Brasil
Nenhuma escola pública baiana entre as 50 melhores do Enem
Levantamento do MEC mostra que instituições privadas dominam ranking; apenas três escolas públicas aparecem na lista, todas fora da Bahia

A lista das 50 escolas com as maiores notas no Enem 2024, divulgada nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC), escancarou um dado preocupante: nenhuma escola da Bahia aparece entre as melhores do país. Além disso, apenas três escolas públicas figuram no ranking, todas pertencentes à rede federal e localizadas em Santa Maria (RS), Angra dos Reis (RJ) e Viçosa (MG).
O levantamento, organizado com base nos dados oficiais do MEC, comprova a hegemonia de colégios privados no topo do desempenho nacional. Instituições de Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo e Teresina ocupam a maioria das posições mais altas, com destaque para colégios como Farias Brito, Christus, Etapa e Bernoulli.
Para especialistas, os números expõem a desigualdade educacional no Brasil e colocam em xeque a efetividade das políticas públicas em estados como a Bahia, onde a rede estadual amarga baixos índices no IDEB e desempenho insuficiente no ENEM, mesmo com tentativas recentes de reformulação — como a controversa Portaria 190/2024, que permite a aprovação automática de estudantes, criticada por professores e parlamentares.
As três escolas públicas que aparecem na lista — Colégio Naval, Colégio de Aplicação da UFV e Colégio Politécnico da UFSM — se destacam por seu caráter federal, seletivo e com estrutura muito superior à média da rede pública tradicional.
A ausência de qualquer escola baiana na lista reforça os alertas sobre o estado da educação no território baiano e a necessidade de ações mais eficazes para garantir ensino de qualidade, com avaliação séria, valorização dos professores e infraestrutura compatível com as exigências do século 21.
O dado, embora esperado por muitos educadores, é alarmante. “A Bahia não pode continuar fingindo que está tudo bem enquanto coleciona os piores indicadores de ensino do Brasil”, disse recentemente o deputado estadual Diego Castro, que apresentou projeto para revogar a política de aprovação automática nas escolas estaduais.
Veja lista completa abaixo:
- Colégio de Aplicação Farias Brito – Fortaleza (CE)
- Colégio Christus – Pré-Universitário – Fortaleza (CE)
- Colégio Classe A – Campo Grande (MS)
- Colégio Ari de Sá Cavalcante – Unidade: Major Facundo – Fortaleza (CE)
- Colégio Farias Brito – Pré-Universitário – Fortaleza (CE)
- Colégio Alfa CEM Bilíngue – Unidade: Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ)
- Coleguium Ouro Preto Integral – Belo Horizonte (MG)
- Colégio Ari de Sá – Unidade: Mário Mamede – Fortaleza (CE)
- Instituto Educacional São José – Teresina (PI)
- Colégio Santo Antônio – Belo Horizonte (MG)
- Colégio Equipe – Belém (PA)
- Colégio Objetivo Integrado – São Paulo (SP)
- Colégio Ciências Aplicadas – Natal (RN)
- Colégio Etapa – Unidade: Vila Mariana – São Paulo (SP)
- Colégio Fibonacci – Ipatinga (MG)
- Instituto Dom Barreto – Teresina (PI)
- Colégio Master – Fortaleza (CE)
- Colégio Bernoulli – Belo Horizonte (MG)
- Colégio Ipiranga – Petrópolis (RJ)
- Colégio e Curso Pensi – Unidade: Icaraí – Niterói (RJ)
- Colégio Objetivo Integrado – Mogi das Cruzes (SP)
- Colégio e Curso Pensi – Unidade: Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)
- Colégio Pódion – Brasília (DF)
- Colégio Pro Campus – Teresina (PI)
- Colégio de São Bento – Rio de Janeiro (RJ)
- Colégio Unigran – Unidade II – Dourados (MS)
- Sistema Elite de Ensino – Unidade: Madureira – Rio de Janeiro (RJ)
- Escola Madre Maria Villac – Teresina (PI)
- Colégio Bernoulli – Salvador (BA)
- * Colégio de Aplicação da UFV – Viçosa (MG)
- * Colégio Politécnico da UFSM – Santa Maria (RS) – Público
- Colégio Cognitivo – Recife (PE)
- Colégio Antares – Fortaleza (CE)
- Colégio Olimpo – Brasília (DF)
- Colégio Bionatus – Unidade: Vila Santerio – Campo Grande (MS)
- Colégio Santa Marcelina – Belo Horizonte (MG)
- Colégio Vértice – Unidade II – São Paulo (SP)
- Colégio Cognitivo – Recife (PE)
- Colégio Etapa – Valinhos (SP)
- Colégio Alfa CEM Bilíngue – Rio de Janeiro (RJ)
- Colégio Poliedro – Unidade: Centro – Campinas (SP)
- Colégio WR – Goiânia (GO)
- Colégio Lerote – Teresina (PI)
- Colégio Ari de Sá – Unidade: Aldeota – Fortaleza (CE)
- Colégio Regina Coeli – Veranópolis (RS)
- Colégio Lumière – Dourados (MS)
- * Colégio Naval – Angra dos Reis (RJ)
- Colégio João Paulo I – Unidade: Sul – Porto Alegre (RS)
- Colégio Apogeu – Juiz de Fora (MG)
- Colégio Vital Brazil – São Paulo (SP)
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
Brasil
Absolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Justiça do Rio absolve acusados de incêndio que matou 10 jovens e reacende debates sobre impunidade e segurança nos clubes

A decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus acusados pelo incêndio no centro de treinamento do Flamengo, que causou a morte de dez jovens atletas em 2019, provocou indignação social e levantou graves questionamentos sobre a responsabilização em acidentes envolvendo menores e instituições esportivas.
O incêndio, que ocorreu em uma instalação improvisada de contêineres destinada à base do clube, revelou falhas chocantes: alvará irregular, estrutura precária e reação tardia dos responsáveis. O juiz responsável pela sentença apontou que não foram identificadas provas suficientes para imputar responsabilidade penal individual, resultando na tragédia sem culpados.
A repercussão da absolvição ultrapassa o campo jurídico: familiares das vítimas, torcedores e especialistas em administração esportiva consideram a decisão um sinal de fragilidade institucional na apuração de crimes com resultado fatal. A ausência de punição acende alertas sobre segurança em alojamentos de formação, padrões de fiscalização e omissões de entidades públicas ou privadas.
Mesmo após acordo extrajudicial com o Flamengo e famílias, a dura realidade das jovens vítimas permanece viva no imaginário coletivo. A decisão volta a intensificar críticas à cultura de negligência no futebol de base, à responsabilidade de clubes e à ausência de modelos eficazes de prevenção de tragédias.
O episódio coloca o país diante de um debate urgente sobre transparência, responsabilidade civil e criminal em espaços esportivos, especialmente quando envolvem menores. O que se vê é uma lacuna entre a comoção pública suscita reformas e o alcance real do sistema penal em garantir justiça às vítimas.
Brasil
Instituto de Mendonça fatura R$ 4,8 milhões em contratos públicos em pouco mais de um ano
Criado pelo ministro do STF André Mendonça, o Instituto Iter oferece cursos e palestras para governos e órgãos públicos, enquanto especialistas questionam possíveis conflitos de interesse

Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Instituto Iter, fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, movimentou R$ 4,8 milhões em contratos públicos firmados com governos estaduais, prefeituras, tribunais de contas e outros órgãos. Criado em novembro de 2023, o instituto rapidamente se consolidou como referência em cursos e palestras voltados à gestão pública — mas também levantou questionamentos sobre conflito de interesses e limites éticos da magistratura.
O Iter, que começou como uma empresa limitada e depois se tornou sociedade anônima de capital fechado, tem entre seus sócios nomes ligados ao governo Bolsonaro, como Victor Godoy, ex-ministro da Educação e atual CEO, e Danilo Dupas, ex-presidente do Inep. A empresa Integre, de propriedade do casal Mendonça, é a acionista majoritária do instituto.
Entre os contratos mais vultosos está o firmado com o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo, no valor de R$ 1,2 milhão, para oferta de cursos e palestras a servidores. Governos de São Paulo, Bahia e Piauí, além de tribunais de contas e câmaras municipais, também constam na lista de clientes públicos.
O ministro nega qualquer irregularidade e afirma que sua atuação no Iter é “exclusivamente educacional”, amparada pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que permite o exercício do magistério. “O instituto é voltado à disseminação do conhecimento e à formação técnica e ética de gestores”, declarou Mendonça em nota.
No entanto, juristas como Conrado Hübner, professor da USP, e Fernando Fontainha, da UERJ, apontam que a atuação do ministro pode configurar violação do dever de reserva e conflito de interesses, já que o instituto mantém vínculos diretos com agentes e instituições que podem ser alvo de decisões do STF.
Além de atuar como palestrante e moderador, Mendonça também intermediou encontros entre parlamentares e profissionais dentro do Iter, apresentando o local como um “espaço neutro, sem as influências de Brasília”. Para críticos, essa aproximação reforça a zona cinzenta entre a função pública e a atividade privada do ministro.
Mesmo com a polêmica, o Iter segue expandindo suas atividades e oferecendo cursos com valores que chegam a R$ 16 mil por aluno, além de eventos presenciais com a participação de autoridades e especialistas do setor público.



Bahia5 dias atrásDeputado critica desmonte da Guarda Civil de Salvador e desafia ACM Neto: “Explica aí!”
Brasil4 dias atrásAbsolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Política3 dias atrásReajuste do IPTU em São Paulo aponta onde imposto pode subir até 30%
Bahia3 dias atrásBahia reforça protagonismo no saneamento durante a FENASAN 2025
Política3 dias atrásEstudantes da rede estadual da Bahia participam da 22ª Semana Nacional de Ciência & Tecnologia
Brasil5 dias atrásInstituto de Mendonça fatura R$ 4,8 milhões em contratos públicos em pouco mais de um ano
Política4 dias atrásLuiz Fux pede transferência de turma no Supremo Tribunal Federal
Política1 dia atrásLula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump














