Política
Câmara aprova urgência da anistia e impõe derrota ao governo
Parlamentares vão decidir se aprovam perdão amplo, que pode incluir Bolsonaro, ou apenas redução de penas para condenados do 8 de Janeiro.

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), o regime de urgência para o projeto que trata da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A medida permite que a proposta seja votada diretamente em plenário, sem precisar passar por comissões, o que representa uma derrota significativa para o governo Lula (PT), que atuava nos bastidores para barrar o avanço do tema.
O requerimento, apresentado pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), recebeu 311 votos favoráveis, 163 contrários e 7 abstenções — número bem acima dos 257 votos necessários. Agora, os deputados deverão discutir o conteúdo do texto, ainda sem data marcada.
Nos bastidores, o debate se concentra em duas possibilidades: uma anistia ampla, defendida por parlamentares bolsonaristas e que incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ou uma redução de penas, articulada pelo centrão em negociação com setores do STF e do governo.
A decisão é vista como um gesto político da Câmara em direção à oposição bolsonarista, mas também como um movimento estratégico do centrão, que busca manter protagonismo na pauta legislativa. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu que o tema seja tratado como forma de “pacificar o país”, mas ressaltou que caberá ao plenário construir um texto de consenso.
“Um presidente da Câmara não pode ser dono de teses, nem de verdades absolutas. Sempre que alguém se declarou dono da verdade, o país perdeu”, afirmou Motta em plenário.
A aprovação da urgência provocou reações distintas. Deputados da esquerda criticaram o movimento e denunciaram um “golpe de Estado continuado”. Já a bancada do PL celebrou a decisão e afirmou que a votação representa um passo histórico.
O governo Lula monitora possíveis retaliações, já que parlamentares favoráveis à urgência foram alertados de que indicações políticas para cargos na estrutura federal poderiam ser revistas. Aliados do Planalto acusam o centrão de romper acordos, especialmente após o embate sobre a PEC da Blindagem, que amplia o foro especial para parlamentares.
A expectativa é que a definição sobre o mérito do projeto ocorra nas próximas semanas, com a possibilidade de apresentação de um texto substitutivo que reduza as penas previstas para os crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro, sem conceder perdão total.
Saiba como votou a bancada baiana
A favor
Adolfo Viana (PSDB);
Alex Santana (Republicanos);
Arthur Maia (União Brasil);
Capitão Alden (PL);
Claudio Cajado (PP);
Dal Barreto (União);
Elmar Nascimento (União);
José Rocha (União);
Leur Lomanto Jr. (União);
Márcio Marinho (Republicanos);
Pastor Isidório (Avante);
Paulo Azi (União);
Roberta Roma (PL);
Rogéria Santos (Republicanos).
Contra
Alice Portugal (PCdoB);
Bacelar (PV);
Charles Fernandes (PSD);
Daniel Almeida (PCdoB);
Diego Coronel (PSD);
Félix Mendonça Jr. (PDT);
Gabriel Nunes (PSD);
Ivoneide Caetano (PT);
Jorge Solla (PT);
Joseildo Ramos (PT);
Josias Gomes (PT);
Lídice da Mata (PSB);
Mário Negromonte Jr. (PP);
Otto Alencar Filho (PSD);
Paulo Magalhães (PSD);
Ricardo Maia (MDB);
Valmir Assunção (PT);
Waldenor Pereira (PT);
Zé Neto (PT).
Não votaram
Antonio Brito (PSD);
João Leão (PP);
João Carlos Bacelar (PL);
Leo Prates (PDT);
Neto Carletto (Avante).
Política
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
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