Brasil
Arrecadação de tributos no Brasil atinge R$ 3 trilhões antes do previsto
Marca foi alcançada 25 dias antes do ano anterior, revelando alta de 9,37% na arrecadação — MP que garante R$ 17 bilhões à União entra em reta final no Congresso
O painel do Impostômetro registrará nesta terça-feira (7) a impressionante marca de R$ 3 trilhões em tributos pagos pelos brasileiros ao longo de 2025. O valor, que inclui impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais, foi atingido 25 dias antes em comparação com 2024, quando o montante só havia sido alcançado em 1º de novembro. O dado representa um crescimento de 9,37% no ritmo de arrecadação em um ano.
No mesmo momento em que a arrecadação acelera, o governo federal encara uma votação decisiva no Congresso: a Medida Provisória que garante R$ 17 bilhões à União precisa ser aprovada até esta quarta-feira (8) para não perder a validade. A MP altera regras de tributação sobre investimentos, fintechs e compensações tributárias — uma alternativa ao aumento das alíquotas do IOF — e é essencial para fechar as contas públicas de 2026, ano eleitoral.
O texto aprovado pelo relator Carlos Zarattini (PT-SP) manteve isenções para LCIs e LCAs, unificou em 18% a alíquota do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras e JCP, além de retirar o aumento proposto sobre casas de apostas esportivas. As alterações reduziram em cerca de R$ 3 bilhões a projeção de arrecadação, mas mantêm, segundo Zarattini, o equilíbrio fiscal e a justiça tributária.
“Estamos tirando dinheiro de quem tem muito, de quem paga pouco imposto. O objetivo é garantir superávit no ano que vem e permitir a queda dos juros, sem ampliar gastos”, destacou o relator.
Nos bastidores, o governo busca consolidar votos entre partidos do centrão e da centro-esquerda, enquanto enfrenta resistência da bancada do agronegócio. Caso a MP não seja aprovada, as medidas perdem validade, afetando diretamente o Orçamento de 2026 e o superávit fiscal de 0,25% do PIB prometido pelo ministro da Fazenda.
