Brasil
Alckmin tenta barrar tarifaço dos EUA enquanto Brasil ganha mercado na Argentina
Vice-presidente discute com autoridades dos EUA formas de evitar sobretaxas de até 50%, enquanto exportações brasileiras disparam entre os vizinhos argentinos

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, revelou neste sábado (19) que manteve conversas com o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, buscando reverter o tarifaço de até 50% anunciado por Washington contra produtos brasileiros. Segundo Alckmin, o Brasil permanece aberto ao diálogo e aguarda um aceno direto do presidente americano Donald Trump para a abertura de negociações formais.
“O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Estamos empenhados em resolver essa questão sem contaminação política ou ideológica”, afirmou Alckmin.
Entre os temas tratados com os EUA estão integração produtiva, complementariedade econômica, investimentos recíprocos e evitar a bitributação. O vice-presidente destacou que o governo brasileiro busca evitar um “perde-perde” nas relações bilaterais e disse considerar pleitear a redução ou postergação da medida tarifária americana.
Enquanto isso, do outro lado do continente, as exportações brasileiras para a Argentina cresceram 55,4% no primeiro semestre de 2025, atingindo US$ 9,1 bilhões. Destaque para veículos, autopeças e até carne bovina fresca, que teve um salto de US$ 1 milhão para US$ 22,9 milhões em um ano. A alta é impulsionada pela valorização do peso argentino, políticas de abertura comercial e redução tarifária implementadas pelo presidente Javier Milei.

Mesmo em produtos de forte identidade nacional, como a carne bovina, os argentinos estão preferindo importar do Brasil por ser mais barato. Em algumas cidades da Patagônia, o quilo da carne brasileira chegou a custar menos da metade do preço da carne argentina, gerando protestos na imprensa local.
“É mais barato importar do que produzir aqui”, disse um apresentador do canal Crónica.
A balança comercial entre os dois países também mostra vantagem para o Brasil: no mesmo período, os brasileiros compraram US$ 6,2 bilhões em produtos argentinos, gerando um superávit de US$ 3 bilhões para o lado brasileiro.
Enquanto o impasse com os EUA segue em compasso de espera, a Argentina se torna terreno fértil para o avanço das exportações brasileiras, inclusive em setores tradicionalmente protegidos, como o têxtil e metalúrgico. Contudo, o crescimento das importações vem provocando queda de vendas internas e aumento do desemprego em empresas argentinas de pequeno e médio porte.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
Brasil
Absolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Justiça do Rio absolve acusados de incêndio que matou 10 jovens e reacende debates sobre impunidade e segurança nos clubes

A decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus acusados pelo incêndio no centro de treinamento do Flamengo, que causou a morte de dez jovens atletas em 2019, provocou indignação social e levantou graves questionamentos sobre a responsabilização em acidentes envolvendo menores e instituições esportivas.
O incêndio, que ocorreu em uma instalação improvisada de contêineres destinada à base do clube, revelou falhas chocantes: alvará irregular, estrutura precária e reação tardia dos responsáveis. O juiz responsável pela sentença apontou que não foram identificadas provas suficientes para imputar responsabilidade penal individual, resultando na tragédia sem culpados.
A repercussão da absolvição ultrapassa o campo jurídico: familiares das vítimas, torcedores e especialistas em administração esportiva consideram a decisão um sinal de fragilidade institucional na apuração de crimes com resultado fatal. A ausência de punição acende alertas sobre segurança em alojamentos de formação, padrões de fiscalização e omissões de entidades públicas ou privadas.
Mesmo após acordo extrajudicial com o Flamengo e famílias, a dura realidade das jovens vítimas permanece viva no imaginário coletivo. A decisão volta a intensificar críticas à cultura de negligência no futebol de base, à responsabilidade de clubes e à ausência de modelos eficazes de prevenção de tragédias.
O episódio coloca o país diante de um debate urgente sobre transparência, responsabilidade civil e criminal em espaços esportivos, especialmente quando envolvem menores. O que se vê é uma lacuna entre a comoção pública suscita reformas e o alcance real do sistema penal em garantir justiça às vítimas.
Brasil
Instituto de Mendonça fatura R$ 4,8 milhões em contratos públicos em pouco mais de um ano
Criado pelo ministro do STF André Mendonça, o Instituto Iter oferece cursos e palestras para governos e órgãos públicos, enquanto especialistas questionam possíveis conflitos de interesse

Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Instituto Iter, fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, movimentou R$ 4,8 milhões em contratos públicos firmados com governos estaduais, prefeituras, tribunais de contas e outros órgãos. Criado em novembro de 2023, o instituto rapidamente se consolidou como referência em cursos e palestras voltados à gestão pública — mas também levantou questionamentos sobre conflito de interesses e limites éticos da magistratura.
O Iter, que começou como uma empresa limitada e depois se tornou sociedade anônima de capital fechado, tem entre seus sócios nomes ligados ao governo Bolsonaro, como Victor Godoy, ex-ministro da Educação e atual CEO, e Danilo Dupas, ex-presidente do Inep. A empresa Integre, de propriedade do casal Mendonça, é a acionista majoritária do instituto.
Entre os contratos mais vultosos está o firmado com o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo, no valor de R$ 1,2 milhão, para oferta de cursos e palestras a servidores. Governos de São Paulo, Bahia e Piauí, além de tribunais de contas e câmaras municipais, também constam na lista de clientes públicos.
O ministro nega qualquer irregularidade e afirma que sua atuação no Iter é “exclusivamente educacional”, amparada pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que permite o exercício do magistério. “O instituto é voltado à disseminação do conhecimento e à formação técnica e ética de gestores”, declarou Mendonça em nota.
No entanto, juristas como Conrado Hübner, professor da USP, e Fernando Fontainha, da UERJ, apontam que a atuação do ministro pode configurar violação do dever de reserva e conflito de interesses, já que o instituto mantém vínculos diretos com agentes e instituições que podem ser alvo de decisões do STF.
Além de atuar como palestrante e moderador, Mendonça também intermediou encontros entre parlamentares e profissionais dentro do Iter, apresentando o local como um “espaço neutro, sem as influências de Brasília”. Para críticos, essa aproximação reforça a zona cinzenta entre a função pública e a atividade privada do ministro.
Mesmo com a polêmica, o Iter segue expandindo suas atividades e oferecendo cursos com valores que chegam a R$ 16 mil por aluno, além de eventos presenciais com a participação de autoridades e especialistas do setor público.



Brasil6 dias atrásAbsolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Política4 dias atrásReajuste do IPTU em São Paulo aponta onde imposto pode subir até 30%
Bahia5 dias atrásBahia reforça protagonismo no saneamento durante a FENASAN 2025
Política5 dias atrásEstudantes da rede estadual da Bahia participam da 22ª Semana Nacional de Ciência & Tecnologia
Brasil7 dias atrásInstituto de Mendonça fatura R$ 4,8 milhões em contratos públicos em pouco mais de um ano
Política6 dias atrásLuiz Fux pede transferência de turma no Supremo Tribunal Federal
Política3 dias atrásLula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump
Política6 dias atrásGoverno avalia afastar regra do arcabouço para ampliar gastos em ano eleitoral














