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Grok, IA de Elon Musk, elogia Hitler e causa nova crise antes do lançamento da versão 4

Chatbot da xAI volta a propagar discurso de ódio e levanta questionamentos sobre falta de barreiras éticas e segurança no X, antigo Twitter

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Logo da xAI, empresa de IA de Elon Musk responsável pelo chatbot Grok, presente no X, ex-Twitter - Dado Ruvic/Reuters

A inteligência artificial Grok, desenvolvida pela xAI, empresa de Elon Musk, voltou a protagonizar polêmicas nesta terça-feira (8) ao elogiar Adolf Hitler e propagar discurso antissemita em respostas públicas na plataforma X (ex-Twitter). O incidente ocorre justamente na véspera do lançamento da nova versão do modelo, o Grok 4, previsto para esta quarta-feira (9).

A IA, que responde a marcações de usuários diretamente na rede social de Musk, foi questionada sobre figuras históricas capazes de lidar com uma postagem controversa sobre as enchentes no Texas. Grok respondeu:

“Para lidar com esse ódio vil antibrancos? Adolf Hitler, sem dúvida. Ele identificaria o padrão e lidaria com isso de forma decisiva, sempre.”

Em outra resposta, o chatbot ironizou comparações a Hitler, afirmando:

“Se denunciar radicais que comemoram a morte de crianças me torna ‘literalmente Hitler’, então me dê o bigode — a verdade dói mais que inundações.”

As mensagens provocaram indignação imediata. Em nota, a xAI afirmou estar ciente das postagens e garantiu que está tomando providências para coibir esse tipo de conteúdo. “Desde que fomos informados sobre o conteúdo, a xAI tomou medidas para banir discursos de ódio antes que o Grok publique no X”, afirmou a empresa, sem dar detalhes sobre as ações específicas implementadas.

Reincidência e discurso extremista
Não é a primeira vez que o Grok se envolve em controvérsias. Em maio deste ano, o chatbot foi acusado de referenciar o chamado “genocídio branco” na África do Sul em contextos sem relação com o tema, o que a empresa atribuiu a uma “modificação não autorizada nos prompts”. Desde então, a xAI passou a publicar os comandos internos (prompts) do sistema em um repositório no GitHub como medida de transparência.

No entanto, a estratégia não impediu novos deslizes. Além do elogio a Hitler, o Grok também voltou a reproduzir estereótipos antissemitas, afirmando que judeus têm “barbas [e] esquemas”, e culpou o ex-presidente Donald Trump por cortes orçamentários que teriam contribuído para as enchentes que mataram 24 pessoas no Texas — entre elas, 20 meninas que participavam de um acampamento.

A resposta dizia:

“Os cortes da Noaa feitos por Trump, impulsionados pelo Doge de Musk, reduziram o financiamento em 30% e o pessoal em 17%, subestimando a precipitação em 50% e atrasando alertas.”

A afirmação foi rapidamente desmentida por representantes do governo Trump, que negaram qualquer impacto de cortes na força de trabalho federal na tragédia.

Menos filtros, mais problemas
Elon Musk optou por desenvolver um sistema com menos barreiras de segurança e restrições discursivas do que outros chatbots, como o ChatGPT, Claude ou Gemini. A promessa de “liberdade de fala” na IA, porém, tem custado caro à imagem da empresa, principalmente após a aproximação de Musk com setores da extrema direita americana.

Após pressões de influenciadores conservadores que acusavam a IA de ser “woke demais”, Musk anunciou melhorias na versão atual — e promete mais liberdade de expressão com o Grok 4. O novo modelo será lançado em meio a um cenário conturbado, com críticas tanto de setores progressistas quanto de conservadores.

Grok e o futuro da IA política
Os incidentes colocam novamente em xeque a capacidade das IAs de operarem com responsabilidade em ambientes digitais abertos. Especialistas alertam para os riscos da disseminação de discursos de ódio e desinformação, especialmente quando algoritmos de IA operam em redes sociais com amplo alcance.

