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Política

PF deflagra Operação Overclean contra família de deputado baiano

Ação conjunta da Polícia Federal, CGU e Receita investiga esquema de fraudes e desvio de emendas envolvendo familiares do deputado Elmar Nascimento, do União Brasil

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O líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA) - Zeca Ribeiro - 5.set.2023/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (17) a quinta fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de desvio de verbas públicas por meio de emendas parlamentares direcionadas à Codevasf. O foco da ação recaiu sobre a família do deputado baiano Elmar Nascimento (União Brasil-BA), com base em contratos firmados em 2022, com a cidade de Campo Formoso, reduto eleitoral do parlamentar.

Foram alvos da operação o irmão de Elmar, Elmo Nascimento (prefeito de Campo Formoso), seu primo Francisco Nascimento (vereador) e Marcelo Moreira, ex-presidente da Codevasf, que foi indicado ao cargo pelo próprio deputado. Embora envolvido politicamente, Elmar Nascimento não foi alvo direto das buscas.

Segundo os investigadores, o objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa acusada de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Petrolina, Mata de São João e também em Brasília.

A operação foi autorizada pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o afastamento cautelar de um servidor público e o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.

“O bloqueio tem como finalidade interromper a circulação de valores de origem ilícita e garantir recursos para futura reparação ao erário”, afirmou a PF em nota conjunta com a CGU.

Os órgãos de controle apontam que o grupo investigado manipulava processos licitatórios para desviar recursos destinados ao município, mediante pagamento de propinas e ações de obstrução das investigações.

Os crimes apurados incluem:

  • Organização criminosa
  • Obstrução à justiça
  • Corrupção ativa e passiva
  • Peculato
  • Fraude em licitações
  • Lavagem de dinheiro

Na primeira fase da Operação Overclean, Francisco Nascimento chegou a ser preso, acusado de ser peça-chave no esquema. À época, jogou dinheiro pela janela ao ser surpreendido pela polícia. Ele também ocupava o cargo de secretário-executivo da prefeitura comandada pelo irmão.

A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) é vista como uma das estruturas mais estratégicas do governo federal por ser um canal facilitador para a execução de emendas parlamentares. Tradicionalmente, a estatal é cobiçada por políticos nordestinos e passou a atuar, além da sua função histórica de irrigação, na execução de obras de pavimentação e distribuição de equipamentos e veículos para bases eleitorais.

Redação Saiba+

Política

Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”

Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

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Kuala Lampur, Malásia. 26.10.2025 Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. Fotos: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.

Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.

Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.

Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.

No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.

Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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