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Política

Espionagem Ilegal na Abin: PF Intima Ex-Diretor da Gestão Lula em Nova Fase da Investigação

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Polícia Federal intimou Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ocupou o cargo durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para prestar depoimento em um inquérito que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal na Abin.

Essa nova fase da investigação busca esclarecer como e por quem foi utilizado o sistema FirstMile, uma ferramenta de monitoramento de localização de celulares em tempo real — tudo sem autorização judicial, o que configura um grave desvio de função e uma possível violação de direitos fundamentais garantidos pela Constituição.

De acordo com as autoridades, o sistema teria sido operado por agentes da Abin para monitorar figuras públicas, como políticos, jornalistas e membros do Judiciário, levantando suspeitas de que havia uma estrutura paralela de vigilância dentro do próprio Estado.

Embora a maior parte dos indícios até agora esteja relacionada à gestão da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro, a PF decidiu ouvir integrantes de outras administrações, incluindo a de Lula, para verificar se houve continuidade ou conhecimento das práticas ilegais anteriormente ou posteriormente àquele período.

O nome de Luiz Fernando Corrêa aparece como peça importante para traçar esse histórico. Ele foi intimado para esclarecer se, em sua gestão, houve qualquer utilização do sistema FirstMile ou se tinha conhecimento de sua existência e funcionamento. O depoimento está previsto para acontecer ainda nesta semana.

Essa investigação faz parte de um movimento mais amplo da Polícia Federal para coibir práticas de vigilância ilegal dentro de órgãos estatais. A ideia é identificar não apenas quem operava o sistema, mas também quem autorizava ou se beneficiava de suas informações.

A espionagem ilegal na Abin já levou à prisão de ex-diretores ligados à gestão Bolsonaro. As ações da PF demonstram que o uso desse tipo de ferramenta sem amparo legal ultrapassa governos e pode configurar um problema estrutural dentro do serviço de inteligência brasileiro.

Além do ex-diretor da gestão Lula, outras figuras públicas e servidores de diferentes épocas vêm sendo convocados para prestar esclarecimentos. A Abin, por sua vez, afirmou que colabora com as investigações e está promovendo uma revisão interna de processos e protocolos de segurança.

Especialistas em direito e segurança pública alertam que o uso de tecnologias invasivas como o FirstMile exige regulamentação rígida e fiscalização constante, para evitar abusos que podem comprometer a democracia e o Estado de Direito.

A repercussão política do caso é intensa. Parlamentares de diferentes partidos já se manifestaram cobrando explicações e defendendo a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar possíveis práticas de espionagem ilegal por parte de órgãos estatais.

Enquanto isso, cresce a pressão sobre o governo atual para garantir total transparência nas apurações e reforçar os mecanismos de controle e ética nos serviços de inteligência.

A expectativa é que os desdobramentos do depoimento de Luiz Fernando Corrêa tragam novas informações sobre como o sistema era utilizado, quem o operava e, principalmente, se havia conhecimento ou consentimento institucional em sua utilização sem respaldo judicial.

Este caso reacende um importante debate sobre os limites da atuação dos órgãos de inteligência e o respeito às garantias individuais no Brasil.

Redação Saiba+

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Brasil

Visitas a Bolsonaro são suspensas por equipe médica

Após live e intimação na UTI, CFM se manifesta sobre normas de segurança hospitalar. Conselho emitiu nota reforçando que desrespeitos no acesso à UTI representam risco à vida dos pacientes.

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Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O Conselho Federal de Medicina (CFM) se manifestou oficialmente nesta sexta-feira (25) sobre os recentes episódios envolvendo a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital DF Star, em Brasília. A nota da entidade veio após a realização de uma live e uma visita judicial no local, que ocorreram fora das normas recomendadas para esse tipo de ambiente hospitalar.

Segundo o CFM, o acesso a pacientes internados em UTIs deve obedecer a protocolos técnicos e assistenciais rigorosos, válidos para todos os estabelecimentos médicos do país. O conselho destacou que essas diretrizes são aplicáveis “a quaisquer pessoas, sob qualquer pretexto”, incluindo agentes públicos e equipes de imprensa. A flexibilização dessas normas, conforme alerta a entidade, pode comprometer o ambiente terapêutico e colocar em risco a vida de pacientes em estado crítico.

Entre os critérios obrigatórios para entrada em UTIs estão a autorização expressa da equipe médica, número restrito de visitantes por leito, horário controlado, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e respeito aos protocolos sanitários vigentes. O CFM recomendou que casos de desrespeito a essas regras sejam apurados pelos conselhos regionais de medicina.

