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Nova bateria pode ‘enterrar’ o carro a gasolina

Tecnologia promissora desenvolvida pela Factorial Energy pode revolucionar o mercado de veículos elétricos com mais segurança, alcance e velocidade de carregamento

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Uwe Keller, o chefe de desenvolvimento de baterias da Mercedes-Benz, com um sedã Mercedes movido por uma bateria fabricada pela startup americana Factorial Energy, em Stuttgart, Alemanha - Felix Schmitt/NYT

BOSTON – Em uma manhã fria de janeiro, um vídeo curto enviado ao celular de Siyu Huang, CEO da startup americana Factorial Energy, marcou uma virada histórica na indústria automotiva. O clipe mostrava um sedã da Mercedes-Benz em teste, equipado com uma bateria de estado sólido desenvolvida por sua empresa. As palavras que acompanhavam o vídeo eram simples: “rodas girando”. Para Huang e sua equipe, o momento simbolizava mais de uma década de trabalho árduo em busca de uma inovação capaz de transformar os carros elétricos.

A tecnologia de baterias de estado sólido é considerada o “Santo Graal” da mobilidade elétrica. Ela substitui os eletrólitos líquidos – substâncias inflamáveis que transportam íons nas baterias convencionais – por sólidos ou géis, oferecendo maior segurança, capacidade de carga mais rápida e maior densidade energética. Apesar das vantagens, a complexidade da fabricação e os riscos de curtos-circuitos internos tornam o desenvolvimento desafiador. Nenhuma montadora havia conseguido, até então, incorporar com sucesso essa tecnologia em veículos de produção real.

A trajetória da Factorial começou nos laboratórios da Universidade Cornell, onde Huang e seu marido, Alex Yu, hoje diretor de tecnologia da empresa, mergulharam na pesquisa de novos materiais para baterias. Em 2021, a startup chamou a atenção da Mercedes-Benz, que investiu na empresa e impulsionou sua missão rumo ao estado sólido. A partir daí, os desafios se multiplicaram: a pequena fábrica-piloto na Coreia do Sul teve um rendimento inicial de apenas 10%, tornando inviável a produção em escala. Em 2024, no entanto, esse índice saltou para 85%, permitindo a entrega de baterias funcionais à Mercedes.

O primeiro teste real ocorreu em Stuttgart, Alemanha, onde engenheiros da montadora instalaram a bateria da Factorial em um modelo elétrico EQS. Nos dias seguintes, o veículo foi submetido a testes de estrada rigorosos, atingindo velocidades de até 160 km/h sem falhas. O desempenho foi animador: a autonomia teórica da bateria chega a impressionantes 965 km com uma única carga.

A colaboração entre uma jovem empresa americana e uma das montadoras mais tradicionais da Europa pode ser o início de uma nova era para os veículos elétricos. A expectativa é que a tecnologia chegue ao mercado nos próximos anos, reduzindo custos e aumentando a confiança dos consumidores em alternativas sustentáveis à gasolina.

“Não percebemos que um convite viria tão cedo”, disse Huang sobre o interesse da Mercedes em colocar a bateria da Factorial em funcionamento. Com foco em eficiência e segurança, a startup continua avançando, com o objetivo de transformar definitivamente o setor automotivo

Redação Saiba+

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Tom Cruise, aliado de Trump, desvia de pergunta sobre tarifas em filmes

Tom Cruise, aliado de Trump, desvia de pergunta sobre tarifas em filmes

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O ator americano Tom Cruise em coletiva sobre o novo 'Missão: Impossível' em Seul, na Coreia do Sul

Cruise participava de uma coletiva sobre seu novo filme, “Missão: Impossível – O Acerto Final” em Seul, na Coreia do Sul, nesta quinta-feira.

“Preferimos nos manter respondendo a perguntas que se tratam do filme, obrigado”, ele disse, com um sorriso no rosto. Um repórter coreano havia questionado o ator se o último capítulo da franquia de ação seria tarifado, dado que fora filmado em vários países.

Trump deixou a indústria cinematográfica mundial perplexa ao dizer que aplicará uma tarifa de 100% nas produções estrangeiras, incluindo projetos de estúdios americanos gravados em outros países.

