Brasil
Brasil está fora do Mapa da Fome após nova queda na subnutrição
Relatório da ONU aponta que menos de 2,5% da população brasileira sofre com insegurança alimentar; governo atribui resultado a políticas sociais e combate à pobreza

O Brasil voltou a sair do Mapa da Fome, após registrar menos de 2,5% da população em situação de subnutrição no triênio 2022–2024. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (28) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), durante cúpula realizada em Adis Abeba, na Etiópia, e representa um avanço significativo após os retrocessos verificados nos últimos anos.
O país havia retornado ao Mapa da Fome entre 2019 e 2021, em meio à crise econômica agravada pela pandemia, após ter saído pela primeira vez em 2014. A nova edição do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, elaborada pela FAO e agências parceiras da ONU, mostra que o Brasil voltou a atender ao critério internacional para ficar fora do ranking de países com níveis preocupantes de fome.
Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estabeleceu a meta até 2026. Com a divulgação do relatório, Lula celebrou a antecipação da meta e telefonou ao presidente da FAO, Qu Dongyu, destacando que os indicadores devem melhorar ainda mais nos próximos anos, com a consolidação de programas sociais de seu governo.
“Estou feliz. No ano que vem, os dados vão estar muito melhores. Este balanço ainda carrega 2022, que foi um ano muito ruim“, disse Lula, em transmissão ao vivo nas redes sociais. O presidente também reafirmou que o combate à fome exige colocar os mais pobres no orçamento público, tanto da União quanto de estados e municípios.
Segundo a FAO, os números de subnutrição no Brasil vinham em queda desde 2023. No triênio 2019–2021, o índice chegou a 3,4% e subiu para 4,2% até 2022. Em 2023, houve leve recuo para 3,9%, ainda com 8,4 milhões de brasileiros em insegurança alimentar. Agora, com o índice abaixo de 2,5%, o país sai da lista, embora a ONU não divulgue números absolutos quando esse patamar é atingido.
A prevalência de subnutrição (PoU, na sigla em inglês) mede o percentual de pessoas cujo consumo alimentar não atende às necessidades calóricas mínimas. A FAO utiliza essa métrica como sinônimo de fome crônica.
Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, os resultados positivos são fruto do plano Brasil Sem Fome, lançado em agosto de 2023, que articula ações de transferência de renda, segurança alimentar e incentivo à agricultura familiar com participação de 24 ministérios.
“Essa vitória é fruto de políticas públicas eficazes. Todas as políticas sociais trabalhando juntas para ter um Brasil sem fome”, declarou Dias.
O programa Bolsa Família, reformulado em 2023, também foi citado como peça-chave. Atualmente, 19,6 milhões de famílias são beneficiadas, o menor número desde a reformulação. Segundo o governo, a redução ocorre de forma positiva, com quase 1 milhão de famílias deixando o programa devido ao aumento da renda familiar.
A melhora nos indicadores brasileiros ocorre em um cenário global ainda desafiador. A pandemia de Covid-19 agravou a fome no mundo, e no Brasil, a crise levou milhões à busca por doações de alimentos e sobras de supermercados. Agora, o país volta a liderar esforços globais com a Aliança Internacional contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a presidência brasileira no G20, com foco em levar soluções e recursos a nações mais vulneráveis.
Brasil
Mercado ilegal domina mais de 50% das apostas online no Brasil
Estima-se que as casas de apostas não autorizadas movimentem até R$ 18 bilhões por ano, elevando riscos à arrecadação e à proteção do consumidor

No cenário das apostas online no Brasil, cresce a preocupação com o volume expressivo de operações realizadas por plataformas não regulamentadas. Estimativas recentes apontam que mais de metade do mercado de apostas esportivas ainda está em ambiente clandestino, o que implica em múltiplas consequências para a economia, a segurança e a equidade da atividade.
Entre os principais pontos de atenção, destaca-se que essas casas de apostas ilegais, por estarem fora do âmbito de fiscalização, não prestam contas ao Fisco nem seguem obrigações de transparência e proteção ao apostador. Tal realidade gera evasão fiscal bilionária, concorrência desleal para operadores regulares e aumenta a vulnerabilidade de usuários que podem ser vítimas de fraudes ou práticas predatórias.
Especialistas do setor apontam que o universo de apostas sob regulação formal, embora já regulado, está limitado em termos de abrangência e alcance, criando um enorme “mercado paralelo”. Esse desequilíbrio expõe dois desafios centrais: primeiro, a necessidade de intensificar a fiscalização e bloquear domínios que atuam irregularmente; segundo, ampliar a educação do consumidor para que identifique quais plataformas estão autorizadas, reduzindo o uso de sites com operações de risco.
Para o governo, a situação apresenta um custo elevado. A falta de tributação correta sobre os valores movimentados pelas casas ilegais compromete não apenas a arrecadação imediata, mas também a credibilidade do setor formalizado. No curto prazo, a ampliação de plataformas regulares, com garantias de transparência, poderia fortalecer o ambiente de apostas no Brasil, promovendo maior segurança jurídica, melhores práticas de mercado e proteção aos usuários.
Em suma, o Brasil enfrenta um ponto de inflexão: transformar o mercado de apostas em um sistema mais transparente e regulado, reduzindo o peso das operações ilegais, promover o cumprimento de obrigações tributárias e garantir que os apostadores tenham acesso a plataformas confiáveis — sob pena de manter o risco elevado de fraudes, perdas e impactos ao erário público.
Brasil
Rio vive “cenário de guerra” em megaoperação contra facção criminosa
Forças de segurança deflagram ação massiva contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e confrontos deixam mortos e apreensões em 15 favelas

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte clima de tensão após uma megaoperação policial deflagrada em diversas comunidades da capital e da região metropolitana. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), mobilizou centenas de agentes das forças de segurança e resultou em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.
Descrita por autoridades e moradores como um verdadeiro “cenário de guerra”, a operação aconteceu simultaneamente em 15 favelas, incluindo áreas da Zona Norte e da Zona Oeste, onde o confronto foi mais intenso. Houve registro de tiroteios prolongados, barricadas incendiadas e ataques com armamento pesado, o que obrigou o fechamento de escolas e o bloqueio de vias de acesso.
De acordo com as forças de segurança, o objetivo da ofensiva é desarticular núcleos de liderança e logística da facção criminosa, responsável por expandir o controle territorial em várias comunidades. Apesar do impacto operacional, o episódio reacende o debate sobre a escalada da violência urbana e os limites da política de enfrentamento armado adotada no estado.
Para especialistas, a dimensão da operação reflete o avanço das facções no Rio e a necessidade de ações de inteligência e articulação entre os órgãos públicos. No entanto, há também preocupação com os efeitos colaterais sobre a população civil, que permanece em meio ao fogo cruzado.
O governo estadual defende que as ações são indispensáveis para restaurar a ordem e recuperar áreas dominadas pelo crime organizado, mas reconhece que o desafio maior será garantir segurança duradoura e presença social efetiva nas comunidades afetadas.
O episódio reforça a percepção de que o Rio de Janeiro enfrenta um dos períodos mais críticos de sua segurança pública, em que operações de grande porte se tornam rotina e colocam à prova a capacidade do Estado de conter o poder das facções criminosas.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
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