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Brasil

Brasil é 13º país com mais empresas americanas no mundo

Apesar de queixas dos EUA, número de subsidiárias no país contrasta com discurso de barreiras ao investimento

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Imagens dos presidentes Lula e Donald Trump, protagonistas de embate político e econômico - Kazuhiro Nogi - 27.mar.2025 e Jim Watson - 9.jul.2025/AFP

Mesmo com recentes acusações de discriminação e barreiras ao investimento, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de países com mais empresas controladas por norte-americanos, superando inclusive o México. O dado contrasta com o discurso do governo Donald Trump, que acusa o país de dificultar o acesso de empresas dos Estados Unidos ao mercado brasileiro.

Segundo levantamento da consultoria Moody’s Analytics, a pedido da Folha de S.Paulo, o Brasil abriga 4.686 subsidiárias com controle acionário igual ou superior a 25% por empresas americanas. O número coloca o país à frente do México (4.233 subsidiárias) e próximo de potências europeias como França e Noruega.

“Isso demonstra que, apesar da burocracia, o apetite norte-americano no Brasil segue firme”, apontam especialistas em comércio exterior.

A queixa oficial dos EUA partiu do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos), que abriu uma investigação sob a Seção 301, alegando dificuldades não tarifárias, entraves regulatórios e ambientais — além de questões como a venda de produtos pirateados em centros populares, como a Rua 25 de Março, em São Paulo.

A abertura da investigação ocorre paralelamente ao anúncio de sobretaxa de 50% sobre as importações brasileiras a partir de agosto, feito por Trump. O tarifaço foi amplamente interpretado como retaliação à situação judicial de Jair Bolsonaro, aliado do ex-presidente americano, em meio ao que Trump classificou como uma “caça às bruxas”.

No entanto, a presença robusta de empresas americanas no Brasil indica que as dificuldades não têm sido um impeditivo absoluto para os investimentos, especialmente quando se analisa os números de subsidiárias de grande porte.

Segundo dados do BEA (Bureau of Economic Analysis), órgão do governo americano, o número de subsidiárias com faturamento anual superior a US$ 25 milhões cresceu no país nos últimos anos:

  • 638 empresas em 2009
  • 973 empresas em 2014 (salto de 38,4% durante o governo Dilma Rousseff)
  • 979 empresas em 2018, sob Michel Temer
  • 1.044 empresas em 2022, já durante o governo Bolsonaro

“Mesmo durante a recessão ou sob governos ideologicamente distintos, a presença americana manteve-se relevante”, indica o relatório.

A tensão gerada pelo tarifaço teve repercussões políticas internas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — aliado de Bolsonaro e possível presidenciável — tentou se posicionar como interlocutor junto aos americanos. Durante evento com empresários e diplomatas, o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, voltou a citar entraves para negócios no Brasil.

Tarcísio culpou inicialmente o presidente Lula pela crise, mas depois buscou distanciar o elemento político e defender o empresariado paulista, responsável por cerca de 30% das exportações brasileiras aos EUA. Seu movimento gerou desconforto entre bolsonaristas mais radicais, mas ele retomou o apoio ao ex-presidente após novas restrições judiciais contra Bolsonaro.

Apesar das disputas diplomáticas e políticas, os dados mostram que o mercado brasileiro continua estratégico para os Estados Unidos, tanto em volume quanto em estabilidade de investimentos.

Redação Saiba+

Brasil

Mercado ilegal domina mais de 50% das apostas online no Brasil

Estima-se que as casas de apostas não autorizadas movimentem até R$ 18 bilhões por ano, elevando riscos à arrecadação e à proteção do consumidor

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Usuário jogando jogo de azar no celular Foto: Werther Santana/

No cenário das apostas online no Brasil, cresce a preocupação com o volume expressivo de operações realizadas por plataformas não regulamentadas. Estimativas recentes apontam que mais de metade do mercado de apostas esportivas ainda está em ambiente clandestino, o que implica em múltiplas consequências para a economia, a segurança e a equidade da atividade.

