Brasil
“Querem me destruir”: Bolsonaro posta antes de decisão da PGR
Réu por tentativa de golpe, ex-presidente faz desabafo nas redes enquanto julgamento se aproxima e PGR sinaliza condenação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais nesta segunda-feira (14) para afirmar que está sendo alvo de uma tentativa de destruição total por parte do que chamou de “o sistema”. O desabafo foi publicado horas antes da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar suas alegações finais no processo que acusa Bolsonaro de liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro é apontado como líder de uma organização criminosa que atuou para anular o resultado das eleições de 2022. Ele e outros 30 réus respondem por cinco crimes graves, incluindo abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.
PGR entrega alegações finais e deve pedir condenação
A manifestação da PGR, enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, marca o último passo antes do julgamento. A expectativa é que o procurador-geral Paulo Gonet peça a condenação de Bolsonaro e dos demais integrantes do núcleo central da trama golpista.

Segundo Gonet, os réus atuaram em articulação para abalar a ordem constitucional, sendo Bolsonaro o “elemento catalisador” das ações. A PGR também destacou que a colaboração premiada de Mauro Cid, embora útil, foi marcada por omissões que devem limitar seus benefícios legais.
Agora, as defesas terão 15 dias para apresentar suas alegações finais. Após isso, Moraes poderá marcar o julgamento, que deve ocorrer ainda em setembro.
Guerra tarifária com os EUA
A estratégia de Bolsonaro tem buscado apoio externo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seu aliado político, anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros como forma de retaliação ao processo contra Bolsonaro. A medida gerou protestos do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que afirmou que a Justiça brasileira não persegue ninguém, apenas aplica a lei com base em fatos comprovados.
Mendonça deve rejeitar pedido de assessor de Bolsonaro
Nos bastidores do STF, a expectativa é que o ministro André Mendonça negue um mandado de segurança apresentado pela defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, que pedia a suspensão da ação penal. A defesa acusa o relator Alexandre de Moraes de cercear o direito de defesa ao vetar depoimentos.

Porém, Mendonça deve rejeitar o pedido por questões processuais, argumentando que não cabe a um ministro derrubar decisão de outro, além de considerar que o instrumento jurídico utilizado não foi adequado.
Julgamento se aproxima: entenda os próximos passos
Com as alegações finais entregues, o processo entra na reta final. A defesa de Mauro Cid tem 15 dias para apresentar sua manifestação, por ser colaborador premiado. Em seguida, os demais réus terão prazo conjunto de mais 15 dias.
Alexandre de Moraes ainda poderá solicitar novas diligências, caso entenda que há lacunas a serem preenchidas. A conclusão da instrução processual permitirá que Moraes elabore seu voto, e caberá ao ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, marcar a data do julgamento.
Além de Bolsonaro e Cid, também são réus:
- Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
Todos respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena combinada pode ultrapassar 40 anos de prisão.
Brasil
Mercado ilegal domina mais de 50% das apostas online no Brasil
Estima-se que as casas de apostas não autorizadas movimentem até R$ 18 bilhões por ano, elevando riscos à arrecadação e à proteção do consumidor

No cenário das apostas online no Brasil, cresce a preocupação com o volume expressivo de operações realizadas por plataformas não regulamentadas. Estimativas recentes apontam que mais de metade do mercado de apostas esportivas ainda está em ambiente clandestino, o que implica em múltiplas consequências para a economia, a segurança e a equidade da atividade.
Entre os principais pontos de atenção, destaca-se que essas casas de apostas ilegais, por estarem fora do âmbito de fiscalização, não prestam contas ao Fisco nem seguem obrigações de transparência e proteção ao apostador. Tal realidade gera evasão fiscal bilionária, concorrência desleal para operadores regulares e aumenta a vulnerabilidade de usuários que podem ser vítimas de fraudes ou práticas predatórias.
Especialistas do setor apontam que o universo de apostas sob regulação formal, embora já regulado, está limitado em termos de abrangência e alcance, criando um enorme “mercado paralelo”. Esse desequilíbrio expõe dois desafios centrais: primeiro, a necessidade de intensificar a fiscalização e bloquear domínios que atuam irregularmente; segundo, ampliar a educação do consumidor para que identifique quais plataformas estão autorizadas, reduzindo o uso de sites com operações de risco.
Para o governo, a situação apresenta um custo elevado. A falta de tributação correta sobre os valores movimentados pelas casas ilegais compromete não apenas a arrecadação imediata, mas também a credibilidade do setor formalizado. No curto prazo, a ampliação de plataformas regulares, com garantias de transparência, poderia fortalecer o ambiente de apostas no Brasil, promovendo maior segurança jurídica, melhores práticas de mercado e proteção aos usuários.
Em suma, o Brasil enfrenta um ponto de inflexão: transformar o mercado de apostas em um sistema mais transparente e regulado, reduzindo o peso das operações ilegais, promover o cumprimento de obrigações tributárias e garantir que os apostadores tenham acesso a plataformas confiáveis — sob pena de manter o risco elevado de fraudes, perdas e impactos ao erário público.
Brasil
Rio vive “cenário de guerra” em megaoperação contra facção criminosa
Forças de segurança deflagram ação massiva contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e confrontos deixam mortos e apreensões em 15 favelas

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte clima de tensão após uma megaoperação policial deflagrada em diversas comunidades da capital e da região metropolitana. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), mobilizou centenas de agentes das forças de segurança e resultou em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.
Descrita por autoridades e moradores como um verdadeiro “cenário de guerra”, a operação aconteceu simultaneamente em 15 favelas, incluindo áreas da Zona Norte e da Zona Oeste, onde o confronto foi mais intenso. Houve registro de tiroteios prolongados, barricadas incendiadas e ataques com armamento pesado, o que obrigou o fechamento de escolas e o bloqueio de vias de acesso.
De acordo com as forças de segurança, o objetivo da ofensiva é desarticular núcleos de liderança e logística da facção criminosa, responsável por expandir o controle territorial em várias comunidades. Apesar do impacto operacional, o episódio reacende o debate sobre a escalada da violência urbana e os limites da política de enfrentamento armado adotada no estado.
Para especialistas, a dimensão da operação reflete o avanço das facções no Rio e a necessidade de ações de inteligência e articulação entre os órgãos públicos. No entanto, há também preocupação com os efeitos colaterais sobre a população civil, que permanece em meio ao fogo cruzado.
O governo estadual defende que as ações são indispensáveis para restaurar a ordem e recuperar áreas dominadas pelo crime organizado, mas reconhece que o desafio maior será garantir segurança duradoura e presença social efetiva nas comunidades afetadas.
O episódio reforça a percepção de que o Rio de Janeiro enfrenta um dos períodos mais críticos de sua segurança pública, em que operações de grande porte se tornam rotina e colocam à prova a capacidade do Estado de conter o poder das facções criminosas.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
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