Política
Lula assina criação de novo consignado; pedidos começam dia 21 de março

Trabalhadores com carteira assinada terão acesso ao crédito com desconto em folha sem a necessidade de convênio entre empresa e bancos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina nesta quarta-feira (12) a medida provisória (MP) que cria o novo empréstimo consignado privado.
Batizado de “Crédito do Trabalhador”, o modelo dará acesso aos trabalhadores formais ao empréstimo com desconto em folha sem a necessidade de convênio entre empresa e banco. A liberação do novo modelo começa no dia 21 de março e os pedidos serão feitos por meio da Carteira de Trabalho Digital.

O presidente Lula e o ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego
Os trabalhadores que já têm empréstimos com desconto em folha podem pedir portabilidade do contrato existente para o novo modelo a partir de 25 de abril deste ano. Os bancos farão a migração a partir de 6 de junho.
O novo crédito terá limite de margem consignável de 35% do salário do trabalhador, limite já usado em outras modalidades. A expectativa do governo é de que 80 instituições financeiras peçam habilitação para oferecer o crédito.
Essa adesão será aberta com a publicação da medida provisória.
A criação do novo modelo de crédito consignado é tida como uma das principais agendas econômicas do governo federal em 2025, junto da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, proposta que deve ser encaminhada ao Congresso nos próximos dias.
O governo tem lançado medidas voltadas às classes mais baixas em um cenário de tentativa de reversão da perda de popularidade do presidente.
Na semana passada, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros anunciaram alíquotas zero para produtos como milho, azeite e café, em uma movimentação para conter os preços de alimentos, um dos principais pontos de críticas neste momento da gestão.
O novo consignado poderá ser acessado por todos os trabalhadores com carteira assinada, incluindo, assim, empregados rurais, domésticos e microemprendedores individuais.
Os pedidos de empréstimo com desconto em folha serão feitos nos aplicativos e sites dos bancos, que passam agora a ter acesso aos dados do eSocial, o sistema de escrituração do governo federal, onde constam os dados laborais e previdenciários dos trabalhadores, como contratos, remuneração e férias.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) projeta que o novo consignado possa gerar uma carteira de crédito de R$ 120 bilhões. O volume de crédito do setor privado é de R$ 40 bilhões, numa carteira total de empréstimos consignados em torno de R$ 676 bilhões.
Há expectativa de que a competição entre os grandes bancos públicos e privados e as fintechs melhore a oferta de crédito e as taxas de juros desses empréstimos, em um momento em que a taxa Selic (em 13,25% ao ano atualmente) está alta e com a indicação de subir ainda mais neste ano.
O consignado tem as menores taxas entre as modalidades de crédito pessoal. Enquanto a taxa média do consignado dos aposentados ficou em 21,9% ao ano em 2024, segundo o Banco Central, o cheque especial ficou em 136% anuais, em média.
O consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem teto de juros, atualmente em 1,80% ao mês. Os bancos têm pressionado por uma flexibilização nesse limite e defendem que a modalidade fica inviável com uma remuneração tão baixa. O novo consignado não terá esse limite.
A criação do novo consignado é tida como uma das principais pautas econômicas do governo Lula nesse semestre. A outra é o projeto que eleva a R$ 5.000 a faixa de isenção do Imposto de Renda. A previsão mais recente da Fazenda é a de enviar esse texto ao Congresso na próxima semana.
Política
Gleisi defende Lula após Moro o comparar com Collor

Neste sábado (27), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu às comparações feitas por políticos da oposição entre a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello e as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Operação Lava-Jato. A ministra rebateu as afirmações feitas por parlamentares como o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que usaram as redes sociais para questionar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações de Lula, mas manteve as de Collor, preso na última sexta-feira (26) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em sua publicação, Gleisi Hoffmann destacou as diferenças entre os dois casos. “O primeiro (Collor) é culpado das acusações, e Lula sempre foi inocente. Contra Collor, o STF tem provas: recibos de propina, milhões na conta, carros de luxo, além de testemunhos convergentes”, afirmou a ministra. Ela enfatizou que Lula foi solto após o STF revisar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e, posteriormente, teve suas condenações anuladas, uma vez que a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o ex-juiz Sergio Moro atuou, não tinha competência legal para julgá-lo.
Gleisi também lembrou que a prisão de Lula ocorreu de maneira ilegal, sob a ordem de um juiz parcial, e que nenhuma evidência de origem ilegal foi encontrada nas contas do presidente. “Lula foi condenado por ‘atos indeterminados’, uma armação política orquestrada entre os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Moro. O STF anulou as condenações e confirmou a inocência de Lula”, completou.
Ao final, a ministra criticou o uso político das decisões judiciais, afirmando que “Justiça não se faz com manipulações oportunistas” e mencionou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro e o próprio Moro, sugerindo que ambos estavam tentando distorcer o papel da Justiça em benefício político.
A reação de Gleisi se dá no contexto de uma tentativa da oposição, especialmente entre parlamentares bolsonaristas, de comparar os casos de Collor e Lula, alegando suposta parcialidade do STF. A prisão de Collor foi usada por críticos do presidente para ironizar as decisões da Corte em relação a Lula, apesar das diferenças evidentes nos casos.
Política
2026: Governadores pregam união contra Lula
Zema, Caiado e Ratinho Júnior reforçam pacto da centro-direita e criticam gestão petista durante a Expozebu, em Minas Gerais.