Entre os principais pontos de atenção, destaca-se que essas casas de apostas ilegais, por estarem fora do âmbito de fiscalização, não prestam contas ao Fisco nem seguem obrigações de transparência e proteção ao apostador. Tal realidade gera evasão fiscal bilionária, concorrência desleal para operadores regulares e aumenta a vulnerabilidade de usuários que podem ser vítimas de fraudes ou práticas predatórias.

Especialistas do setor apontam que o universo de apostas sob regulação formal, embora já regulado, está limitado em termos de abrangência e alcance, criando um enorme “mercado paralelo”. Esse desequilíbrio expõe dois desafios centrais: primeiro, a necessidade de intensificar a fiscalização e bloquear domínios que atuam irregularmente; segundo, ampliar a educação do consumidor para que identifique quais plataformas estão autorizadas, reduzindo o uso de sites com operações de risco.

Para o governo, a situação apresenta um custo elevado. A falta de tributação correta sobre os valores movimentados pelas casas ilegais compromete não apenas a arrecadação imediata, mas também a credibilidade do setor formalizado. No curto prazo, a ampliação de plataformas regulares, com garantias de transparência, poderia fortalecer o ambiente de apostas no Brasil, promovendo maior segurança jurídica, melhores práticas de mercado e proteção aos usuários.

Em suma, o Brasil enfrenta um ponto de inflexão: transformar o mercado de apostas em um sistema mais transparente e regulado, reduzindo o peso das operações ilegais, promover o cumprimento de obrigações tributárias e garantir que os apostadores tenham acesso a plataformas confiáveis — sob pena de manter o risco elevado de fraudes, perdas e impactos ao erário público.

Redação Saiba+

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Brasil

Rio vive “cenário de guerra” em megaoperação contra facção criminosa

Forças de segurança deflagram ação massiva contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e confrontos deixam mortos e apreensões em 15 favelas

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Megaoperação no RJ tem bombas lançadas por drones Foto: Reprodução/Rede Social

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte clima de tensão após uma megaoperação policial deflagrada em diversas comunidades da capital e da região metropolitana. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), mobilizou centenas de agentes das forças de segurança e resultou em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.

Descrita por autoridades e moradores como um verdadeiro “cenário de guerra”, a operação aconteceu simultaneamente em 15 favelas, incluindo áreas da Zona Norte e da Zona Oeste, onde o confronto foi mais intenso. Houve registro de tiroteios prolongados, barricadas incendiadas e ataques com armamento pesado, o que obrigou o fechamento de escolas e o bloqueio de vias de acesso.

De acordo com as forças de segurança, o objetivo da ofensiva é desarticular núcleos de liderança e logística da facção criminosa, responsável por expandir o controle territorial em várias comunidades. Apesar do impacto operacional, o episódio reacende o debate sobre a escalada da violência urbana e os limites da política de enfrentamento armado adotada no estado.

Para especialistas, a dimensão da operação reflete o avanço das facções no Rio e a necessidade de ações de inteligência e articulação entre os órgãos públicos. No entanto, há também preocupação com os efeitos colaterais sobre a população civil, que permanece em meio ao fogo cruzado.

O governo estadual defende que as ações são indispensáveis para restaurar a ordem e recuperar áreas dominadas pelo crime organizado, mas reconhece que o desafio maior será garantir segurança duradoura e presença social efetiva nas comunidades afetadas.

O episódio reforça a percepção de que o Rio de Janeiro enfrenta um dos períodos mais críticos de sua segurança pública, em que operações de grande porte se tornam rotina e colocam à prova a capacidade do Estado de conter o poder das facções criminosas.

Redação Saiba+

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Brasil

Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”

Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

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Secretário Especial da Receita Federal - Secretaria Especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.

Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.

Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.

Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.

Redação Saiba+

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