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Política

Renan critica Lula, mas admite: “Difícil derrotá-lo em 2026”

Senador do MDB aponta falhas na gestão petista e considera nomeação de Marina Silva um erro, mas reconhece força política de Lula rumo à reeleição.

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Renan Calheiros: Foto: Cristiano Mariz

Durante um almoço com empresários promovido pela Casa ParlaMento, braço político da Esfera Brasil, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez duras críticas à condução do governo Lula, mas reconheceu a força eleitoral do presidente para as eleições de 2026. Para o emedebista, apesar das falhas na gestão, será “muito difícil derrotar Lula” caso ele decida disputar a reeleição.

Renan afirmou que o governo federal “não tem um plano claro de desenvolvimento para o país” e apontou a ausência de gestores capacitados como entrave à implementação de programas prioritários do Executivo. O senador também criticou diretamente a condução da política ambiental, classificando como “o maior erro” da gestão Lula a escolha de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente.

“É tempo perdido esperar por soluções da ministra Marina. Isso não será recuperado no futuro. O Congresso pode ajudar. Já sugerimos ao presidente Lula que o Senado designe um relator para sistematizar os projetos em tramitação sobre licenciamento ambiental, com foco na necessidade de investimentos”, afirmou.

Mesmo com as críticas, Renan não deixou de reconhecer o capital político de Lula. Segundo ele, o presidente ainda tem margem para recuperar a avaliação popular e fortalecer sua candidatura à reeleição. “A avaliação tende a melhorar, e ainda há muito a ser feito até a eleição. Lula é um candidato forte, e será muito difícil vencê-lo”, declarou.

O senador também comentou o cenário da oposição e destacou a dificuldade da direita em se unificar em torno de um nome competitivo. Para ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o nome com maior potencial de votos no campo conservador. No entanto, ponderou:

“Entendo que o governador não irá para uma aventura eleitoral. Se houver risco de derrota, deve optar pela reeleição em São Paulo”.

Durante o evento, Renan ainda defendeu seu projeto de resolução que propõe um prazo de 15 anos para o governo federal reduzir a dívida consolidada da União, limitando-a a no máximo quatro vezes a receita corrente líquida — hoje, essa proporção está em cerca de sete vezes.

Redação Saiba+

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Política

Lula diz que é presidente por “milagre” e dispara contra extrema direita

Durante cerimônia em Minas Gerais, presidente afirma que pode disputar um quarto mandato e critica Bolsonaro e a ausência de Romeu Zema no evento.

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Presidente Lula durante viagem a França na semana passada - Ludovic Marin - 9.jun.25/AFP

Em um discurso marcado por referências religiosas e provocações políticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (12) que sua presença na Presidência da República é um milagre. A fala ocorreu durante cerimônia em Minas Gerais, voltada ao acordo de reparação da tragédia de Mariana.

“Duvido que tenha um presidente que tenha feito metade do que eu fiz. Sou um cara agradecido a Deus. Um cara filho da Dona Lindu virar presidente só pode ser milagre. Uma, duas, três vezes, e se duvidar é a quarta vez. Se preparem, esse país não vai cair na mão da extrema direita”, afirmou Lula, em tom enfático.

O presidente ainda criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionando a falta de entregas do seu antecessor no estado mineiro. “Eu duvido que vocês digam, mesmo aquele que for mais bolsonarista, que diga uma obra que o Bolsonaro fez em Minas”, provocou.

Lula também exaltou programas de sua gestão, destacando o retorno de iniciativas sociais abandonadas no governo anterior. “Nós estamos fazendo um milagre nesse país. Primeiro recuperamos várias coisas que tinham acabado, como o Minha Casa Minha Vida, que vamos entregar 3 milhões de casas até o fim do mandato”, declarou, reforçando o tom messiânico do discurso.

O evento, porém, foi marcado pela ausência do governador de Minas, Romeu Zema (Novo). A não participação do chefe do Executivo estadual gerou críticas públicas por parte de ministros do governo federal, que acusaram o governador de boicote institucional e desrespeito à população mineira.

Redação Saiba+

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Política

Depoimentos no STF escancaram contradições, piadas e estratégias frágeis

De bom humor de Moraes a “sincericídio” de Heleno, interrogatórios revelam falas comprometedoras, tentativas de distorção da legalidade e comportamento dúbio de Bolsonaro e militares acusados de golpismo

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O ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF - Andre Borges/EFE

O interrogatório dos oito réus do núcleo central da suposta trama golpista, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, evidenciou posturas contrastantes e falas comprometedoras. As audiências, realizadas nos dias 9 e 10 de junho, colocaram frente a frente o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais, ex-ministros e o delator Mauro Cid. A seguir, os principais destaques, separados por tópicos:


1. Alexandre de Moraes adota tom irônico e bem-humorado com réus

Em contraste com o tom severo adotado com testemunhas, Alexandre de Moraes surpreendeu ao conduzir os interrogatórios com descontração, piadas e permissividade.

  • No depoimento de Mauro Cid, quando este relatou que o decreto golpista previa a prisão apenas de Moraes, o ministro respondeu em tom irônico: “Os outros receberam um habeas corpus”, arrancando risos do plenário.
  • Com o advogado do general Heleno, que reclamou do horário, Moraes disse: “O senhor tem quarta-feira para um brunch, quinta para jantar e sexta para quermesse.”
  • Bolsonaro também entrou na brincadeira e chegou a convidar Moraes para ser seu vice em 2026. “Declino novamente”, respondeu o ministro.

