Política
Motta Recusa Decidir Sozinho e Levará Projeto de Anistia do 8 de Janeiro à Liderança da Câmara

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Paulo Motta (PL-AL), declarou que não tomará uma decisão individual sobre o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em vez disso, ele afirmou que levará a proposta para discussão com os líderes partidários da Câmara dos Deputados.
A declaração foi dada após a repercussão do avanço de propostas que pedem a anistia de manifestantes presos ou condenados por participação nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no início do ano passado. A fala de Motta sinaliza cautela diante de um tema sensível, que envolve implicações políticas, jurídicas e sociais profundas.
“Não decidirei sozinho. Esse é um tema que precisa ser debatido com responsabilidade e em conjunto com os líderes partidários. A Câmara não pode se omitir, mas também não pode agir de forma precipitada”, afirmou o deputado.
A proposta de anistia tem gerado forte polarização no Congresso e na opinião pública. Enquanto setores mais conservadores e da base bolsonarista defendem a medida como uma reparação aos que consideram presos políticos, outros parlamentares, juristas e entidades da sociedade civil consideram a iniciativa um risco à democracia e uma afronta ao Estado de Direito.
Paulo Motta afirmou que compreende o apelo popular de parte da base eleitoral que pede pela anistia, mas ressaltou que o processo legislativo exige equilíbrio e diálogo institucional. “O que aconteceu no dia 8 de janeiro não pode ser ignorado, mas também precisamos garantir que qualquer decisão respeite a Constituição e o devido processo legal”, completou.
Nos bastidores, parlamentares de diferentes partidos avaliam que a proposta de anistia pode acabar se tornando uma moeda de troca política, especialmente em votações importantes do governo no Congresso. A oposição tenta pressionar para que o projeto avance, enquanto governistas buscam frear a pauta, temendo que a medida prejudique a imagem do governo junto à base progressista.
A anistia dos atos de 8 de janeiro também tem implicações diretas sobre o Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo julgamento de vários dos envolvidos, já se posicionou de forma crítica em relação ao tema. Ministros da Corte têm reiterado que os ataques não foram manifestações legítimas, mas sim uma tentativa de golpe contra as instituições democráticas.
Por isso, o gesto de Motta em não avançar sozinho na tramitação do projeto é visto por analistas como uma tentativa de preservar o equilíbrio institucional e evitar um embate direto com o STF e demais órgãos do sistema de Justiça.
A expectativa agora é que a proposta seja debatida em reuniões entre líderes partidários, com possíveis audiências públicas e articulação de bancadas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não se manifestou oficialmente sobre o andamento do projeto, mas fontes indicam que ele também prega cautela diante do tema.
A discussão em torno da anistia dos envolvidos no 8 de janeiro reacende o debate sobre os limites da atuação do Congresso em casos de crimes contra o Estado democrático de direito. A forma como o Legislativo lidará com essa questão pode definir os rumos do país nos próximos anos — especialmente no que diz respeito à memória institucional e à confiança da população nas instituições.
Política
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
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