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Política

Tarcísio admite disputar Presidência e monta estratégia para 2026

Governador de São Paulo calibra discurso, ouve marqueteiros e prepara dois caminhos: reeleição no Estado ou candidatura ao Planalto

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Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é cotado para a Presidência em 2026 Foto: Pablo Jacob/Governo SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mudou de tom e passou a admitir nos bastidores a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2026. Até então categórico ao descartar a hipótese, o aliado de Jair Bolsonaro (PL) agora desenha uma estratégia para manter abertas duas opções: a reeleição no Estado ou uma candidatura ao Planalto.

Segundo fontes do Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio já conversa com marqueteiros, promove ajustes em sua comunicação e busca projeção nacional, mas evita dar sinais explícitos de campanha para não se tornar alvo do próprio bolsonarismo. A preparação antecipada, afirmam aliados, visa evitar que o governador parta do zero em caso de uma disputa presidencial.

Antes reservado, Tarcísio passou a admitir a aliados que pode aceitar concorrer ao Planalto, embora reafirme que sua prioridade é seguir no governo paulista. Ele reforça que qualquer decisão dependerá de um pedido direto de Jair Bolsonaro, a quem declara lealdade.

Nos bastidores, emissários do governador procuraram nomes como Chico Mendez e Paulo Vasconcelos, além da equipe de Pablo Nobel, responsável pela campanha vitoriosa de 2022. A tendência, segundo aliados, é reeditar a parceria com Nobel.

A agenda de Tarcísio também já reflete o movimento duplo. De um lado, ele intensifica viagens ao interior paulista com a Caravana 3D — programa que percorre todas as regiões com foco em “desenvolvimento, dignidade e diálogo”. De outro, marca presença em eventos do mercado financeiro e em encontros com empresários, onde tem defendido um ajuste fiscal rigoroso e criticado abertamente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na semana passada, em um fórum promovido pelo Banco BTG Pactual, o governador foi incisivo: “O Brasil não aguenta mais Lula, não aguenta mais o PT, não aguenta mais corrupção e aumento de impostos.” O tom contrasta com o início de sua gestão, quando evitava confrontos diretos com o governo federal.

A indefinição sobre o futuro, porém, exige equilíbrio. Mensagens do celular de Jair Bolsonaro, divulgadas pela Polícia Federal, mostraram o incômodo de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com a possibilidade de Tarcísio suceder o pai, revelando uma disputa velada dentro do próprio bolsonarismo.

Ainda assim, a pressão por sua candidatura presidencial cresce. Líderes do Centrão avaliam que será difícil Tarcísio resistir, sobretudo porque os diálogos reforçam que ele já teria o respaldo do ex-presidente. Um aliado próximo, no entanto, pondera que o governador só entrará na disputa se tiver todos os fatores alinhados: apoio dos principais partidos de centro-direita, sinal verde explícito de Bolsonaro e unidade dentro do bolsonarismo.

Enquanto a decisão não é tomada, Tarcísio mantém o discurso de que pode disputar a reeleição em São Paulo, onde acredita ter um cenário eleitoral mais confortável. Mas, a cada gesto, alimenta a expectativa de que esteja se preparando para voos mais altos em 2026.

Redação Saiba+

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump

Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, na Indonésia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.

Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.

“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.

A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.

Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.

Redação Saiba+

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