conecte-se conosco

Política

Saiba o que a PF encontrou no celular de Bolsonaro

Mensagens revelam bastidores de investidas contra o STF, tentativas de barrar o PL das Fake News, apoio do agronegócio e oferta de viagem bancada por ex-embaixador de Israel

Postado

em

Áudios e mensagens obtidos do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro mostram sua atuação política após derrota nas eleições. Foto: Isac Nóbrega/Presidência

Diálogos inéditos extraídos do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro, apreendido em maio de 2023 pela Polícia Federal, lançam luz sobre os bastidores de sua articulação política pós-mandato, com destaque para ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), tentativas de barrar projetos no Congresso, proximidade com empresários do agronegócio e interlocuções internacionais com aliados estratégicos.

A análise da PF encontrou 7.268 arquivos no aparelho – entre documentos, áudios, vídeos e mensagens – recuperados em sua maioria na semana que antecedeu a apreensão do celular. A defesa de Bolsonaro informou que não irá se manifestar.

CPI contra Moraes: articulação direta com deputado

Um dos pontos centrais revelados é o incentivo direto do ex-presidente para que o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) assinasse um pedido de CPI contra o ministro Alexandre de Moraes. Em áudios, Bolsonaro afirma: “Eu assinaria. Sempre existe a possibilidade de retaliações”. A CPI, proposta inicialmente em 2022 por Marcel Van Hattem (Novo-RS), visava apurar supostos abusos do STF e do TSE, mas nunca foi instalada.

Dias após essa conversa, Hélio Lopes protestou em frente ao STF, montando uma barraca com esparadrapo na boca. O ato foi dissolvido por ordem de Moraes, sob o argumento de prevenir novos episódios como o de 8 de Janeiro.

PL das Fake News e ofensiva bolsonarista

As mensagens revelam também a ação coordenada de Bolsonaro com seu filho Eduardo para enterrar o PL 2630, apelidado por seus aliados de “PL da Censura”. Bolsonaro pressionou para que o texto fosse levado a votação, demonstrando atenção direta ao andamento da pauta. A proposta acabou retirada de pauta.

Viagem a Israel bancada por ex-embaixador

Outro destaque é a troca de mensagens entre Bolsonaro e Yossi Shelley, ex-embaixador de Israel no Brasil. Shelley ofereceu custear uma viagem de 14 dias a Israel para o ex-presidente e acompanhantes, com tudo pago. “Vou pagar o custo de sua presença, hotel e tal por 3 pessoas se vc quiser”, escreveu. Bolsonaro agradeceu e respondeu que conversaria com a esposa Michelle sobre o convite.

Foco no agronegócio e críticas ao governo Lula

Preocupado em manter apoio do agronegócio, Bolsonaro compartilhou notícias sobre invasões do MST e demarcações de terras no início do governo Lula. “Com Bolsonaro: ZERO demarcações”, escreveu em lista de transmissão. Ele também articulou sua ida à Agrishow 2023, onde ficou hospedado na fazenda do empresário Paulo Junqueira, suspeito de ajudar a financiar sua estadia nos EUA. Em áudio, Bolsonaro brinca com o ex-ministro Sachsida: “Se não der pra dormir, tu dorme com os cachorro também”.

Cautela com fake news após investigação da PF

As mensagens mostram ainda que Bolsonaro passou a consultar seu assessor Tércio Arnaud Tomaz antes de compartilhar vídeos e mensagens. Em um caso, pediu validação de um vídeo do 8 de Janeiro sobre o relógio de Dom João VI. Tércio o alertou: “Vai causar polêmica… cuidado pra não te arrolarem mais nesse processo do dia 8”. Em outro momento, Bolsonaro enviou uma montagem com a frase “Que saudade do Bolsonaro” na tela do Google e perguntou se era real. Tércio respondeu: “Meme. Não tá no Google isso”.

Trechos de mensagens encontradas no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro:


Redação Saiba+

Política

Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”

Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Postado

em

Kuala Lampur, Malásia. 26.10.2025 Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. Fotos: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.

Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.

Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.

Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.

No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.

Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

Postado

em

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

Postado

em

O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

Continue lendo
Ads Imagem
Ads PMI VISITE ILHÉUS

    Mais Lidas da Semana