Em clima de pré-campanha, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) reforçaram a necessidade de união da centro-direita para as eleições presidenciais de 2026. O movimento foi evidenciado durante a 90ª edição da Expozebu, tradicional evento do agronegócio realizado neste final de semana em Uberaba, Minas Gerais.
Pré-candidatos à Presidência, os três governadores discursaram para uma plateia de produtores, empresários e líderes políticos, destacando a insatisfação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prometendo trabalhar juntos no próximo pleito.
“Vocês podem cravar: em 2026 a centro-direita chegará ao comando desta Nação”, afirmou Ronaldo Caiado, reforçando o compromisso de apoio mútuo entre os possíveis candidatos. Segundo ele, qualquer um dos três que alcançar o segundo turno terá o suporte dos demais.
Romeu Zema, por sua vez, endureceu o tom contra Lula.
“Ano que vem, Caiado, Ratinho, tenho certeza de que estaremos tirando esse governo que persegue quem produz, quem trabalha. O Brasil não merece isso”, declarou.
Aproveitando o evento, Zema também lançou apoio a Matheus Simões, seu atual vice-governador, como sucessor em Minas Gerais: “O que está dando certo tem que continuar”.
Ratinho Júnior preferiu uma abordagem mais diplomática, focando em elogios à gestão dos colegas e evitando ataques diretos a Lula. “Mostramos ao país que, quando se governa com seriedade, o resultado é esse que entregamos”, destacou.
O encontro contou ainda com a presença de Gilberto Kassab, presidente do PSD, que comentou a possibilidade de apoiar uma candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), caso o atual governador paulista decida entrar na disputa presidencial. “Tarcísio tem dito que não é candidato, mas o cenário será discutido se houver mudanças”, ponderou Kassab.
Entre os três governadores, Caiado saiu na frente e realizou recentemente o primeiro ato público de pré-candidatura. Já Romeu Zema tem o apoio declarado do presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, para ser o candidato da legenda em 2026.
A Expozebu deste ano consolidou-se como uma vitrine para o novo bloco de centro-direita que pretende polarizar a eleição contra Lula. O evento também reuniu nomes de peso da política nacional, como Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e os ex-presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha (PRD-SP), reforçando o ambiente de articulações para o futuro do país.
Política
Fotos Bolsonaro: especialistas veem estratégia para mobilizar apoiadores
Ex-presidente busca manter engajamento emocional em torno de sua imagem em meio a novos desafios políticos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem optado por uma comunicação direta e sem filtros sobre seu estado de saúde, utilizando suas redes sociais para divulgar imagens explícitas da internação no hospital DF Star, em Brasília. As postagens, que mostram sondas, drenos e cicatrizes no abdômen, têm sido analisadas por especialistas como parte de uma estratégia para manter a mobilização emocional de seus apoiadores, num momento em que enfrenta desafios jurídicos e políticos.
Internado desde o dia 11 de abril após uma cirurgia de desobstrução intestinal, Bolsonaro permanece na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ainda sem previsão de alta, conforme boletins médicos. O ex-presidente continua sem alimentação oral e realiza fisioterapia, além de tratamento para o fígado e prevenção de trombose.

Bolsonaro no hospital / Foto: Instagram
De acordo com a professora Giselle Beiguelman, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a exposição crua de sua condição física reforça a imagem de “sobrevivente” construída desde a facada sofrida em 2018.
“Bolsonaro tranquiliza a militância sobre a sua capacidade de liderança política”, afirma Beiguelman, destacando que, para a direita bolsonarista, o campo das imagens nas redes sociais é hoje central para a disputa política.
Além das publicações médicas, Bolsonaro gravou vídeos comentando a intimação judicial recebida na UTI, associando a ação do STF a práticas de regimes totalitários. Segundo Leandro Aguiar, doutor em comunicação pela UnB, o ex-presidente aposta na chamada “estética do grotesco”, uma marca do bolsonarismo, que busca provocar fortes reações emocionais no público, seja de apoio ou indignação.
“As imagens não geram indiferença. Elas ampliam o espaço de Bolsonaro na mídia, indo além das polêmicas tradicionais”, analisa Aguiar. “A indignação, positiva ou negativa, é um combustível para o bolsonarismo.”
Especialistas apontam que, enquanto surgem novos nomes da direita para 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), Bolsonaro reforça sua presença simbólica, apostando na empatia gerada por sua vulnerabilidade física como ferramenta política.

Bolsonaro no hospital / Foto: Instagram
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