Política
Mourão minimiza desgaste de Tarcísio com tarifaço e Eduardo Bolsonaro recua: “Não é nosso inimigo
Senador sai em defesa de governador após críticas e declarações polêmicas; ala bolsonarista tenta reconstruir pontes em meio à crise diplomática com os EUA

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) comentou nesta quarta-feira (16), em entrevista ao Estúdio i, os desdobramentos do tarifaço de 50% imposto ao Brasil pelo governo Donald Trump e o impacto político da crise dentro do campo bolsonarista. O general minimizou as críticas feitas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e afirmou que o “tiroteio” contra ele é natural.
“A partir do momento que a figura do Tarcísio emerge como alguém viável, ele vai ser torpedeado. O tiroteio vai vir abaixo da linha da cintura, mas ele tem que se acostumar. Tem musculatura para aguentar isso”, declarou Mourão, sugerindo que o governador é hoje um nome forte para 2026.
Mourão também defendeu o gesto polêmico de Tarcísio ao usar o boné com o slogan de Trump, “Make America Great Again”, e avaliou que o episódio não configura atitude antinacionalista. Segundo ele, Tarcísio precisa apenas tomar mais cuidado com sua imagem, pois está em evidência.
Eduardo Bolsonaro recua e “sela a paz” com Tarcísio
Depois de dias de trocas públicas de críticas e acusações, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que teve uma “boa e longa conversa” com Tarcísio e que ambos concordam em atuar pelo interesse do país. O gesto tenta conter o racha visível no bolsonarismo após divergências sobre a resposta ao tarifaço americano.
“Visões de mundo diferentes são normais e saudáveis. Vamos adiante debater o que interessa”, escreveu Eduardo nas redes sociais.
Na terça-feira (15), no entanto, Eduardo havia acusado Tarcísio de “subserviência servil às elites” e o criticado por tentar negociar com a embaixada americana, afirmando que se tratava de um desrespeito com ele e com os aliados mais radicais.
A reaproximação foi reforçada em live com o ex-apresentador Paulo Figueiredo, na qual Eduardo afirmou que deseja “enterrar o assunto” e nega que veja Tarcísio como adversário, apesar das divergências quanto à condução da crise diplomática.
Congresso e Mourão endossam linha institucional
A tensão entre os aliados de Bolsonaro ocorre num momento em que o Congresso Nacional endossa a postura institucional do governo Lula, liderado por Geraldo Alckmin e Mauro Vieira, para reagir às medidas de Trump. Em reunião com Alckmin e Gleisi Hoffmann, os presidentes da Câmara e do Senado — Hugo Motta e Davi Alcolumbre — afirmaram que o Legislativo apoiará a resposta brasileira em nome da soberania nacional.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta mostra que 72% dos brasileiros consideram um erro de Trump retaliar o Brasil por conta de Bolsonaro, e 53% apoiam a postura firme de Lula ao reagir com reciprocidade.
Tarcísio, por sua vez, tenta manter o equilíbrio: busca preservar o apoio bolsonarista, mas também adota postura diplomática e técnica, tendo se reunido com STF, representantes dos EUA e até Bolsonaro para conter danos e preservar sua imagem nacional.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
Política
Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump
Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.
Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.
“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.
A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.
Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.
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