Política
Rui Costa cobra partidos da base em meio à crise com o Congresso
Ministro defende “DR” com aliados, critica volume de emendas, reforça decreto do IOF e diz ser improvável que Lula sancione aumento de deputados

Em meio à crescente tensão entre o Executivo e o Congresso Nacional, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, admitiu publicamente a necessidade de o governo federal “repaginar a relação” com os partidos da base. Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (8), Costa afirmou que é hora de “fazer uma DR” com as legendas aliadas que ocupam ministérios, mas que vêm votando contra o Planalto.
A declaração ocorre após a derrubada, pelo Congresso, do decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mesmo com apoio majoritário de partidos da base. Foram 242 votos favoráveis à revogação do decreto, dos 383 parlamentares que apoiaram a medida.
Segundo Rui Costa, não houve divergência sobre o mérito da proposta durante as negociações com lideranças do Congresso. “Líderes de partido sentaram com o ministro, fizeram um acordo. A reunião terminou à meia-noite com todos comemorando. E, de repente, se vota sem dar retorno ao governo”, lamentou.
O ministro defende que, a partir de agora, sejam acordados “procedimentos combinados” com os partidos, como prazos para votação e tempo para construção de consensos. “Se não é para ser cumprido, não combina”, disse Costa.
Governo tenta manter aumento do IOF no STF
Após o revés no Legislativo, o governo levou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e busca manter a integralidade do decreto que previa aumento da arrecadação em R$ 20 bilhões, valor depois reduzido para R$ 10 bilhões em 2025.
Costa confirmou que o governo foi pego de surpresa pela decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de colocar em votação o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que sustou os efeitos do decreto. “Não sei o que aconteceu naquela madrugada”, disse.
O STF suspendeu temporariamente tanto o decreto do governo quanto o do Congresso e convocou uma mesa de negociação para a próxima semana. Rui Costa alertou que limitar decretos e portarias enfraquece a governabilidade: “Se o governo não puder mais publicar decreto, não tem mais governo. Nem esse, nem nenhum.”
Lula deve barrar aumento de deputados
Outro ponto abordado por Rui Costa foi a proposta aprovada pelo Congresso que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. O ministro disse ser “pouco provável” que o presidente Lula sancione o projeto, mas evitou afirmar se haverá veto.
“Ele ainda vai se debruçar sobre o assunto. O prazo é até o dia 16. Com certeza, fará as reflexões de cada uma das opções. Essa é uma escolha que só cabe a ele”, pontuou Costa.
O impacto estimado da medida é de R$ 64,6 milhões por ano, com despesas cobertas por remanejamento orçamentário. No entanto, a criação de novas cadeiras na Câmara pode gerar efeitos em cadeia nas assembleias legislativas estaduais e nas emendas parlamentares, que este ano já somam R$ 53,9 bilhões.
Para o ministro, o modelo atual, que destina quase metade do orçamento livre às emendas, precisa ser revisto. “Em que lugar do mundo existe esse modelo? Ao invés de investir em logística, ciência e saúde, pulveriza-se recursos”, criticou.
Política
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
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