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Putin propõe pausa na guerra; Ucrânia exige trégua imediata

Cessar-fogo proposto por Putin coincide com celebrações da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, mas Ucrânia pressiona por interrupção imediata dos ataques.

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Putin disse a enviado dos EUA que está disposto a conversar com Ucrânia 'sem pré-condições' / Foto: Gavriil Grigorov / POOL / AFP

MOSCOU, 28 de abril — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou um cessar-fogo de três dias na guerra com a Ucrânia, programado para ocorrer entre 8 e 10 de maio. A medida foi justificada como parte das celebrações do 80º aniversário da vitória da União Soviética e seus aliados na Segunda Guerra Mundial.

De acordo com o Kremlin, o cessar-fogo de 72 horas abrangerá as datas de 8 e 9 de maio — quando o presidente russo receberá líderes internacionais em Moscou, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping — e se estenderá até 10 de maio. As celebrações marcam a vitória histórica sobre a Alemanha nazista, um dos eventos mais emblemáticos para o governo russo.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, criticou o anúncio e afirmou que, se a Rússia realmente deseja a paz, deveria cessar suas operações militares imediatamente. “Por que esperar até 8 de maio?”, questionou Sybiha em postagem na rede social X (antigo Twitter). O diplomata reforçou que qualquer cessar-fogo precisa ser “real, e não apenas para um desfile”.

A Casa Branca também se manifestou sobre o tema. Segundo fontes oficiais, o presidente Donald Trump teria defendido a necessidade de um cessar-fogo permanente entre Rússia e Ucrânia, reiterando a crescente impaciência dos Estados Unidos com a falta de avanços reais rumo à paz.

O Kremlin, em comunicado oficial, reforçou que “todas as ações militares estão suspensas por este período” e afirmou esperar que a Ucrânia siga o exemplo. Além disso, declarou novamente a “prontidão para negociações de paz sem pré-condições”, visando eliminar as causas profundas da crise ucraniana e construir uma interação construtiva com parceiros internacionais.

Apesar da sinalização, a realidade política complica as possibilidades de diálogo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recordou que a Ucrânia tem uma “proibição legal” de negociar com Putin, referindo-se ao decreto assinado em 2022 pelo presidente Volodymyr Zelenskiy, após a anexação russa de quatro regiões ucranianas — ato amplamente condenado pela comunidade internacional.

A Ucrânia, por sua vez, acusa Moscou de tentar apenas ganhar tempo para consolidar ganhos territoriais e pede uma pressão internacional ainda mais intensa para que a Rússia encerre definitivamente suas ofensivas. Kiev também rejeita qualquer concessão que envolva a entrega da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e já deixou claro que tal decisão violaria sua Constituição.

Em meio ao impasse, cresce a expectativa global sobre a possibilidade de avanços concretos em direção a um acordo de paz — e se o cessar-fogo anunciado por Putin representa um gesto sincero ou apenas uma manobra estratégica para aliviar as pressões internacionais.

Redação Saiba+

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Milei obtém vitória legislativa crucial e fortalece rumo do governo argentino

Com cerca de 40% dos votos, o presidente Javier Milei e seu partido garantem base ampliada no Congresso e reforçam a agenda de reformas

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O presidente da Argentina, Javier Milei, comemora os resultados das eleições legislativas Foto: Luis Robayo/AFP

O presidente Javier Milei alcançou uma vitória significativa nas eleições legislativas da Argentina, em que seu partido, La Libertad Avanza, obteve cerca de 40,8% dos votos, superando a oposição peronista e garantindo uma nova condição de poder no Parlamento.

Essa conquista representa um avanço estratégico para o governo, pois permite maior fôlego institucional para impulsionar sua agenda de reformas econômicas, além de reduzir a vulnerabilidade frente a vetos ou entraves parlamentares.

Mesmo sem alcançar absoluta maioria, o resultado dá ao presidente Milei maior credibilidade política e um mandato reforçado para atuar no Congresso. Analistas indicam que o desempenho eleitoral neutraliza o risco de estagnação político-legislativa e abre caminho para o endurecimento ou aceleração de propostas como reformas fiscais, privatizações e abertura de mercados.

A vitória também marca simbolicamente uma virada em relação à derrota sofrida recentemente na província de Buenos Aires, considerada tradicional bastião opositor, na qual Milei havia sido superado por mais de 10 pontos percentuais. Neste pleito, contudo, a base governista conseguiu recuperar terreno e consolidar sua atuação em províncias-chave e grandes centros eleitorais.

Para o mercado, o resultado é interpretado como sinal positivo de estabilidade política e possibilidade de maior previsibilidade nas decisões econômicas. Ao mesmo tempo, cresce a pressão sobre o governo para que traduza o triunfo em avanços concretos para a sociedade – sobretudo em meio a inflação alta, desemprego e insatisfação popular.

Em suma, o governo de Javier Milei sai das urnas com uma base legislativa reforçada, mas entra numa nova fase em que será exigido entregar resultados. A vitória amplia seu horizonte de atuação, mas também amplia as expectativas de governança e eficácia.

Redação Saiba+

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Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social

Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

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O presidente Javier Milei segura um megafone ao participar de um comício de campanha em Tres de Febrero, na província de Buenos Aires Foto: Rodrigo Abd/AP

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.

A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.

A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.

No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.

Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.

Redação Saiba+

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Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

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Fumaça é vista em Khan Younis, no sul de Gaza, após ataque israelense - 20.out.25/Reuters

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.

De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.

Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.

Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.

A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.

O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.

O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.

Redação Saiba+

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