Política

Saiba quais são os 5 argumentos de Fux para votar contra tornozeleira a Bolsonaro

Ministro do STF abriu divergência na Primeira Turma e apontou desrespeito às liberdades e ausência de provas concretas para justificar as medidas cautelares

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O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), em sessão de interrogatório dos réus do núcleo central da trama golpista de 2022, na Sala da Primeira Turma da corte - Evaristo Sá - 10.jun.25/AFP

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o único voto contrário às medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição do uso das redes sociais. Para ele, a decisão do ministro Alexandre de Moraes e acompanhada pela maioria da Primeira Turma é desproporcional e sem base jurídica sólida. Confira os 5 principais argumentos usados por Fux para fundamentar seu voto:

  1. Desproporcionalidade das Medidas
    Fux considerou que as restrições impõem limitações graves aos direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão, sem justificativa suficiente.
  2. Ausência de Provas Novas e Concretas
    O ministro afirmou que não foram apresentadas evidências recentes ou claras de qualquer tentativa de fuga ou obstrução de justiça por parte de Bolsonaro.
  3. Sem Indícios de Fuga
    Para Fux, não há risco atual de fuga que justifique o monitoramento eletrônico, ainda mais após a apreensão do passaporte e a comprovação de domicílio fixo do ex-presidente.
  4. Independência do Judiciário
    O ministro rebateu a alegação da PF de que as ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA poderiam interferir no STF, reforçando que o Judiciário atua com plena autonomia.
  5. Questões Internacionais Não Competem ao STF
    Fux ressaltou que temas como a tarifa comercial anunciada por Trump contra o Brasil devem ser tratados na esfera diplomática, não como argumento para decisões judiciais.

Mesmo sendo vencido por 4 votos a 1, o voto de Fux representa uma importante defesa do devido processo legal e das garantias constitucionais em meio a um cenário de intensa judicialização da política.

Redação Saiba+

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