Brasil
STF retoma caso Débora; Cármen Lúcia pode decidir pena
Ministro Luiz Fux sugere pena menor e julgamento da mulher que pichou a estátua “A Justiça” será decidido em sessão virtual até 6 de maio

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira (25) o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua “A Justiça” durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O julgamento, que havia sido interrompido por pedido de vista do ministro Luiz Fux, deve ser concluído até 6 de maio, em sessão virtual.
O ministro Fux anunciou voto divergente, sugerindo uma pena menor que os 14 anos propostos anteriormente por Alexandre de Moraes. A decisão final dependerá do voto da ministra Cármen Lúcia, que até agora tem acompanhado Moraes nas decisões sobre os atos antidemocráticos.
Débora responde pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio público e deterioração de bem tombado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende sua condenação não apenas pelo ato simbólico da pichação, mas por sua participação no movimento que buscava a ruptura institucional.
O julgamento já conta com votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino pela condenação a 14 anos. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Turma, tende a sugerir pena de 11 anos, alinhada ao entendimento que tem adotado para réus sem envolvimento direto na destruição de prédios públicos.
A expectativa é que Cármen Lúcia mantenha a linha dura adotada em outros casos, consolidando a condenação de Débora.
A acusada chegou a ser mantida presa por dois anos e teve prisão domiciliar concedida apenas em março deste ano. A decisão foi tomada por Alexandre de Moraes, considerando o tempo já cumprido, a ausência de provas de invasão e o fato de Débora ser mãe solo.
Em depoimento, Débora pediu desculpas e relatou que agiu “no calor do momento”, afirmando ter ajudado a concluir a frase escrita por outro manifestante na estátua, sem compreender a gravidade do ato.
O caso tornou-se símbolo no debate sobre os limites da responsabilização individual nos atos de 8 de janeiro, especialmente diante da pressão de setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro por uma anistia ampla aos envolvidos.
A decisão da Primeira Turma do STF poderá servir de parâmetro para os julgamentos que ainda estão por vir.
Brasil
Governo muda regra e retira exigência de devolução de bens por ONGs
Mesmo com alerta técnico sobre risco de desvios, gestão Lula flexibiliza controle sobre patrimônio público em repasses a organizações; oposição promete reação no Congresso

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ignorou um parecer técnico da consultoria jurídica do Ministério do Planejamento que alertava para o risco de prejuízo aos cofres públicos com a mudança das regras para repasses de verbas a ONGs. A proposta, enviada ao Congresso como parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, retira a obrigatoriedade de devolução dos bens adquiridos com recursos públicos, mesmo em casos de desvio ou uso indevido.
Segundo o documento técnico, a exclusão da chamada “cláusula de reversão patrimonial” — mecanismo que garante o retorno dos bens ao poder público — cria um ambiente propício a desvios e contraria os princípios constitucionais da moralidade, eficiência e economicidade. A medida foi apontada como um risco à boa governança.
“A cláusula de reversão é uma garantia real em favor do poder público. Sua exclusão elimina o principal mecanismo de salvaguarda patrimonial e permite a apropriação privada de bens públicos”, destaca o advogado da União Edilson Pereira de Oliveira Filho, coordenador de Assuntos Legislativos da Consultoria Jurídica do Ministério do Planejamento.
A proposta do governo ocorre no momento em que os repasses federais a ONGs estão em alta histórica. O argumento oficial do Ministério do Planejamento é que nem sempre a devolução dos bens é vantajosa à União, pois os itens muitas vezes não teriam utilidade ou gerariam custos adicionais para a administração pública.
Apesar da justificativa, o recuo foi criticado até por técnicos da Câmara dos Deputados. Em parecer, a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara afirmou que a mudança fragiliza os mecanismos de proteção ao patrimônio público e abre brechas para o uso indevido dos recursos, especialmente após o fim dos convênios.
“Elimina-se desnecessariamente uma ferramenta essencial de controle. O texto atual da LDO 2026 troca a exigência clara por uma norma genérica, que pode resultar na doação automática dos bens, sem fiscalização adequada”, alerta o parecer da Câmara.
Inicialmente, o governo havia cogitado dispensar também certidões negativas e a comprovação de capacidade técnica por parte das ONGs, mas esses dois pontos foram mantidos após críticas internas. No entanto, a cláusula de reversão patrimonial, tradicional nas LDOs desde pelo menos 2015, foi retirada da versão final.
Em nota, o Ministério do Planejamento afirmou que “nem sempre a devolução de bens atende ao interesse público” e que outros instrumentos legais podem ser usados para garantir a restituição de valores, se necessário. A pasta não respondeu por que a cláusula foi excluída, mesmo diante dos alertas técnicos.
Deputados da oposição já se mobilizam para tentar reincluir a cláusula no texto da LDO durante a tramitação no Congresso, marcada para ocorrer até julho. A avaliação é que o texto como está abre margem para desvios e enfraquece a fiscalização, justamente em um momento de aumento dos repasses e desconfiança com o uso de recursos públicos.
Brasil
Santa Catarina lidera como o estado mais seguro do Brasil
Com baixa criminalidade, alto índice de resolução de homicídios e investimento em tecnologia e gestão, SC mostra que segurança pública é questão de prioridade

Mesmo após uma sequência de crimes passionais ocorridos no início de junho, Santa Catarina manteve o posto de estado mais seguro do Brasil, conforme aponta o Atlas da Violência 2025, elaborado pelo IPEA em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com uma taxa de 9 homicídios para cada 100 mil habitantes, o estado catarinense se destaca por unir qualidade de vida, indicadores sociais positivos e investimentos robustos em segurança pública.
Em Santa Catarina um cabo da PM chega a ganhar quase R$ 10 mil após reajuste e mais de 77% dos homicídios são solucionados — uma marca comparável a países desenvolvidos. No Brasil, a média de resolução é de apenas 39%. O resultado vem de investimento em tecnologia, gestão eficiente e valorização das forças de segurança, com reajustes salariais aprovados pela Assembleia Legislativa e programas de monitoramento inteligente, como o uso de câmeras com reconhecimento facial em eventos públicos.
“Quando a polícia tem investimento, boa gestão e funciona, os índices caem. Não tem milagre”, afirma Jorge Talarico Junior, especialista em segurança pública.
Na Bahia, porém, os números mostram o contrário.
Segundo os últimos dados disponíveis do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia lidera o ranking nacional de mortes violentas intencionais, com cerca de 47 homicídios para cada 100 mil habitantes, mais de cinco vezes a taxa de SC. Além disso, os baixos índices de escolaridade, o desemprego elevado e a informalidade dificultam ainda mais o avanço no combate ao crime.
Santa Catarina também é exemplo nos indicadores sociais:
- Menor taxa de desemprego do país (3%), contra mais de 14% na Bahia;
- Menor índice de analfabetismo (2,7%), enquanto a Bahia ultrapassa os 13%;
- Renda média domiciliar de R$ 2.601, muito acima da média baiana;
- Apenas 4,4% das famílias recebem Bolsa Família, em contraste com os quase 30% dos domicílios baianos.
“Vivemos um contraste. Enquanto o Brasil é reconhecido como um dos países mais violentos do mundo, Santa Catarina segue na contramão desses indicadores”, afirmou o secretário catarinense de Segurança Pública, Flávio Graff.
Brasil
Haddad sai de cena enquanto governo retoma pagamentos do Auxílio Gás
Enquanto o ministro da Fazenda inicia período de férias, mais de 5 milhões de famílias voltam a receber o benefício do Auxílio Gás a partir desta segunda-feira (16)

Em meio a uma economia instável e críticas à condução fiscal do país, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inicia oficialmente seu período de férias nesta segunda-feira (16). A ausência acontece num momento em que o governo federal retoma os pagamentos do Auxílio Gás, benefício essencial para mais de 5,37 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social.
O valor repassado neste mês será de R$ 108, correspondente ao preço médio do botijão de 13 kg de gás de cozinha, calculado com base nos últimos seis meses pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O benefício é depositado a cada dois meses e segue o cronograma escalonado conforme o Número de Identificação Social (NIS) dos beneficiários.
Veja o calendário de pagamentos do Auxílio Gás para junho de 2025:
- NIS final 1: 16/06
- NIS final 2: 17/06
- NIS final 3: 18/06
- NIS final 4: 20/06
- NIS final 5: 23/06
- NIS final 6: 24/06
- NIS final 7: 25/06
- NIS final 8: 26/06
- NIS final 9: 27/06
- NIS final 0: 30/06
Para consultar o benefício, os cidadãos podem utilizar os aplicativos Bolsa Família, CAIXA Tem, o Portal Cidadão, ou o telefone 111. O número do NIS também pode ser encontrado no Cartão Cidadão, Carteira de Trabalho (física ou digital), no site e app do Meu INSS, ou presencialmente nas agências da Caixa Econômica.
Quem tem direito ao Auxílio Gás?
É necessário estar com o cadastro atualizado no CadÚnico e possuir renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 759). Famílias que já recebem o Bolsa Família ou outro benefício de transferência de renda também estão aptas ao programa, que não computa o valor do auxílio como parte da renda familiar.
A retomada do pagamento ocorre paralelamente ao recesso do ministro da Fazenda, em um momento de pressão sobre as metas fiscais, com o crescimento das críticas sobre a condução econômica do governo Lula. Haddad deixa temporariamente o posto em meio a incertezas e discussões sobre cortes no Orçamento e novas taxações.
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