Política
Nikolas sob pressão? Racha com Bolsonaro, denúncia eleitoral e defesa dos bilionários
Deputado mineiro enfrenta desconforto com a família Bolsonaro, é alvo do MP Eleitoral por vídeo contra ex-prefeito de BH e critica proposta de taxação dos super-ricos do governo Lula

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se vê no centro de múltiplas frentes de pressão política e judicial. Ao mesmo tempo em que lida com um racha velado com integrantes da família Bolsonaro, Nikolas foi alvo de denúncia do Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais e ainda causou polêmica ao defender bilionários e criticar o discurso do presidente Lula sobre a taxação dos super-ricos.
Tensão com os Bolsonaro
Não é mais segredo entre aliados que há um clima de desconforto entre Nikolas Ferreira e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é que o jovem parlamentar busca construir um movimento político próprio, com protagonismo independente e sem vínculo direto com o bolsonarismo tradicional. A postura vem sendo observada com ressalvas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), especialmente pelo tratamento diferenciado dado pelo PL a Nikolas, em comparação à própria família do ex-presidente.
O desconforto se intensificou após a declaração pública de apoio de Donald Trump a Bolsonaro, na segunda-feira (7). O gesto foi visto como uma vitória pessoal de Eduardo, que atua nos Estados Unidos desde fevereiro. Segundo aliados, Nikolas demorou a se manifestar sobre a fala de Trump, o que gerou críticas de figuras próximas à família, como o economista Paulo Figueiredo. Ele ironizou a ausência de menção ao feito de Eduardo em um vídeo no qual Nikolas atacava o governo Lula:
“Realmente, ótimo tirar o foco do trabalho do Eduardo Bolsonaro. Papai do céu tá vendo…”
Denúncia eleitoral em Minas Gerais
Em outra frente, o Ministério Público Eleitoral de Minas protocolou uma denúncia contra Nikolas e o deputado estadual Bruno Engler (PL) por difamação e propaganda eleitoral irregular durante a eleição municipal de 2024. Os parlamentares teriam atacado publicamente o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, com base em trechos de um livro de ficção publicado por ele em 2020, intitulado Cobiça.
O MP afirma que Nikolas e Engler divulgaram fatos distorcidos, sugerindo conexão entre a obra e a conduta moral do prefeito. Em vídeo publicado nas redes sociais, Nikolas classificou o livro como “pornográfico” e associou passagens da trama — que envolvem violência sexual — à gestão de Fuad. Para o MP, o conteúdo foi usado de forma “leviana e injusta”, e há registro de descumprimento de ordem judicial por parte de Nikolas para remoção do vídeo, com posterior deboche público à decisão.
Além da suspensão dos direitos políticos, o Ministério Público requer indenização por danos morais a instituições indicadas pela família do ex-prefeito, que faleceu em março deste ano após ser reeleito.
Defesa dos bilionários e críticas a Lula
No mesmo dia em que enfrentava novas críticas, Nikolas publicou um vídeo criticando a proposta de taxação de grandes fortunas, apelidada de “taxação BBB” (bilionários, bancos e bets), promovida pelo governo Lula. Segundo ele, a medida tem viés ideológico e pode afastar empresários do Brasil, aumentar o desemprego e reduzir arrecadação:
“Eles vão embora. Como aconteceu na Noruega. Por que ficariam em um país que os taxa?”
Nikolas também ironizou o discurso do PT contra os ricos, afirmando que ministros do governo Lula acumulam fortunas milionárias, incluindo o próprio presidente, que declarou R$ 7,4 milhões em bens.
“Eles se dizem contra os ricos, mas estão cercados de super-ricos no governo. Patrimônio de ministro cresceu 30 vezes. Será que o eleitor pobre que votou no Lula tem algo parecido?”, provocou.
O parlamentar ainda criticou os gastos do gabinete da primeira-dama Janja, estimados em R$ 2 milhões por ano, e ironizou o uso de itens de luxo por membros do governo, como bolsas, gravatas e viagens presidenciais.
Especialistas contestam Nikolas
Apesar das críticas do deputado, um estudo encomendado pelo G20 em 2024 apontou que apenas cerca de 50 brasileiros se enquadrariam na faixa de patrimônio atingida pela proposta de taxação. Globalmente, a aplicação de uma alíquota de 2% sobre os bilionários renderia US$ 250 bilhões anuais — o equivalente a R$ 1,3 trilhão.
Segundo o economista Gabriel Zucman, autor do levantamento, esses poucos bilionários detêm US$ 14,2 trilhões em ativos, concentrando riqueza extrema em um grupo que representa apenas 0,0001% da população mundial.
Política
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
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