Saúde
Médicos ameaçam paralisar atendimentos em Salvador
Profissionais rejeitam contrato PJ imposto pelo governo da Bahia e denunciam precarização nos hospitais estaduais

Cerca de 500 médicos que atuam em cinco grandes hospitais estaduais de Salvador estão em estado de greve e ameaçam reduzir os atendimentos nas próximas semanas. O motivo da mobilização é o fim do vínculo CLT desses profissionais, substituído por uma proposta de contratação via Pessoa Jurídica (PJ) feita pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
A decisão de entrar em estado de greve foi tomada durante assembleia realizada na última quinta-feira (10), com o apoio do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed). A mudança contratual é consequência do encerramento do contrato entre a Sesab e o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), que há oito anos geria os vínculos dos médicos no regime CLT.
“Muitos médicos já avisaram que não vão aceitar vínculos que não sejam CLT”, afirma Rita Virgínia, presidente do Sindimed. “Vai haver um vácuo que impactará diretamente na assistência à população.”
Entre os hospitais afetados estão o Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), Maternidade Albert Sabin (MAS) e Maternidade Tsylla Balbino (MTB) — todos localizados em Salvador e responsáveis por mais de 82 mil atendimentos por ano. O HGRS é, inclusive, o maior hospital público das regiões Norte e Nordeste.
Com o fim do contrato vigente até 31 de julho, os médicos receberam aviso prévio e foram orientados a aceitarem novas propostas sob o modelo PJ. No entanto, a categoria rejeita a mudança, alegando perda de direitos trabalhistas fundamentais, como 13º salário, férias e licença-maternidade.
“O contrato PJ representa uma forma de precarização dos médicos baianos”, diz Rita Virgínia. “A pejotização traz insegurança, atrasos e até ausência de pagamentos.”
Segundo o Sindimed, ao menos 30 anestesistas já se manifestaram formalmente contra a nova modalidade de contratação. Também estão entre os grupos mais afetados os obstetras, neonatologistas e cirurgiões pediátricos, cuja atuação é essencial para a alta complexidade das unidades.
Além das mobilizações internas, o sindicato tem buscado apoio político. Na última sexta-feira (11), o vice-presidente do Sindimed, Yuri Serafim, gravou um vídeo dentro da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) relatando reuniões com deputados estaduais.
“São mais de 500 médicos sendo demitidos e substituídos por vínculos precários. Viemos à Alba buscar apoio para barrar essa situação”, afirmou Serafim.
Procurada, a Sesab afirmou que a transição foi comunicada com antecedência e será realizada de forma escalonada, sem prejuízo à população. No entanto, a pasta ainda não ofereceu alternativas ao modelo PJ, que segue sendo o único formato proposto até o momento.
Uma nova assembleia está marcada para esta terça-feira (15), onde a categoria pode definir ações mais drásticas caso o governo estadual não apresente soluções. A possibilidade de paralisação parcial ou total nos atendimentos não está descartada.
Nos bastidores, médicos relatam medo de represálias e preferem não se identificar publicamente, deixando a representação das demandas nas mãos do sindicato. Muitos temem a instabilidade provocada pela pejotização, que abre brechas para demissões frequentes e contratos instáveis a cada seis meses.
Saúde
Marília investiga morte de bebê por suspeita de sarampo
Cidade do interior paulista tem 40 casos em apuração; cobertura vacinal ainda está abaixo da meta ideal

A cidade de Marília, no interior de São Paulo, investiga a morte de um bebê de aproximadamente um ano por suspeita de sarampo. A Secretaria Municipal da Saúde também apura outros 40 casos suspeitos da doença. As autoridades não descartam outras causas, como arboviroses ou meningite, e aguardam resultados laboratoriais.
Segundo a Prefeitura, todas as unidades de saúde estão abastecidas e preparadas para atender a população. A cobertura vacinal atual no município é de 86,7% para a primeira dose (tríplice viral) e 73,48% para a segunda (tetraviral), números ainda abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde.
Como medida preventiva, a Secretaria da Educação suspendeu temporariamente as aulas da turma onde a criança estudava. A interrupção ocorre nesta segunda-feira (6) e as atividades serão retomadas na terça (7). O restante da escola segue funcionando normalmente.
No estado de São Paulo, a cobertura vacinal para crianças de até um ano chega a 95,22% na primeira dose e 80,22% na segunda, de acordo com dados de abril. O primeiro caso de sarampo no estado em 2025 foi registrado em um homem de 31 anos residente na capital, que não precisou de internação.
Em novembro de 2024, o Brasil foi recertificado pela Organização Pan-Americana da Saúde como país livre da circulação do vírus do sarampo, após ter perdido a certificação em 2018. Até agora, 29 casos foram confirmados no país em 2025, sendo 23 no estado de Tocantins.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida pelo ar por meio da fala, tosse ou espirros. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 pessoas não vacinadas. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite.
Vacina é a principal forma de prevenção. O esquema nacional prevê duas doses: a primeira aos 12 meses de idade (tríplice viral) e a segunda aos 15 meses (tetraviral). Adultos de 1 a 29 anos devem comprovar duas doses, e aqueles entre 30 e 59 anos, pelo menos uma. Profissionais da saúde devem ter duas doses comprovadas independentemente da idade.
Em São Paulo, a vacinação está disponível nas UBSs de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas unidades de Assistência Médica Ambulatorial integradas às UBSs.
Saúde
Brasil registra mais de 100 casos de intoxicação por metanol
Epidemia de bebida adulterada mobiliza autoridades; 11 casos já confirmados e dezenas em investigação

