Política
STF inicia julgamento histórico contra Bolsonaro e aliados
Primeira Turma da Corte analisa ação penal sobre suposta trama golpista para anular eleições de 2022
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na manhã desta terça-feira (2/9), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados, acusados de participar de uma suposta trama golpista para anular o resultado das eleições de 2022 e manter o ex-chefe do Planalto no poder.
A sessão começou às 9h10, conduzida pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF. O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, abriu sua exposição reforçando a importância do respeito à Constituição e ao devido processo legal. “A impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”, declarou Moraes.
O processo, registrado como Ação Penal nº 2.668, envolve nomes de peso da política e das Forças Armadas, entre eles Walter Braga Netto, Mauro Cid, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Alexandre Ramagem e Almir Garnier Santos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e violação de patrimônio tombado.
Segurança reforçada em Brasília
Para garantir a ordem, a Praça dos Três Poderes amanheceu cercada por grades, e agentes da polícia judicial realizaram varreduras com cães no prédio do STF. Apenas o réu Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, acompanhou presencialmente a sessão, enquanto os demais participam de forma remota.
Etapas do julgamento
A primeira fase do julgamento está dedicada à leitura do relatório e às sustentações orais. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para apresentar a acusação, seguida pelas defesas, que terão uma hora cada.
A expectativa é que o voto do relator, Alexandre de Moraes, seja apresentado apenas na próxima semana, quando os ministros darão início à fase decisiva do julgamento.
O que está em jogo
Segundo a denúncia, Bolsonaro teria liderado o núcleo central da trama, coordenando reuniões e orientações estratégicas para tentar reverter o resultado das urnas. A acusação se apoia em documentos, depoimentos e na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Se condenados, os réus podem enfrentar penas severas que incluem perda de direitos políticos e prisão.
