conecte-se conosco

Política

Bolsonaro acusa perseguição política e diz que Lula “ganha de qualquer um” sem ele na disputa

Em entrevista à Reuters, ex-presidente afirma que será preso até agosto e acusa o sistema de querer vê-lo “morto”. Decisão do STF também atinge Eduardo Bolsonaro e provoca reação do PL e aliados nos EUA.

Postado

em

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante entrevista concedida nesta sexta-feira (18) - Mateus Bonomi - 18.jul.2025/Reuters

“Sem mim, Lula ganha de qualquer um.” A declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18) resume a linha de defesa adotada por ele diante das novas determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que incluiu o uso de tornozeleira eletrônica e o bloqueio de suas redes sociais como parte do inquérito da suposta trama golpista.

“Que injustiça não poder concorrer. Que injustiça me chamar de golpista”, disse Bolsonaro à agência de notícias Reuters, alegando ser alvo de um processo político acelerado para impedi-lo de disputar as eleições de 2026. Segundo ele, o objetivo seria pavimentar a reeleição de Lula sem resistência. “O sistema não me quer preso, o sistema me quer morto”, declarou, em tom dramático.

A entrevista foi concedida horas após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente. Moraes também autorizou o monitoramento por tornozeleira eletrônica. Bolsonaro declarou que espera ser preso até 20 de agosto, data prevista para o julgamento do processo.

Paralelamente, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também é alvo das investigações. Nos Estados Unidos, ele tem buscado apoio internacional — incluindo do ex-presidente Donald Trump — em defesa do pai. Bolsonaro pai sugeriu que Eduardo poderia buscar cidadania americana para evitar ser preso no Brasil.

A movimentação política do clã Bolsonaro fora do país tem sido usada como argumento para endurecer as medidas judiciais no Brasil. Moraes apontou que as falas públicas do ex-presidente e as ações de Eduardo no exterior configuram ameaças à soberania nacional.

Enquanto isso, o Partido Liberal (PL) tem se articulado para reagir às novas ofensivas. O próprio Bolsonaro disse que, por ora, mantém sua candidatura em 2026, mesmo estando inelegível. “Não passa pela minha cabeça indicar outro nome.”

O ministro Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, e o presidente Lula (PT) – Adriano Machado – 18.mar.25/REUTERS

No plano institucional, o governo Lula orientou seus ministros a adotarem cautela nas manifestações públicas sobre o caso, com receio de reforçar o discurso de perseguição política. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a apagar uma postagem irônica e pediu “sobriedade”. Já Eduardo Bolsonaro, chamado de “Bananinha” por adversários, foi alvo de ironias nas redes sociais de ministros como Paulo Teixeira e Luiz Marinho.

A operação ocorre uma semana após Trump impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mencionando o processo contra Bolsonaro. A sequência de fatos reforça a leitura de que o embate político-eleitoral já está em curso, mesmo a mais de um ano do próximo pleito presidencial.

Redação Saiba+

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

Postado

em

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

Postado

em

O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump

Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

Postado

em

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, na Indonésia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.

Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.

“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.

A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.

Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.

Redação Saiba+

Continue lendo
Ads Imagem
Ads PMI VISITE ILHÉUS

    Mais Lidas da Semana