Política
Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação e planeja articulação política na Europa
Deputada bolsonarista diz que vai morar no exterior para fortalecer a direita e denuncia perseguição política; PGR avalia possível fuga da execução da pena

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a parlamentar, o motivo oficial da viagem foi buscar tratamento médico, mas ela também revelou a intenção de residir na Europa e atuar politicamente no continente.
Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, Zambelli afirmou que vai pedir licença não remunerada da Câmara dos Deputados e que sua nova missão será fortalecer o conservadorismo na Europa, à semelhança do que vem sendo feito pelo também deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
“Quero estar nos principais lugares, falar com o povo francês, ajudar o Chega em Portugal. O conservadorismo precisa avançar e o globalismo recuar”, declarou.
Ela destacou ainda que irá criar conexões com lideranças estrangeiras para denunciar o que chama de “perseguição política” no Brasil e mencionou Georgia Meloni, primeira-ministra da Itália, e os governos da Espanha e França como alvos de seu ativismo.
A fala ocorre em meio à repercussão de sua condenação por participação no ataque hacker ao CNJ, no qual foi inserido um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal (PF) apontou que documentos encontrados com Zambelli coincidiam com os arquivos manipulados no ataque, indicando sua participação direta no crime. A pena inclui, além da prisão, perda do mandato, que depende de confirmação da Câmara.
A deputada também é ré em outro processo no STF por porte ilegal de arma e constrangimento com uso de arma de fogo, após perseguição armada a um cidadão na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Há maioria formada para condená-la nesse caso, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.

PGR avalia medidas diante da saída do Brasil
Diante do anúncio de Zambelli, a Procuradoria-Geral da República (PGR) iniciou a análise de possíveis medidas legais. O órgão avalia se a viagem ao exterior configura tentativa de fuga da execução da pena. Caso se confirme essa hipótese, a prisão preventiva da parlamentar poderá ser solicitada ao STF.
Não há prazo definido para o fim da análise, mas a situação aumenta a pressão sobre o Legislativo e o Judiciário, que precisam decidir os próximos passos sobre o cumprimento da pena e a cassação do mandato.
Eduardo Bolsonaro e o “caminho asfaltado” nos EUA
Zambelli disse que escolheu a Europa porque “o caminho nos Estados Unidos já está asfaltado”, em referência ao trabalho de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que vivem nos EUA e atuam contra autoridades brasileiras. Eduardo está sendo investigado pela PGR por possíveis crimes como coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, após pedir sanções contra autoridades brasileiras.
A deputada concluiu a entrevista dizendo que quer “voltar a ser a Carla de antes”, e que foi transformada em bode expiatório pela derrota de Bolsonaro em 2022. Em preparação para seu afastamento, Zambelli emancipou o filho de 17 anos para que ele possa disputar uma vaga nas eleições de 2026, segundo afirmou, com o objetivo de preservar seu capital eleitoral.
Política
STF determina prisão, extradição e perda de mandato de Zambelli
Decisão de Alexandre de Moraes é definitiva e inclui extradição e comunicação imediata ao presidente da Câmara

