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Política

Bolsonaro desafia restrições e traça agenda política mesmo sob ameaça de prisão

Ex-presidente visita a Câmara, exibe tornozeleira, critica Moraes e articula pauta anti-STF com parlamentares aliados

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O ex-presidente Jair Bolsonaro mostra para os jornalistas a tornozeleira eletrônica, que foi colocada por ordem do ministro Alexandre de Morais, na saída da Câmara dos Deputados após reunião com na liderança do PL Foto: Wilton Junior

Apesar de estar sob medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro tem adotado uma postura de confronto aberto e estratégico. Mesmo durante o recesso legislativo, Bolsonaro iniciou uma agenda parlamentar na Câmara dos Deputados, articulando apoio político e reforçando sua base ideológica.

Na segunda-feira (22), Bolsonaro visitou o Congresso, onde exibiu a tornozeleira eletrônica imposta por decisão de Alexandre de Moraes e criticou duramente as restrições à sua liberdade de expressão. A cena foi acompanhada de declarações emblemáticas, como:

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recursos, não matei, não trafiquei. Isso aqui é símbolo da máxima humilhação da sua palavra.”

A atitude provocou reação imediata do STF. Alexandre de Moraes ordenou que a defesa do ex-presidente se manifeste sobre a conduta, sob pena de prisão por possível descumprimento das medidas. Segundo o ministro, a visita, acompanhada de declarações filmadas e repercutidas por aliados nas redes sociais, configura violação indireta da proibição de comunicação pública.

Articulação de pautas conservadoras

Mesmo sob risco jurídico, Bolsonaro segue atuando politicamente com aliados, usando o Congresso como palco de resistência. Nesta terça-feira (23), ele pretende comparecer às sessões das comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores. O objetivo, segundo parlamentares próximos, é pressionar pela anistia dos condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro.

A chamada “pauta da anistia” é vista como prioridade por Bolsonaro, que a classifica como gesto humanitário. No entanto, enfrenta forte oposição do governo e de setores moderados do Congresso, que veem o projeto como ameaça à responsabilização por crimes antidemocráticos.

Bolsonaro também incentiva a apresentação de novos pedidos de impeachment contra ministros do STF, com foco em Moraes. Embora tais propostas não tenham chance real de prosperar, aliados avaliam que a movimentação tem valor simbólico e serve para manter a militância mobilizada nas redes.

“Ele está virando o jogo. Está transformando restrição judicial em palanque político”, afirmou um deputado bolsonarista sob reserva.

Eduardo Bolsonaro também é alvo de Moraes

No mesmo dia da visita de Bolsonaro à Câmara, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou ter tido suas contas bancárias bloqueadas por ordem de Moraes. A decisão ocorre no âmbito da investigação da Polícia Federal sobre as tentativas de articulação política internacional do bolsonismo com apoio do ex-presidente Donald Trump.

“Acabaram de bloquear minhas contas bancárias. Tudo em nome da democracia”, ironizou o parlamentar em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.

Segundo Eduardo, a decisão é parte de uma estratégia para sufocar financeiramente lideranças conservadoras envolvidas em denúncias de conspiração. Moraes teria agido para impedir o financiamento de ações consideradas ofensivas à soberania nacional, especialmente nos Estados Unidos.

Durante a entrevista, Eduardo Bolsonaro ainda fez uma previsão alarmante:

“Se nada for feito, não teremos eleição de verdade no ano que vem. Teremos um teatro das tesouras.”

Redação Saiba+

Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump

Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, na Indonésia Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.

Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.

“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.

A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.

Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.

Redação Saiba+

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