Polícia
Ideologia compromete segurança na Bahia, diz investigador
Investigador Addson Gomes denuncia ambiente hostil e questiona imparcialidade nas delegacias: “Como fica a cabeça de quem está nas ruas?”
O investigador da Polícia Civil da Bahia, Addson Gomes, fez um desabafo em suas redes sociais que tem repercutido entre profissionais de segurança pública do estado. Em sua fala, ele questiona o atual ambiente institucional, marcado por suspeitas de perseguição ideológica e partidarização de decisões dentro das forças de segurança.
Segundo Addson, há um crescente sentimento de insegurança entre policiais militares e guardas civis que atuam nas ruas.
“Como fica a cabeça de um agente que está nas ruas, arriscando a vida, efetuando prisões, e ao chegar na delegacia não sabe se será tratado com imparcialidade ou julgado por viés ideológico?”, questionou.
A fala denuncia um clima de desconfiança entre os próprios operadores da lei e as estruturas que deveriam garantir apoio institucional a eles.
O investigador alerta que, em muitos casos, decisões dentro das delegacias e de outras esferas do sistema de justiça estariam sendo contaminadas por convicções políticas ou pessoais. Isso, segundo ele, mina a coesão das corporações e expõe os profissionais a uma crise moral e emocional.
“Será que cada um está tomando atitudes de maneira individual, por conta de alguma raiva, por conta de alguma bandeira ideológica? Imagina como fica a cabeça de um desses profissionais”, disse Addson em tom de preocupação.
A fala do investigador reverbera em meio a um cenário nacional de polarização política, em que instituições historicamente técnicas e imparciais estão cada vez mais expostas a tensões ideológicas. Para especialistas, esse tipo de contaminação pode ter efeitos diretos na eficiência da segurança pública e, principalmente, na saúde mental dos profissionais da linha de frente.
O alerta não é apenas sobre imparcialidade, é sobre sobrevivência institucional. A percepção de que agentes podem ser julgados por suas convicções ou afinidades políticas ao invés de seus atos concretos coloca em risco não apenas a justiça, mas também a coesão e o respeito mútuo dentro das corporações.
Em um estado com altos índices de violência, a confiança entre os diferentes segmentos da segurança pública deveria ser prioridade. Mas, como revela o desabafo de Addson Gomes, essa confiança parece estar sendo corroída de dentro para fora — e isso, para quem arrisca a vida diariamente, pode ser tão perigoso quanto enfrentar o crime nas ruas.
Polícia
Moradores vivem terror em fim de semana violento na capital baiana
Tiroteios, assaltos e confrontos com a polícia marcaram diferentes bairros da capital baiana entre domingo e segunda-feira

Salvador viveu um fim de semana de tensão marcado por uma série de episódios violentos que colocaram em alerta moradores e autoridades. Tiroteios em bairros populosos, assaltos em plena luz do dia e confrontos com a polícia deixaram mortos, feridos e um rastro de medo pela cidade.
No domingo (11), clientes do supermercado Atacadão, em Cajazeiras, foram surpreendidos por um tiroteio no estacionamento do estabelecimento. Dois homens, de 24 e 23 anos, foram baleados e levados ao Hospital Eládio Lassérre. A Polícia Militar informou que equipes do 22º BPM foram acionadas para o local, mas nenhum suspeito foi preso. O caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Na madrugada desta segunda-feira (12), o bairro de Tancredo Neves se transformou em um verdadeiro campo de guerra. Moradores registraram intensos tiroteios em pontos como as localidades do Canal e Macaco, por volta das 2h da manhã. Os disparos assustaram os moradores e interromperam a circulação de ônibus na região. Segundo relatos, os confrontos ocorreram entre facções criminosas rivais.

Ainda na madrugada, a Rondesp BTS entrou em confronto com um grupo armado na Rua da Contenda, no bairro do Curuzu, região da Liberdade. Após denúncia de atividade criminosa, os policiais foram recebidos a tiros por bandidos que tentaram fugir por becos e telhados. Na troca de tiros, três homens foram atingidos, socorridos ao Hospital Ernesto Simões Filho, mas não resistiram. Com eles, foram apreendidos três revólveres calibre .38, drogas e celulares. A ocorrência também foi registrada no DHPP.

