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Política

Governo Lula reage a ataque de Trump e Rui Costa dispara: “É inacreditável que se preocupem com a 25 de Março e o Pix”

Ministro da Casa Civil se junta à defesa da soberania nacional após EUA iniciarem investigação contra o Brasil e citarem Pix e comércio popular como “ameaças” ao comércio americano

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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira

A ofensiva comercial lançada pelo ex-presidente Donald Trump contra o Brasil ganhou uma resposta firme do governo Lula. Além da indignação expressa em carta oficial assinada por Geraldo Alckmin e Mauro Vieira, a reação ganhou um novo porta-voz nesta quarta-feira (16): o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que classificou a investigação americana como uma “intromissão absolutamente indevida”.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Rui ironizou a lista de preocupações do governo dos EUA. “É inacreditável imaginar que o presidente de uma das maiores potências do mundo esteja preocupado com a Rua 25 de Março e com o Pix”, afirmou. Para ele, a ação de Trump é uma tentativa inaceitável de interferência em decisões soberanas do Brasil.

A Rua 25 de Março, tradicional polo de comércio popular em São Paulo, foi citada no relatório do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) como exemplo negativo de proteção à propriedade intelectual. Já o Pix, sistema amplamente adotado pelos brasileiros, foi descrito como possível prática desleal de concorrência no setor de pagamentos digitais.

“Não dá para aceitar que um líder mundial queira definir o meio de pagamento de um país, adotado pelo povo, pelas empresas e pelo próprio sistema financeiro. O Pix é uma conquista brasileira, não será alterado por pressão externa”, cravou Rui Costa, em tom de defesa da soberania nacional.

O presidente Lula em reunião com empresários da indústria de alimentos – Pedro Ladeira

O governo Lula trabalha para finalizar uma resposta técnica e diplomática à investigação, que se baseia na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, e pode abrir caminho para retaliações tarifárias e sanções comerciais. Entre os temas abordados pelos americanos estão também desmatamento ilegal, propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol, tarifas de importação e até falta de medidas anticorrupção.

A equipe econômica considera que a inclusão do Pix no relatório demonstra fragilidade no argumento técnico. Para ministros de Lula, trata-se de uma tentativa de criar um “factoide” para forçar o Brasil a aceitar condições comerciais mais favoráveis aos EUA.

“Vamos responder com serenidade, diálogo e altivez, sem abrir mão da nossa autonomia”, disse Rui Costa. Ele também fez um apelo à união nacional diante da crise. “Independentemente de partido político, é hora de defender o Brasil. Nenhum outro líder mundial pode escolher o que será feito na 25 de Março ou nos meios de pagamento brasileiros. Isso é decisão nossa.”

Além da carta enviada aos representantes do comércio americano, o governo estuda acionar instâncias internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), e já descartou qualquer possibilidade de alterar o Pix, que hoje movimenta bilhões de reais diariamente e é considerado uma revolução no sistema bancário nacional.

Redação Saiba+

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump

Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, na Indonésia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.

Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.

“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.

A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.

Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.

Redação Saiba+

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