O Brasil enfrenta uma crise sanitária emergencial com mais de 100 casos de intoxicação por metanol confirmados ou em investigação após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Os registros recentes elevaram o alerta das autoridades de saúde e impulsionaram medidas de controle e combate à produção clandestina.
Até o momento, foram notificados cerca de 113 casos em todo o país, sendo 11 confirmados e 102 sob investigação. A maioria concentra-se no estado de São Paulo, com 101 notificações, das quais 11 já confirmadas. Em outros estados — como Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul — há casos suspeitos em apuração.
Dos registros atuais, 12 resultaram em óbito: um deles já confirmado em São Paulo, enquanto os demais seguem em investigação em vários estados. A letalidade motivou o acionamento de protocolos emergenciais e reforço na vigilância sanitária nacional.
Diante da situação, o Ministério da Saúde adotou estratégias de resposta rápida: aquisição imediata de etanol farmacêutico (antídoto do metanol), busca de fornecimento internacional do fomepizol (medicamento específico para intoxicação pelo composto), e instalação de uma sala de situação para monitoramento contínuo. Estados e municípios foram orientados a notificar imediatamente casos suspeitos e intensificar fiscalização de bebidas alcoólicas vendidas de forma irregular.
Entre as orientações à população estão:
- Evitar bebidas de origem duvidosa, comercializadas em estabelecimentos informais ou com preços muito baixos.
- Verificar lacres, rótulos, lote, CNPJ e selo fiscal no momento da compra.
- Ficar atento aos sintomas iniciais, como náuseas, dor de cabeça, visão turva e tontura — eles podem surgir entre 12 e 24 horas após ingestão.
- Procurar atendimento médico urgente ao identificar qualquer sinal suspeito, informando histórico de consumo de bebida alcoólica.
Essa crise expõe fragilidades na fiscalização de bebidas, na regulação sanitária e no combate à adulteração. A expectativa é que, com o avanço das investigações, redes de produção clandestina sejam desarticuladas e medidas preventivas sejam intensificadas para proteger consumidores.
Saúde
Thaise Oliveira assume direção da Policlínica Regional de Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas
Enfermeira com sólida trajetória em gestão da saúde pública reforça compromisso com a regionalização e a qualidade dos serviços no Recôncavo baiano

A Policlínica Regional de Saúde de Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas tem nova Diretora-Geral. A enfermeira Thaise Oliveira São Paulo de Castro, de 32 anos, natural de Ipiaú (BA), foi nomeada para o cargo em comissão e assume a unidade com a missão de fortalecer a regionalização da saúde e aprimorar o atendimento à população.
Graduada em Enfermagem pela FAPEC – Faculdades Unidas de Pesquisa, Ciência e Saúde, Thaise possui diversas especializações, entre elas Enfermagem do Trabalho, Auditoria em Enfermagem, Saúde da Coletividade, Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde (ESPBA) e Saúde Coletiva com Ênfase em Monitoramento e Avaliação (UFBA).
Com carreira marcada pela dedicação ao serviço público, Thaise atuou de 2022 a 2025 na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), junto à Diretoria de Gestão de Unidades Consorciadas em Parceria Público-Privada (DGECOP), sendo responsável pelo monitoramento e avaliação das Policlínicas Regionais de Saúde em todo o Estado. Em 2025, também exerceu a Coordenação da Vigilância Sanitária e Ambiental de Maracás, demonstrando experiência administrativa e técnica.
Além da prática profissional, Thaise acumula formação complementar em cursos e seminários nacionais, com destaque para capacitações da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG), Fiocruz e Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com foco em Gestão em Saúde, Segurança do Paciente, Políticas Públicas e Avaliação de Indicadores.
Ao assumir a nova função, a diretora destacou o compromisso com a humanização do atendimento, a eficiência da gestão pública e a valorização dos profissionais de saúde:
“Assumo esta missão com muita responsabilidade e entusiasmo. As Policlínicas Regionais são instrumentos fundamentais para garantir o acesso da população ao cuidado especializado e à saúde de qualidade. Pretendo dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado, fortalecendo ainda mais o modelo de gestão e o atendimento ao cidadão”, afirmou.
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