Política

Alcolumbre e Motta se calam após tarifa de Trump contra o Brasil

Principais líderes do Congresso Nacional evitam comentar ofensiva de Trump que cita Bolsonaro e impõe sobretaxa de 50% ao Brasil

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Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, na abertura do ano judiciário de 2025. - Gabriela Biló

Os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, não se manifestaram publicamente após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. A medida, justificada por Trump como uma resposta à perseguição contra Jair Bolsonaro, repercutiu intensamente no meio político e diplomático.

O anúncio da tarifa foi feito por Trump na tarde de quarta-feira (9), por meio de uma carta direcionada ao governo brasileiro, em que ele acusa o Brasil de “ataques insidiosos às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão”. A ofensiva incluiu a menção direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi declarado inelegível em 2023.

Apesar da movimentação em diversos setores — com reações imediatas de parlamentares, ministros do governo Lula (PT), representantes do Judiciário e de entidades econômicas — as principais lideranças do Congresso optaram pelo silêncio.

Hugo Motta, que presidiu a sessão da Câmara nesta quarta-feira, não mencionou o assunto durante os trabalhos legislativos, tampouco respondeu às perguntas da imprensa após a sessão. Já Davi Alcolumbre, mesmo presente em Brasília, não participou da sessão do Senado e também evitou qualquer posicionamento sobre o tema, mesmo após ser procurado.

Enquanto isso, o presidente Lula e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, conversaram por telefone na noite de quarta-feira para tratar da reação institucional diante do gesto de Trump, que foi seguido de uma nota da Embaixada dos EUA reforçando a acusação de perseguição política contra Bolsonaro — classificada por diplomatas como “vergonhosa e desrespeitosa às tradições democráticas brasileiras”.

A tarifa de 50% é a mais alta entre as 21 anunciadas por Trump nesta semana, e entrou no contexto da retaliação econômica e ideológica aos países que, segundo o republicano, adotam políticas “antiamericanas”. A carta de Trump foi devolvida oficialmente pelo Itamaraty, por conter inverdades sobre a atuação das instituições brasileiras.

Redação Saiba+

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