A medida tem potencial para afetar títulos brasileiros com pretensão de trilhar carreira internacional, como foi o caso de “Ainda Estou Aqui”.

Redação Saiba+

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Americano é eleito papa e adota o nome Leão XIV

Robert Francis Prevost, primeiro pontífice dos Estados Unidos, assume aos 69 anos como sucessor de Francisco e faz sua primeira aparição no Vaticano

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Robert Francis Prevost, novo papa Leão XIV, fez seu primeiro discurso / Reprodução

A Igreja Católica tem um novo líder, o cardeal dos Estados Unidos Robert Francis Prevosti é o novo papa.. Na tarde desta quinta-feira (8), exatamente às 13h08 no horário de Brasília (18h08 em Roma), a tradicional fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, sinalizando que os 133 cardeais reunidos em conclave chegaram a um consenso. O ritual marca a escolha do 267º papa da história da Igreja.

A escolha de Prevost, de 69 anos, foi anunciado nesta quinta-feira (8) pelo Vaticano, após a fumaça branca ser expelida da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais isolados no conclave elegeram o novo pontífice.

O novo papa apareceu na sacada da Basílica de São Pedro depois de ser anunciado, em latim, pelo cardeal Dominique Mamberti.

“A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressucitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês”, disse o novo pontífice em seu primeiro discurso.

O sinal foi celebrado com entusiasmo pelos fiéis, que aguardavam ansiosamente pelo desfecho da eleição papal, iniciada após a morte do papa Francisco, ocorrida há 16 dias. Seguindo o protocolo, o cardeal eleito foi conduzido à chamada “Sala das Lágrimas”, onde vestiu as roupas papais antes de ser apresentado ao mundo.

Redação Saiba+

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Trump taxa filmes estrangeiros e envia comitiva ao Brasil por segurança

Enquanto endurece medidas protecionistas para reerguer Hollywood, Trump manda coordenador de sanções a Brasília para tratar de crime organizado e terrorismo

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Trump / Reprodução

O ex-presidente e atual pré-candidato à Casa Branca, Donald Trump, anunciou neste domingo (4) uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos. A medida foi revelada por meio de uma publicação em sua rede social, a Truth Social, e marca uma nova ofensiva do republicano contra o que considera uma “devastação coordenada” da indústria cinematográfica americana por potências estrangeiras.

“A indústria cinematográfica nos Estados Unidos está morrendo rapidamente. Outros países estão oferecendo todos os tipos de incentivos para atrair nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos”, escreveu Trump.

Segundo ele, a situação representa uma ameaça à segurança nacional por envolver, inclusive, “mensagens e propaganda”.

O anúncio vem acompanhado da ordem para que o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA iniciem imediatamente a aplicação da tarifa, atingindo qualquer produção audiovisual estrangeira que entre no mercado americano. “Queremos filmes feitos nos Estados Unidos, novamente!”, finalizou.

A nova política de tarifas é vista como uma tentativa de resgatar a força econômica e simbólica de Hollywood, em meio à crescente competição internacional e à fuga de produções para países com incentivos fiscais mais generosos, como Canadá, Hungria e Coreia do Sul.

Paralelamente à política interna, Trump reforça sua atuação diplomática com a América Latina. Também neste domingo, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil confirmou que uma comitiva do Departamento de Estado desembarca em Brasília esta semana para discutir temas ligados à segurança pública, combate ao tráfico internacional de drogas e enfrentamento a organizações criminosas transnacionais.

A delegação será liderada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do órgão, e deverá manter reuniões bilaterais com autoridades brasileiras. Segundo comunicado oficial, os encontros abordarão os programas de sanções dos EUA direcionados ao combate ao terrorismo e ao crime organizado.

A visita ocorre dias após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) antecipar a movimentação diplomática e coincide com um raro encontro entre representantes dos governos Lula e Trump. Em Las Vegas, o ministro da Fazenda Fernando Haddad se reuniu com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, marcando o primeiro contato formal de alto nível entre as duas administrações.


Redação Saiba+

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