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Trump lança ataque comercial ao Brasil e fortalece Lula, diz The Economist

Revista britânica afirma que investida dos EUA é a maior desde a Guerra Fria e gera efeito contrário ao desejado por aliados de Bolsonaro

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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso em uma cúpula sobre IA em Washington, DC. Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

A revista britânica The Economist publicou uma reportagem contundente apontando que os Estados Unidos estão realizando a maior interferência em um país latino-americano desde o fim da Guerra Fria — e o alvo é o Brasil. Segundo a publicação, a ofensiva liderada por Donald Trump contra o governo brasileiro tem fortalecido politicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao contrário do que esperavam os aliados da extrema-direita no país.

Tudo começou em 9 de julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, alegando perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de conspirar para um golpe de Estado — acusação que ele nega.

Poucos dias depois, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, iniciou uma investigação contra práticas brasileiras. Em 18 de julho, o Departamento de Estado revogou vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades envolvidas no processo contra Bolsonaro. O senador republicano e Secretário de Estado Marco Rubio ainda ameaçou aplicar a Lei Magnitsky Global contra o ministro Alexandre de Moraes, sanção normalmente reservada a ditadores.

Segundo The Economist, o estopim do embate foi a cúpula do BRICS, sediada pelo Brasil em 6 e 7 de julho, vista como provocação por setores trumpistas.

Lula reagiu com dureza: chamou a medida de “chantagem inaceitável” e ameaça retaliar empresas de tecnologia dos EUA. O Congresso Nacional, mesmo com maioria conservadora, fechou apoio ao governo federal diante do ataque à soberania nacional.

“Que eles tenham vergonha, se escondam em sua covardia e deixem este país viver em paz!”, disparou Lula em comício no dia 17.

No epicentro da crise está também Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que reside no Texas e faz lobby junto a congressistas republicanos para sancionar Moraes. Em resposta, Moraes determinou tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, restrições de contato e congelamento de bens de Eduardo por possível obstrução judicial.

Ataque sai pela culatra

Apesar da expectativa de que o confronto com os EUA fortalecesse a direita brasileira, o resultado tem sido o oposto. Segundo a revista, a aprovação de Lula subiu e protestos contra Trump tomaram as ruas com bonecos queimados. Ele agora lidera intenções de voto para 2026.

As tarifas de Trump, segundo o economista Andre Pagliarini, deram a Lula um “cartão de saída da prisão”: qualquer crise econômica pode ser atribuída ao embargo norte-americano. O impacto, no entanto, tende a ser mais forte justamente nos redutos bolsonaristas, como o agronegócio.

Estima-se que as tarifas possam reduzir o crescimento brasileiro em até 0,4 ponto percentual, com 110 mil demissões potenciais, segundo estudo da UFMG. Até a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), historicamente bolsonarista, condenou as medidas de Trump.

Há também temor sobre uma possível ofensiva contra o Pix, sistema de pagamentos criado no Brasil que ameaça o monopólio de gigantes como Visa e Mastercard. Apesar de não haver ataque direto, o nome do Pix aparece em uma lista de supostas práticas “injustas” elaborada pelos EUA.

Por fim, a matéria relata que Eduardo Bolsonaro é o único brasileiro com atenção de Trump, enquanto o governo Lula tem tentado abrir diálogo desde maio — sem sucesso.

“Trump é alguém que admiro… talvez eu possa seguir seus passos no Brasil”, disse Eduardo em entrevista, com bonés MAGA à vista.

Já Lula, fortalecido politicamente, passou a usar um boné azul com a frase ‘O Brasil é dos brasileiros’. Mas analistas alertam: se as tarifas entrarem em vigor e a economia piorar, o efeito político pode se reverter rapidamente.

A grande questão agora é: quem recua primeiro — Trump ou Lula?

Redação Saiba+

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Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social

Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

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O presidente Javier Milei segura um megafone ao participar de um comício de campanha em Tres de Febrero, na província de Buenos Aires Foto: Rodrigo Abd/AP

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.

A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.

A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.

No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.

Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.

Redação Saiba+

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Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

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Fumaça é vista em Khan Younis, no sul de Gaza, após ataque israelense - 20.out.25/Reuters

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.

De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.

Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.

Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.

A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.

O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.

O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.

Redação Saiba+

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Trump emociona o Parlamento de Israel e promete “era de ouro” para o Oriente Médio

Em Conquista, médica reafirma compromisso com conservadorismo, critica administração do PT e estimula esperança nos patriotas baianos

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US President Donald Trump addresses the Knesset in Jerusalem, October 13, 2025. © Evelyn Hockstein, Reuters

Sob aplausos e forte comoção, Donald Trump participou nesta segunda-feira (13) de uma sessão histórica no Parlamento de Israel, marcada pelo retorno dos últimos sobreviventes do cativeiro do Hamas, após dois anos de guerra. Em um discurso com tom espiritual e político, o ex-presidente dos Estados Unidos exaltou a fé, a força e o papel de Israel na busca pela paz no Oriente Médio.

Em suas palavras iniciais, Trump agradeceu “ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó” pela libertação dos reféns. “Após dois anos angustiantes na escuridão e no cativeiro, 20 reféns corajosos estão retornando ao abraço de suas famílias, e isso é glorioso”, declarou, chamando o momento de “profunda alegria, grande esperança e fé renovada” para todo o mundo.

O republicano destacou que Israel conquistou vitórias pela força das armas, com o apoio dos Estados Unidos, mas que agora é o momento de transformar o poder militar em prosperidade e reconciliação. “Israel, com nossa ajuda, ganhou tudo o que pode ser logrado pela força das armas. Agora é o momento de converter essas vitórias contra os terroristas no prêmio final da paz e da prosperidade para todo o Oriente Médio”, afirmou diante dos parlamentares israelenses.

Reforçando sua mensagem de otimismo, Trump disse que, assim como os Estados Unidos vivem uma “nova era de ouro”, chegou a hora de Israel e de toda a região experimentarem o mesmo ciclo de bênçãos e progresso. Ele assegurou que o Hamas será desarmado e que a segurança de Israel não será mais ameaçada.

Trump ainda fez menção à sua equipe diplomática, agradecendo especialmente ao enviado especial do Oriente Médio, Steve Witkoff, pelos esforços nas negociações de paz. Em tom bem-humorado, ele chegou a brincar com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, afirmando que “não é fácil de lidar, mas é isso que o torna ótimo”.

O ex-presidente também expressou gratidão aos países árabes envolvidos no cessar-fogo e sinalizou que o fim da guerra entre Israel e Hamas pode abrir caminho para um acordo de paz com o Irã. “Acho que temos uma oportunidade… Acho que será fácil, mas primeiro temos que resolver a questão da Rússia”, disse Trump, destacando que a Ucrânia continua sendo uma prioridade em sua agenda internacional.

Durante o discurso, houve interrupções de parlamentares de esquerda, que exibiram faixas com os dizeres “Reconheçam a Palestina!”. Os manifestantes, Ayman Odeh e Ofer Cassif, foram retirados pela segurança do Knesset. Trump reagiu com leveza: “Foi muito eficiente”, brincou, arrancando risadas do plenário.

O pronunciamento foi recebido como um marco de esperança e fé renovada em Jerusalém, com forte repercussão entre líderes religiosos e diplomáticos que veem no gesto de Trump uma possível retomada do diálogo pela paz no Oriente Médio.

Redação Saiba+

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