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu neste sábado (7) a decisão definitiva que determina a prisão imediata, extradição e perda do mandato parlamentar da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A ordem inclui notificação ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para providências quanto à vacância do cargo.
A medida ocorre um dia após a Primeira Turma do STF rejeitar, por unanimidade, os recursos apresentados por Zambelli e pelo hacker Walter Delgatti Neto, confirmando suas condenações pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“A extrema gravidade dos atos e sua repercussão institucional exigem resposta firme e definitiva do Judiciário”, declarou Moraes, em sua manifestação.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão em regime fechado, além da cassação do mandato. Já Delgatti recebeu pena de oito anos e três meses de reclusão. Ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento direto em uma operação ilegal que gerou falsos alvarás de soltura e mandados de prisão, visando criar instabilidade no sistema judiciário brasileiro.
Segundo a PGR, Zambelli teria comandado a ação criminosa, com ajuda de Delgatti, visando manipular sistemas do CNJ e gerar uma série de documentos fraudulentos que pudessem comprometer a credibilidade do Judiciário.
O julgamento dos recursos, realizado de forma virtual, teve votação unânime com os ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia acompanhando o relator, Moraes. O ministro afirmou ainda que as defesas “revelam mero inconformismo com a conclusão adotada e tentam rediscutir pontos já pacificados pela Corte”.
A condenação definitiva encerra o processo, não cabendo mais recursos por parte dos réus.
Política
Lula se hospeda em hotel de luxo com diária de até R$ 35 mil durante visita à França
Presidente defende viagens internacionais como estratégia para atrair investimentos; só em Paris, empresas francesas anunciaram R$ 100 bilhões em aportes no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou neste sábado (7) à cidade de Nice, no sul da França, onde dará continuidade à sua agenda internacional até segunda-feira (9). O local escolhido para hospedagem foi o hotel Le Negresco, um dos mais luxuosos da região, com diárias que variam entre R$ 6.700 e R$ 35,7 mil.
Fundado em 1913 e famoso pela decoração com obras de arte do século 18 e vista para o Mar Mediterrâneo, o hotel foi cercado por um forte esquema de segurança, com acesso da imprensa limitado. Lula está acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), além de ministros e parlamentares.
Antes de chegar a Nice, o presidente esteve em Paris, onde participou de diversos compromissos diplomáticos e culturais, incluindo um jantar de Estado oferecido pelo presidente francês Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Paris 8. A Torre Eiffel chegou a ser iluminada com as cores do Brasil em homenagem à visita.
Críticas ao custo da viagem e ao luxo da hospedagem foram rebatidas por Lula. “Eu não sei quanto eu estou gastando, mas sei quanto estou levando de volta para o Brasil”, disse, em referência aos R$ 100 bilhões em investimentos anunciados por 15 empresas francesas durante o Fórum Econômico Brasil-França.
“O Brasil precisa deixar de ser pequeno. Os nossos embaixadores pelo mundo precisam pensar grande”, reforçou o presidente, ao justificar a presença em eventos internacionais como forma de atrair investimentos e fortalecer a imagem do país.
A agenda internacional de Lula inclui ainda uma ida ao Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco, neste domingo (8), além da Conferência da ONU sobre o Oceano, marcada para segunda-feira (9) em Nice. Antes de retornar ao Brasil, Lula também visitará a sede da Interpol, em Lyon, cujo secretário-geral é o brasileiro Valdecy Urquiza, eleito em 2023 com apoio do governo federal.
Com a visita à França, Lula completa 34 países visitados em dois anos e meio de mandato, superando seus antecessores mais recentes, mas ainda abaixo do ritmo do seu primeiro mandato, quando passou por 45 países em período semelhante.
Política
Lula diz que extrema direita não voltará ao poder e evita falar de Haddad em 2026
Durante evento em Paris, presidente reforça discurso contra opositores e desconversa sobre possível candidatura do ministro da Fazenda nas próximas eleições

Em entrevista concedida neste sábado (7) em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar que “a extrema direita não voltará a governar o Brasil” e fez críticas contundentes aos adversários políticos. A declaração foi dada em resposta a uma pergunta sobre a estratégia eleitoral do governo para 2026 e a possibilidade de Fernando Haddad se candidatar a cargos majoritários.
“Estou te dizendo, olhando bem nos seus olhos: a extrema direita não ganhará as eleições no Brasil”, declarou o presidente, batendo com o dedo médio no púlpito, em tom firme. Lula acusou os opositores de adotarem um discurso “negacionista, mentiroso e muitas vezes até canalha”.
Ao ser questionado diretamente sobre uma eventual candidatura de Haddad a governador ou senador por São Paulo, Lula desconversou: “Você acha que eu seria louco de responder isso agora?”, disse, sorrindo. Em seguida, afirmou que só discutirá eleições em 2026 no próprio ano eleitoral, respeitando o tempo político.
“Quando chegar o momento exato, a gente vai escolher as opções. Temos que fazer um mapeamento real do Brasil, ver quem é melhor em cada lugar. Eles querem eleger senadores, governadores, deputados… e eu também quero”, afirmou o presidente.
Durante a fala, Lula também reforçou críticas às fake news e alertou sobre o uso de inteligência artificial nas campanhas eleitorais da oposição. “Não vai ser IA ou fake news que vai eleger alguém. Sem respeitar os movimentos sociais, as mulheres, os negros e os indígenas, eles não vão ganhar”, concluiu.
Sobre temas econômicos, Lula garantiu que há acordo com o Congresso sobre uma alternativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, tudo está resolvido desde a reunião de 30 de maio com o ministro Haddad e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
“Vai acontecer exatamente aquilo que nós acertamos. Sem briga, sem conflito. Apenas fazendo o que tem que ser feito”, finalizou.
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