Política
Ministro da Previdência ignorou alertas sobre fraudes no INSS
Escândalo só voltou à pauta após operação da Polícia Federal.

Wolney Queiroz, novo ministro da Previdência Social indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou diretamente da reunião em que o então ministro Carlos Lupi foi alertado sobre suspeitas de fraudes no INSS — mas nada foi feito. A informação consta da ata da 296ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), realizada em 12 de junho de 2023.

Wolney foi escolhido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – (crédito: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias)
Na época, Queiroz ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta e presenciou o alerta da representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Tonia Galleti, sobre o aumento das denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Galleti solicitou dados sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com entidades que realizam descontos diretamente nos benefícios do INSS. O pedido foi inicialmente negado sob a justificativa de que a pauta já estava fechada.
Mesmo após a insistência de Galleti, que destacou a gravidade do tema e a necessidade de transparência sobre os acordos e seus impactos, o então ministro Lupi apenas prometeu pautar o assunto em uma reunião futura — o que não aconteceu. O próprio Wolney Queiroz deu sequência à reunião, seguindo com os temas previamente definidos e ignorando a denúncia.

O agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, em audiência na Câmara — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Um ano depois, a “Operação Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), confirmou as suspeitas: R$ 6,3 bilhões foram desviados entre 2019 e 2024 em fraudes envolvendo descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Carlos Lupi pediu demissão diante da pressão pública, e Wolney Queiroz foi nomeado para substituí-lo.
As atas das reuniões do CNPS revelam que, mesmo com a gravidade do alerta em 2023, nenhuma providência foi tomada por parte do ministério. O tema só voltou à pauta em abril de 2024, após grande exposição na imprensa. Na ocasião, Lupi deixou a reunião antes da conclusão da discussão, e o próprio Queiroz sugeriu um bloqueio nos descontos a partir de maio — sem apresentar soluções concretas.

Ata do Conselho Nacional de Previdência Social que registra presença do novo ministro em reunião em que se expôs casos de irregularidades no INSS em 2023 Foto: Reprodução
Procurado pela imprensa após assumir o cargo, o novo ministro Wolney Queiroz não respondeu às tentativas de contato.
Política
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
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