Apesar da orientação do CFM, o Hospital DF Star, onde Bolsonaro está internado, informou por telefone que as visitas ocorrem 24 horas por dia, com limite de até 15 visitantes por leito — sem necessidade de agendamento prévio. A assessoria da instituição não respondeu oficialmente aos questionamentos da imprensa.

Na noite de quinta-feira (24), a equipe médica do hospital divulgou comunicado suspendendo as visitas ao ex-presidente. A medida foi tomada em razão da piora no seu estado de saúde, com elevação da pressão arterial e alterações nos exames hepáticos. De acordo com o boletim, Bolsonaro segue internado “sem previsão de alta”.

O episódio reacendeu o debate sobre segurança hospitalar e a necessidade de manter ambientes assistenciais protegidos de interferências externas, especialmente em situações clínicas delicadas.

Redação Saiba+

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Política

Novo partido deverá ter número do Podemos e símbolo do PSDB

Novo partido manterá número do Podemos e adota símbolo do PSDB em fusão histórica

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fusao PSDB e Podemos
Montagem: saibamaisbahia

A fusão entre o PSDB e o Podemos deve ser oficializada na próxima terça-feira (29), consolidando um novo partido político que buscará unir o legado histórico tucano com a vitalidade da atual estrutura do Podemos. A nova legenda, em fase de transição, será inicialmente identificada como #PSDB+Podemos, com a promessa de um nome definitivo a ser anunciado em breve.

Segundo informações de bastidores, a nova sigla adotará o número 20, atualmente utilizado pelo Podemos, aposentando o tradicional 45, que identificou o PSDB desde sua fundação em 1988. Em contrapartida, o símbolo do novo partido será um tucano, ícone histórico da legenda tucana, mas com uma releitura moderna e estilizada.

A proposta é preservar o máximo possível o legado do PSDB, partido que esteve à frente da Presidência da República por oito anos e foi responsável por políticas estruturantes como o Plano Real. A construção programática da nova legenda deve se basear nos princípios centristas que marcaram a trajetória do PSDB, reforçando um posicionamento moderado no cenário político brasileiro.

Com a fusão, o novo partido espera não apenas ampliar sua representatividade nacional, mas também resgatar a confiança de um eleitorado identificado com propostas reformistas e de equilíbrio institucional. A integração das lideranças e das estruturas partidárias será conduzida nas próximas semanas, com o objetivo de consolidar uma organização política robusta para as eleições municipais de 2024 e a disputa nacional de 2026.

Redação Saiba+

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Política

Janones imita Nikolas para defender governo no caso INSS

Deputado do Avante acusa Bolsonaro de ter montado esquema no órgão e defende gestão Lula em vídeo com linguagem semelhante à usada pelo parlamentar do PL

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Foto: Reprodução

O deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou, nesta quinta-feira (24), um vídeo nas redes sociais em que defende o governo Lula (PT) das acusações relacionadas ao esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A gravação, que repercutiu entre internautas, chamou atenção pelo formato: segue a mesma estética usada por Nikolas Ferreira (PL-MG) em vídeos virais — linguagem direta, cenário neutro, trilha sonora ao fundo e cortes dinâmicos.

Na peça, Janones sustenta que o esquema de corrupção no INSS teve início ainda em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o parlamentar mineiro, a “quadrilha” teria sido montada naquele período e só agora está sendo desarticulada. Ele afirma que as investigações em curso revelam a herança do governo anterior e reforçam o compromisso do atual governo com a responsabilização dos envolvidos.

“A verdade é que a corrupção foi plantada lá atrás, e agora o governo está colhendo os estragos para poder limpar a casa”, afirmou o deputado no vídeo.

O estilo adotado por Janones remete diretamente à estratégia de comunicação de Nikolas Ferreira, conhecido por vídeos com grande apelo nas redes sociais. Em janeiro, Nikolas viralizou ao criticar a proposta da Receita Federal sobre a fiscalização de transações via Pix — medida posteriormente revista pelo governo.

Ao utilizar a mesma linguagem visual e narrativa de seu adversário político, Janones busca ocupar o mesmo espaço de influência digital, disputando a atenção e a narrativa junto ao público mais jovem e presente nas redes.

A publicação ocorre em meio à crescente pressão sobre o governo federal para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades no INSS. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal investigam o caso, e diversas prisões já foram efetuadas.

Com a gravação, Janones se antecipa à oposição e tenta virar o jogo da narrativa: ao invés de responsabilizar a gestão atual, sugere que a apuração das fraudes é, na verdade, uma ação corretiva do próprio governo Lula.

Redação Saiba+

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