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Política

Governo e Congresso buscam trégua após impasse do IOF chegar ao STF

Reunião entre Haddad, Gleisi, Alcolumbre e Motta tenta construir consenso antes de audiência de conciliação marcada por Alexandre de Moraes

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Em 8 de junho, Haddad teve reunião de mais de 8 horas com cúpula do Congresso Foto: Wilton Junior/

O governo federal deu um passo em direção à pacificação com o Congresso Nacional na noite desta terça-feira (8), ao promover uma reunião entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O encontro ocorreu na residência oficial da Câmara dos Deputados e contou com a participação de líderes do governo nas duas Casas.

A pauta central foi o impasse em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja validade foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado também invalidou a votação do Congresso que revogava o decreto do Executivo e convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, na tentativa de evitar um confronto institucional entre os Poderes.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, o convite partiu de Motta e foi visto pelo Planalto como gesto positivo em meio à crise. A expectativa é que a reunião sirva para desarmar os ânimos e abrir espaço para uma solução negociada, sobretudo após a escalada das críticas mútuas nas últimas semanas.

A crise em torno do IOF ganhou corpo quando o Congresso derrubou, por ampla maioria, o decreto do presidente Lula que aumentava as alíquotas do imposto. O governo reagiu levando o caso ao STF. O ministro Moraes, ao intervir, sinalizou que a matéria exige mediação institucional.

Haddad prega diálogo e critica “Fla-Flu” político
Mais cedo, em entrevista ao portal Metrópoles, Haddad defendeu um debate mais técnico sobre a política fiscal e lamentou o “Fla-Flu” entre Executivo e Legislativo. O ministro reforçou que há um esforço do governo para corrigir distorções de mercado, especialmente no setor financeiro, e criticou o que chamou de resistência da “turma da cobertura” a contribuir com o ajuste fiscal.

Haddad também questionou a influência política de 1% da população mais rica, que, segundo ele, paga menos impostos proporcionalmente do que os 99% restantes.

Medida Provisória para resolver “jabutis” nas eólicas offshore
Além do IOF, outro tema sensível discutido no encontro foi a medida provisória que o governo pretende apresentar para ajustar os chamados “jabutis” na recém-aprovada lei das eólicas offshore. A proposta, elaborada após reunião com o presidente Lula, busca rever dispositivos sem relação direta com o tema principal da legislação, como benefícios a Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), termelétricas e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

Entre as possibilidades estudadas está a redução da contratação obrigatória de 8 GW para 3 GW em PCHs, além da extensão dos contratos do Proinfa por dez anos com preços inferiores aos atuais. Também deve ser revista a compra de carvão, com valor inferior aos R$ 700/MWh estabelecidos na lei.

Enquanto isso, pagode e lobby
Em contraste com a tentativa de apaziguamento entre os Poderes, uma festa com show de pagode acontecia na residência vizinha à da Câmara para celebrar benefícios fiscais obtidos pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A coincidência chamou atenção pela simbologia: enquanto ministros discutiam a elevação do IOF, setores da economia comemoravam novas isenções.

O episódio ilustra o desafio do governo em equilibrar a responsabilidade fiscal com os interesses do setor produtivo e a necessidade de manter uma base aliada sólida no Congresso, especialmente diante de medidas impopulares.

Audiência decisiva
A audiência de conciliação no STF, marcada por Alexandre de Moraes para a próxima terça-feira, será determinante para o desfecho do caso. O governo espera convencer o ministro de que o decreto tem caráter regulatório e que o aumento do IOF é uma ferramenta legítima de política econômica.

Até lá, a ordem é baixar o tom e construir pontes.

Redação Saiba+

Política

Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”

Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

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Kuala Lampur, Malásia. 26.10.2025 Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. Fotos: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.

Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.

Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.

Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.

No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.

Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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