Bahia
Sede do Ilê, Senzala do Barro Preto ganhará climatização, acessibilidade e tratamento acústico

Salvador deu mais um passo importante na valorização de um dos seus principais símbolos da cultura afro-brasileira. Nesta sexta-feira (21), o prefeito Bruno Reis e a vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, assinaram a ordem de serviço para o início das obras de requalificação da Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, localizada no Curuzu.
A intervenção terá investimento de R$5 milhões e prazo para conclusão em meados do segundo semestre. A iniciativa envolverá amplas melhorias estruturais, com implantação de climatização, acessibilidade e tratamento acústico, beneficiando inclusive a Escola Mãe Hilda, que funciona no espaço. O projeto foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).
As ações visam projetar ainda mais as ações do Ilê, bloco que completou 50 anos de existência em 2024. “Vamos juntos construir praticamente uma nova sede. E mais importante do que esta obra que nós vamos realizar são os serviços que serão oferecidos às pessoas daqui do Curuzu, da Liberdade e de toda Salvador. Hoje, esse local, que é o berço da resistência da nossa cidade, já realiza um lindo trabalho social. Mas nós vamos somar forças para ampliar isso”, destacou Bruno Reis.
O intuito, acrescentou, é que a Senzala possa ser mais um espaço Boca de Brasa para estimular coletivos de arte, música, dança, teatro, como acontece em diversos bairros onde o projeto está instalado.
“A ideia é que aqui também seja um centro profissionalizante. A Prefeitura está na iminência de assinar o contrato com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), onde nós vamos ter recursos para a qualificação de mão de obra. E vamos aproveitar essa estrutura aqui existente para qualificar profissionais da área da cultura. Além da escola (Mãe Hilda), também iremos oferecer, no contraturno para as crianças, os serviços da Fundação Cidade Mãe”, anunciou o prefeito.
Fundador e presidente do bloco, Vovô do Ilê agradeceu o apoio da Prefeitura e falou sobre o quanto as obras irão valorizar o patrimônio cultural que a Senzala do Barro Preto representa.
“Tivemos muitas propostas para o Ilê, quando começou a crescer, a sair daqui do Curuzu e ir para outro bairro, mas eu resisti. Somos o maior centro cultural, não só da Bahia. A maioria dos profissionais formados, entre cantores, dançarinos e percussionistas, chegou aqui com seis, sete anos. Muitos deles estão morando fora do Brasil, dando continuidade a esse trabalho que chamo de Revolução dos Tambores. A Senzala é um lugar de entretenimento, educação, de parcerias. Então, estou muito feliz por essa parceria com a Prefeitura que vai ampliar tudo o que já desenvolvemos”, disse Vovô.
Projeto – Com 5,4 mil metros de área construída, a sede do Ilê Aiyê possui oito andares e abriga laboratórios de informática, salas de aula, salas de pintura, cozinha industrial e diversos outros espaços que serão modernizados.
“A sede está precisando de uma recuperação em toda estrutura. Mas eu chamo a atenção para alguns pontos que entendo que foram importantíssimos. Primeiro, a climatização do salão principal, que hoje é muito quente. O lugar recebe cerca de 3 mil pessoas que participam de grandes eventos, sendo que a maioria deles acontece no verão”, explicou a presidente da FMLF, Tânia Scofield.
Segundo ela, na prática, a climatização ocorrerá no salão principal e também em toda a sede do Ilê. Além disso, o projeto contempla promover mais acessibilidade com implantação de rampas de acessos, recuperação do sistema elétrico – que possui pontos comprometidos -, instalação de sistema de incêndio, ampliação do sanitário feminino e construção de sanitário PCD.
“Além da recuperação da área do salão de dança e salas de curso, as obras ocorrerão na fachada, no portão de ferro que tem um desenho artístico e está comprometido em vários pontos, assim como pintura geral. Ou seja, a gente vai requalificar totalmente a sede do Ilê e torná-la, na verdade, um espaço adequado como esse grande bloco afro merece”, complementou Tânia.
Reportagem: Thiago Souza/ Secom PMS
Bahia
Crise obriga UFBA a cortar ar-condicionado e paralisar obras
Universidade enfrenta cortes de verbas e impõe medidas de contenção para manter funcionamento básico.

