conecte-se conosco

Política

Lula chama de arbitrária e sem fundamento proibição de ministros do STF entrarem nos EUA

Presidente brasileiro criticou duramente sanção imposta pelo governo Trump após investigações contra Jair Bolsonaro; relação entre os dois países entra em novo momento de tensão diplomática.

Postado

em

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião do Brics, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “arbitrária e sem fundamento” a decisão do governo Donald Trump de proibir a entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos. A medida foi anunciada na noite da última sexta-feira (18), e representa um novo marco na escalada de tensões diplomáticas entre os dois países.

Minha solidariedade e apoio aos ministros do STF atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, declarou Lula em publicação feita em sua conta oficial no X (antigo Twitter). Segundo ele, “a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”.

A sanção americana ocorre após ações da Polícia Federal autorizadas pelo STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa à noite, aproximar-se de embaixadas ou manter contato com diplomatas. A medida, segundo fontes próximas a Trump, visa responder à suposta perseguição política promovida por instituições brasileiras contra o ex-presidente e seus aliados.

O ex-presidente Bolsonaro, que agora vive sob restrições, afirmou em entrevista à Reuters que “o Lula, sem mim, ganha a eleição de qualquer um”, insinuando que o objetivo das ações judiciais é inviabilizar sua candidatura em 2026.

A crise diplomática ganhou contornos ainda mais tensos após Trump anunciar a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, uma retaliação direta à forma como o Brasil tem conduzido os processos judiciais contra Bolsonaro. O atual presidente americano também criticou publicamente o ministro Alexandre de Moraes, que comanda os inquéritos que investigam o ex-presidente e aliados.

A repercussão política foi imediata. Enquanto os ministros do governo Lula mantiveram cautela institucional, a militância petista passou a divulgar massivamente trechos do pronunciamento presidencial, reforçando o discurso de defesa da democracia e da soberania nacional.

Em contrapartida, lideranças bolsonaristas acusam o governo brasileiro de ter alimentado a crise, ao permitir uma judicialização seletiva contra adversários políticos. Para o núcleo duro do bolsonarismo, Trump apenas reagiu à perseguição promovida pelo STF, e o Brasil pode sair prejudicado caso a escalada continue.

No centro da disputa estão também os filhos de Bolsonaro, especialmente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado nos bastidores para influenciar parlamentares e lideranças americanas contra o governo Lula e o STF.

Enquanto isso, o Palácio do Planalto tenta conter os danos com um discurso de institucionalidade e defesa do Judiciário. Ainda assim, a crise com os EUA representa um desafio diplomático delicado para o governo brasileiro, que busca reequilibrar suas relações internacionais em um ambiente cada vez mais polarizado.

Redação Saiba+

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

Postado

em

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

Postado

em

O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

Continue lendo

Política

Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump

Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

Postado

em

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, na Indonésia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.

Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.

“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.

A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.

Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.

Redação Saiba+

Continue lendo
Ads Imagem
Ads PMI VISITE ILHÉUS

    Mais Lidas da Semana