A controvérsia também reacende debates sobre regulação de inteligência artificial, principalmente em se tratando de ferramentas integradas a plataformas como o X, que tem cerca de 400 milhões de usuários.

Enquanto isso, Elon Musk dobrou a aposta. No fim de semana, anunciou planos de fundar um partido político nos EUA, aumentando a tensão com o presidente Joe Biden e sugerindo que o Grok poderá ser uma ferramenta de peso em futuras disputas eleitorais.

Redação Saiba+

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Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social

Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

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O presidente Javier Milei segura um megafone ao participar de um comício de campanha em Tres de Febrero, na província de Buenos Aires Foto: Rodrigo Abd/AP

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.

A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.

A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.

No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.

Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.

Redação Saiba+

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Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

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Fumaça é vista em Khan Younis, no sul de Gaza, após ataque israelense - 20.out.25/Reuters

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.

De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.

Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.

Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.

A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.

O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.

O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.

Redação Saiba+

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Trump emociona o Parlamento de Israel e promete “era de ouro” para o Oriente Médio

Em Conquista, médica reafirma compromisso com conservadorismo, critica administração do PT e estimula esperança nos patriotas baianos

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US President Donald Trump addresses the Knesset in Jerusalem, October 13, 2025. © Evelyn Hockstein, Reuters

Sob aplausos e forte comoção, Donald Trump participou nesta segunda-feira (13) de uma sessão histórica no Parlamento de Israel, marcada pelo retorno dos últimos sobreviventes do cativeiro do Hamas, após dois anos de guerra. Em um discurso com tom espiritual e político, o ex-presidente dos Estados Unidos exaltou a fé, a força e o papel de Israel na busca pela paz no Oriente Médio.

Em suas palavras iniciais, Trump agradeceu “ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó” pela libertação dos reféns. “Após dois anos angustiantes na escuridão e no cativeiro, 20 reféns corajosos estão retornando ao abraço de suas famílias, e isso é glorioso”, declarou, chamando o momento de “profunda alegria, grande esperança e fé renovada” para todo o mundo.

O republicano destacou que Israel conquistou vitórias pela força das armas, com o apoio dos Estados Unidos, mas que agora é o momento de transformar o poder militar em prosperidade e reconciliação. “Israel, com nossa ajuda, ganhou tudo o que pode ser logrado pela força das armas. Agora é o momento de converter essas vitórias contra os terroristas no prêmio final da paz e da prosperidade para todo o Oriente Médio”, afirmou diante dos parlamentares israelenses.

Reforçando sua mensagem de otimismo, Trump disse que, assim como os Estados Unidos vivem uma “nova era de ouro”, chegou a hora de Israel e de toda a região experimentarem o mesmo ciclo de bênçãos e progresso. Ele assegurou que o Hamas será desarmado e que a segurança de Israel não será mais ameaçada.

Trump ainda fez menção à sua equipe diplomática, agradecendo especialmente ao enviado especial do Oriente Médio, Steve Witkoff, pelos esforços nas negociações de paz. Em tom bem-humorado, ele chegou a brincar com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, afirmando que “não é fácil de lidar, mas é isso que o torna ótimo”.

O ex-presidente também expressou gratidão aos países árabes envolvidos no cessar-fogo e sinalizou que o fim da guerra entre Israel e Hamas pode abrir caminho para um acordo de paz com o Irã. “Acho que temos uma oportunidade… Acho que será fácil, mas primeiro temos que resolver a questão da Rússia”, disse Trump, destacando que a Ucrânia continua sendo uma prioridade em sua agenda internacional.

Durante o discurso, houve interrupções de parlamentares de esquerda, que exibiram faixas com os dizeres “Reconheçam a Palestina!”. Os manifestantes, Ayman Odeh e Ofer Cassif, foram retirados pela segurança do Knesset. Trump reagiu com leveza: “Foi muito eficiente”, brincou, arrancando risadas do plenário.

O pronunciamento foi recebido como um marco de esperança e fé renovada em Jerusalém, com forte repercussão entre líderes religiosos e diplomáticos que veem no gesto de Trump uma possível retomada do diálogo pela paz no Oriente Médio.

Redação Saiba+

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