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou novas medidas de contenção de despesas diante da grave crise orçamentária que atravessa. Uma portaria publicada no último dia 14 de abril determina a redução no uso de aparelhos de ar-condicionado, restrições no funcionamento de elevadores e a suspensão de gastos não essenciais.
De acordo com a Portaria nº 102, assinada pelo reitor Paulo Cesar Miguez, salas de aula com janelas deverão permanecer sem ar-condicionado. Já nos prédios com mais de um elevador, apenas um equipamento será mantido em funcionamento, salvo nos casos de necessidade para transporte de pacientes ou pessoas com mobilidade reduzida.
O documento ressalta que, apesar do crescimento da universidade, os valores destinados ao seu custeio não acompanharam o aumento dos custos de gestão. A medida se assemelha à adotada em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a UFBA também sofreu com bloqueios de verbas. Agora, sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a instituição continua enfrentando sérias dificuldades financeiras.
Além das restrições no uso de energia e mobilidade, a portaria também determina:
- Limitação do uso de ar-condicionado às áreas sem ventilação natural, bibliotecas, arquivos, museus, laboratórios e salas com equipamentos sensíveis;
- Restrição do uso de ar-condicionado nas unidades administrativas ao horário das 8h às 16h;
- Suspensão de despesas com viagens para congressos e eventos realizados após as 17h;
- Proibição da aquisição de bens não essenciais;
- Redução de serviços de telefonia móvel;
- Diminuição nas ações de manutenção predial e conservação de áreas verdes, com prioridade apenas para emergências.
Paralelamente às medidas de contenção, a UFBA convive com o abandono de nove obras em seu campus. Edificações como o prédio do Instituto de Ciências da Informação (ICI) e o complexo do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) estão há mais de uma década paralisadas, acumulando deteriorações graves e prejuízos milionários.
Nove obras paralisadas na UFBA:
- Construção da Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas;
- Construção do Anexo do Instituto de Física e do Instituto de Química;
- Construção do Edifício Sede da Escola de Música;
- Construção do Complexo do IHAC;
- Reforma e ampliação da Escola de Medicina Veterinária;
- Reforma da Faculdade de Odontologia para instalação do Laboratório de Prótese;
- Construção do prédio Anexo da Escola Politécnica;
- Construção da sede do Instituto de Ciência da Informação (ICI);
- Reforma da fachada da Faculdade de Odontologia.
Segundo informações da própria universidade, problemas como embargos judiciais e descumprimento de contratos por parte das construtoras inviabilizaram a continuidade das obras. Relatórios apontam patologias graves nas estruturas abandonadas, exigindo inspeções emergenciais e reforços estruturais, sem, no entanto, avanços efetivos nas construções.
A UFBA anunciou a previsão de novas licitações apenas para 2026, enquanto a comunidade acadêmica aguarda soluções para os graves problemas estruturais que comprometem o funcionamento da instituição.
Bahia
Bahia: MP pede cassação de vereadores por fraude à cota de gênero
Parecer aponta candidatura fictícia para simular cumprimento do mínimo legal de mulheres na chapa

O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer favorável à cassação dos mandatos dos três vereadores eleitos pelo PSD no município de Pilão Arcado, no norte da Bahia, por fraude à cota de gênero nas eleições de 2024. Os parlamentares alvos da ação são Dadau Alexandre, Cássio Boca e Paulo José. As informação são do site Política Livre.
De acordo com a denúncia acatada pelo MP, o partido teria registrado uma candidatura fictícia com o objetivo exclusivo de aparentar o cumprimento do mínimo de 30% de mulheres exigido por lei nas chapas proporcionais. A ação foi ajuizada pela coligação “Mais Trabalho, Mais Desenvolvimento” e pelo atual prefeito Leosmir Atanazio Gama, então candidato à época.
O parecer do MPE aponta que, após a renúncia da candidata Anatália Lopes da Silva, o PSD substituiu o nome por Andressa Alexandre Silva Pinheiro, que estava com o título de eleitor cancelado. A substituta teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, não fez campanha, não prestou contas e sequer recebeu votos — o que, segundo o órgão, caracteriza uma candidatura fictícia.
“Desconsiderando-se a candidatura, já largamente demonstrada como fictícia, de Andressa Alexandre Silva Pinheiro no pleito de 2024, verifica-se que o PSD concorreu indicando nove candidaturas válidas, sendo sete homens e duas mulheres. Logo, a chapa foi composta por 22% de mulheres, desrespeitando a cota legal de gênero”, destacou a promotora eleitoral Heline Esteves Alves.
Com base em precedentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o MP recomendou a anulação de todos os votos atribuídos ao PSD no pleito proporcional, a cassação dos mandatos dos vereadores eleitos pela legenda e a aplicação de pena de inelegibilidade apenas à candidata envolvida na fraude. Os demais candidatos não foram considerados diretamente responsáveis e não terão a inelegibilidade aplicada.
O parecer será agora analisado pela 195ª Zona Eleitoral de Pilão Arcado, que decidirá sobre a procedência da ação e os desdobramentos jurídicos para os envolvidos.
Bahia
Governo Jerônimo solicita R$ 4,5 bi em empréstimos à ALBA

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), encaminhou à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), nesta quarta-feira (23), dois novos pedidos de empréstimos que, somados, podem chegar a R$ 4,5 bilhões. As propostas foram enviadas em regime de urgência.
O primeiro pedido prevê uma operação de crédito interno com instituições financeiras nacionais, com garantia da União, no valor de até R$ 3 bilhões. O objetivo é quitar precatórios vencidos e não pagos.
Já o segundo pedido, no valor de até R$ 1,5 bilhão, solicita autorização para contratação de empréstimo junto ao Banco do Brasil. Os recursos, segundo o governo, serão destinados a obras de Mobilidade Urbana e Interurbana, Infraestrutura Viária, Hídrica e Urbana.
Essas novas solicitações chegam poucas semanas após o envio do primeiro pedido de empréstimo de 2025, que prevê R$ 600 milhões em crédito externo junto à Caixa Econômica Federal, dentro do Programa de Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (FINISA). O montante seria usado em projetos de mobilidade urbana, incluindo as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Com esses novos pedidos, a gestão Jerônimo Rodrigues já acumula 16 solicitações de empréstimo enviadas à ALBA em menos de dois anos de governo.
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