Esses momentos revelam uma postura atípica, em total contraste com o comportamento adotado nos depoimentos de testemunhas, como o ex-ministro Aldo Rebelo e o general Freire Gomes, quando Moraes chegou a ameaçar prisão e acusou advogados de tentar fazer “circo”.


2. Augusto Heleno se contradiz e enfraquece própria defesa

O general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, adotou uma estratégia de silêncio parcial, mas acabou se atrapalhando com as próprias palavras e prejudicando sua defesa.

  • Heleno alegou que não tomou medidas ilegais por “falta de clima” e chegou a dizer que “tinha que aceitar” o resultado das eleições, revelando uma postura de resignação forçada, não de convicção democrática.
  • Em outra fala polêmica, mencionou a necessidade de uma “virada de mesa” antes das eleições, expressão associada diretamente à ruptura institucional.
  • Especialistas apontam que Heleno cometeu um “sincericídio” ao indicar que só não houve golpe por ausência de condições políticas e apoio militar.

O general também confirmou que havia militares mobilizados em direção à trama golpista, embora dissesse estar afastado desses grupos.


3. Bolsonaro reforça narrativa militar e tenta justificar ilegalidades

O ex-presidente Jair Bolsonaro adotou uma retórica que mistura legalismo militar com distorção da Constituição para tentar justificar as reuniões sobre estado de sítio.

  • Em depoimento, afirmou ter considerado alternativas “dentro das quatro linhas”, mas admitiu que “abandonou” essas ideias ao perceber o “ocaso” de seu governo.
  • Especialistas afirmam que Bolsonaro e Mauro Cid utilizam uma noção deturpada de legalidade, chamada de “legalidade instrumental”, típica da cultura militar, em que a cadeia de comando se sobrepõe à Constituição.
  • Bolsonaro também mentiu ao justificar cortes de verbas na imprensa, alegando motivos fiscais, quando os fatos indicam perseguição deliberada aos meios de comunicação.

A tentativa de sustentar um discurso de respeito à Constituição enquanto discutia medidas autoritárias fragiliza a defesa do ex-presidente e reforça os argumentos da acusação.


4. Legalidade instrumental e a lógica militar do golpismo

Um ponto central dos interrogatórios foi a revelação de como setores militares interpretam a legalidade sob uma ótica hierárquica e autoritária.

  • Mauro Cid afirmou que militares não agiriam sem ordem superior, mesmo com suspeitas sobre o processo eleitoral.
  • A visão de que “o presidente pode ordenar e os militares apenas cumprem” entra em choque com o princípio constitucional de que “nenhuma ordem inconstitucional deve ser cumprida”.
  • Especialistas apontam que essa cultura ainda resiste nas Forças Armadas por falta de reformas profundas na educação militar pós-ditadura.

A deturpação da legalidade constitucional democrática é vista como uma das bases da tentativa de golpe, onde se busca legitimar o rompimento institucional com roupagem jurídica.

Redação Saiba+

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Política

“Reação muito ruim”: Motta critica medidas de Haddad

Presidente da Câmara se opõe ao fim da isenção de IR sobre LCAs e LCIs e cobra responsabilidade fiscal do governo antes de propor aumento de tributos

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Hugo Motta em evento do Valor nesta segunda (9) - Rogerio Vieira/Valor

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), subiu o tom contra a equipe econômica do governo federal nesta quarta-feira (11) e criticou publicamente as propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visam compensar o fim da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo Motta, as medidas anunciadas, como o fim da isenção do Imposto de Renda sobre Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e do setor imobiliário (LCI), devem enfrentar “reação muito ruim” no Congresso Nacional.

Durante o 2º Brasília Summit, organizado pelo Lide em parceria com o Correio Braziliense, o presidente da Câmara foi enfático ao afirmar que não serve a projeto político do governo e que sua prioridade é garantir estabilidade e crescimento para o país. Ele destacou que as propostas, além de impopulares, não foram discutidas com o Legislativo.

“Já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter reação muito ruim não só dentro do Congresso, mas também no empresariado”, disse Motta. Ele ressaltou que LCAs e LCIs são fundamentais para o financiamento de setores estratégicos da economia, especialmente num cenário de juros elevadíssimos.

Motta também criticou a postura do governo em insistir no aumento de tributos sem promover cortes ou reorganizações internas.

Apresentar ao setor produtivo qualquer solução com aumento de tributos, sem o governo fazer o mínimo dever de casa, não será bem aceito nem pelo setor produtivo nem pelo Parlamento”, afirmou.

A Medida Provisória com as alternativas à manutenção da arrecadação, que pode ser publicada ainda hoje no Diário Oficial da União, enfrenta resistência também entre líderes do Centrão, que demonstraram insatisfação com a falta de diálogo prévio e os impactos eleitorais das medidas.

Entre os pontos mais criticados estão, além do fim das isenções de IR para LCIs e LCAs, o aumento da tributação sobre apostas esportivas (“bets”) e a criação de diferentes alíquotas para fintechs e bancos, o que é visto como uma forma de desequilibrar o setor financeiro sem justificativa técnica clara.

Nos bastidores, parlamentares afirmam que Haddad não consultou o Congresso antes de divulgar as propostas, o que gerou desconforto até entre aliados do governo. A repercussão negativa pode dificultar a tramitação da MP e forçar o Planalto a rever ou negociar pontos cruciais do texto.

Redação Saiba+

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