado imobiliário, o consumo de luxo e até a arrecadação tributária.
“O governo perde contribuintes relevantes, e os recursos que antes eram reinvestidos aqui passam a movimentar economias estrangeiras. É um rombo fiscal e social que pode limitar ainda mais a capacidade do Estado de investir em melhorias”, alerta Chagas.
Brasil
Mercado ilegal domina mais de 50% das apostas online no Brasil
Estima-se que as casas de apostas não autorizadas movimentem até R$ 18 bilhões por ano, elevando riscos à arrecadação e à proteção do consumidor

No cenário das apostas online no Brasil, cresce a preocupação com o volume expressivo de operações realizadas por plataformas não regulamentadas. Estimativas recentes apontam que mais de metade do mercado de apostas esportivas ainda está em ambiente clandestino, o que implica em múltiplas consequências para a economia, a segurança e a equidade da atividade.
Entre os principais pontos de atenção, destaca-se que essas casas de apostas ilegais, por estarem fora do âmbito de fiscalização, não prestam contas ao Fisco nem seguem obrigações de transparência e proteção ao apostador. Tal realidade gera evasão fiscal bilionária, concorrência desleal para operadores regulares e aumenta a vulnerabilidade de usuários que podem ser vítimas de fraudes ou práticas predatórias.
Especialistas do setor apontam que o universo de apostas sob regulação formal, embora já regulado, está limitado em termos de abrangência e alcance, criando um enorme “mercado paralelo”. Esse desequilíbrio expõe dois desafios centrais: primeiro, a necessidade de intensificar a fiscalização e bloquear domínios que atuam irregularmente; segundo, ampliar a educação do consumidor para que identifique quais plataformas estão autorizadas, reduzindo o uso de sites com operações de risco.
Para o governo, a situação apresenta um custo elevado. A falta de tributação correta sobre os valores movimentados pelas casas ilegais compromete não apenas a arrecadação imediata, mas também a credibilidade do setor formalizado. No curto prazo, a ampliação de plataformas regulares, com garantias de transparência, poderia fortalecer o ambiente de apostas no Brasil, promovendo maior segurança jurídica, melhores práticas de mercado e proteção aos usuários.
Em suma, o Brasil enfrenta um ponto de inflexão: transformar o mercado de apostas em um sistema mais transparente e regulado, reduzindo o peso das operações ilegais, promover o cumprimento de obrigações tributárias e garantir que os apostadores tenham acesso a plataformas confiáveis — sob pena de manter o risco elevado de fraudes, perdas e impactos ao erário público.
Brasil
Rio vive “cenário de guerra” em megaoperação contra facção criminosa
Forças de segurança deflagram ação massiva contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e confrontos deixam mortos e apreensões em 15 favelas

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte clima de tensão após uma megaoperação policial deflagrada em diversas comunidades da capital e da região metropolitana. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), mobilizou centenas de agentes das forças de segurança e resultou em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.
Descrita por autoridades e moradores como um verdadeiro “cenário de guerra”, a operação aconteceu simultaneamente em 15 favelas, incluindo áreas da Zona Norte e da Zona Oeste, onde o confronto foi mais intenso. Houve registro de tiroteios prolongados, barricadas incendiadas e ataques com armamento pesado, o que obrigou o fechamento de escolas e o bloqueio de vias de acesso.
De acordo com as forças de segurança, o objetivo da ofensiva é desarticular núcleos de liderança e logística da facção criminosa, responsável por expandir o controle territorial em várias comunidades. Apesar do impacto operacional, o episódio reacende o debate sobre a escalada da violência urbana e os limites da política de enfrentamento armado adotada no estado.
Para especialistas, a dimensão da operação reflete o avanço das facções no Rio e a necessidade de ações de inteligência e articulação entre os órgãos públicos. No entanto, há também preocupação com os efeitos colaterais sobre a população civil, que permanece em meio ao fogo cruzado.
O governo estadual defende que as ações são indispensáveis para restaurar a ordem e recuperar áreas dominadas pelo crime organizado, mas reconhece que o desafio maior será garantir segurança duradoura e presença social efetiva nas comunidades afetadas.
O episódio reforça a percepção de que o Rio de Janeiro enfrenta um dos períodos mais críticos de sua segurança pública, em que operações de grande porte se tornam rotina e colocam à prova a capacidade do Estado de conter o poder das facções criminosas.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
Brasil7 dias atrásAbsolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Política6 dias atrásReajuste do IPTU em São Paulo aponta onde imposto pode subir até 30%
Bahia6 dias atrásBahia reforça protagonismo no saneamento durante a FENASAN 2025
Política6 dias atrásEstudantes da rede estadual da Bahia participam da 22ª Semana Nacional de Ciência & Tecnologia
Política7 dias atrásGoverno avalia afastar regra do arcabouço para ampliar gastos em ano eleitoral
Polícia1 dia atrás“20 Dias de Mistério”: BDM entra na mira da polícia por sequestro na Ilha de Itaparica
Política4 dias atrásLula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump
Política2 dias atrásTrump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”