A violência se espalhou por outras áreas da cidade. No domingo à tarde, uma mulher foi agredida durante uma tentativa de assalto na Avenida Anita Garibaldi, próximo ao Hospital Mater Dei. O criminoso perseguiu e imobilizou a vítima, tentando roubar o celular. A ação foi interrompida por testemunhas que passavam de carro e correram para socorrer a mulher. Apesar do susto e das agressões, ela passa bem. O suspeito fugiu, e até o momento não foi identificado.
Polícia
Tiroteio em Patamares deixa policial ferido e suspeito morto na frente do Atakarejo
Confronto aconteceu após tentativa de assalto na manhã desta sexta-feira (9); PM foi socorrido em estado grave

Clientes do supermercado Atakarejo, no bairro de Patamares, em Salvador, viveram momentos de pânico na manhã desta sexta-feira (9), por volta das 8h, durante um intenso tiroteio envolvendo criminosos e a Polícia Militar da Bahia. A troca de tiros aconteceu após uma tentativa de arrastão nas imediações do estabelecimento.
Segundo informações, dois homens armados estavam praticando assaltos quando foram surpreendidos por uma patrulha de policiais militares que realizavam ronda de bicicleta. Ao perceberem a ação criminosa, os agentes intervieram, dando início a um confronto violento.
Durante o tiroteio, o cabo David Noto foi baleado no abdômen e no pé, sendo ainda atingido por estilhaços na cabeça. O policial foi socorrido por colegas e levado ao Hospital Geral Roberto Santos, onde permanece internado. Até o momento, o estado de saúde dele não foi divulgado oficialmente.
Um dos assaltantes foi atingido pelos disparos e morreu no local. O segundo criminoso conseguiu fugir após fazer uma funcionária da farmácia Drogasil como refém. A polícia segue em diligência para localizá-lo.
Vídeos gravados por clientes mostram o momento de tensão dentro do supermercado. Pessoas se abaixam entre as prateleiras tentando se proteger dos disparos. “Foram dezenas de tiros. A gente se jogou no chão do estabelecimento. Foi bem na frente mesmo. Um terror”, relatou uma testemunha.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia.
Polícia
Citação nazista em post da PM-BA expõe contradições e racismo estrutural na base da corporação
Após repercussão negativa, Academia da Polícia Militar apagou publicação com frase de general de Hitler.

A publicação de uma frase do general nazista Erwin Rommel pela Academia da Polícia Militar da Bahia, na última quarta-feira (7), gerou indignação nas redes sociais e culminou em um pedido oficial de desculpas por parte da corporação. A citação — “Suor poupa sangue, sangue poupa vida, e cérebros poupam ambos” —, atribuída ao militar da Alemanha de Hitler, apareceu no “pensamento do dia” divulgado pelo perfil institucional da academia, responsável por formar oficiais da PM-BA.

Nazista Erwin Rommel / Reprodução
Diante da repercussão negativa, o post foi rapidamente apagado e substituído por uma mensagem de Madre Teresa de Calcutá. Em nota, a Polícia Militar da Bahia repudiou o conteúdo e afirmou que já adotou as providências administrativas cabíveis. O comando também destacou que “qualquer manifestação em desacordo com os princípios democráticos e constitucionais não representa o pensamento institucional”.
O caso, no entanto, abre espaço para uma reflexão mais profunda. A escolha de exaltar um militar do regime nazista não pode ser tratada como apenas um “erro isolado”, principalmente em uma instituição cuja tropa é composta, em sua maioria, por homens negros oriundos das camadas populares. Segundo levantamentos extraoficiais, estima-se que cerca de 80% do efetivo da PM na Bahia seja composto por negros. Como conciliar esse dado com a disseminação de um pensamento oriundo de um regime que exterminou milhões e se baseava na supremacia racial?

Mais do que um equívoco pontual, o episódio evidencia um tipo de contradição que está na base da formação de muitos agentes públicos: o racismo estrutural que permeia discursos, decisões e olhares — inclusive no ambiente policial.
Não à toa, a repercussão da frase nazista se soma a outras situações alarmantes, como o caso recente do soldado J. França, policial militar da própria Bahia, acusado de envolvimento na Operação Falsas Promessas, foi “reconhecido” apenas pela cor da pele e pela camiseta preta que usava em um vídeo de baixa qualidade.
Na decisão judicial que autorizou medidas contra o PM, a “prova” visual foi considerada suficiente — ignorando traços físicos e morfológicos incompatíveis com o verdadeiro autor da ação.
A suposição de que “todo preto se parece” saiu da boca do senso comum e entrou nos autos de um processo como se fosse uma análise técnica. O que sempre foi preconceito agora ganha verniz de legitimidade?
A sociedade brasileira vive hoje uma encruzilhada: ou enfrenta de forma transparente o racismo institucional, inclusive dentro das forças de segurança, ou continuará produzindo injustiças sob o manto da legalidade e da “neutralidade técnica”. O erro da academia da PM não é um caso isolado. É sintoma. E, como todo sintoma, exige diagnóstico e tratamento urgente.
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