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Saúde

Lagartixa em casa: vilã ou aliada? Saiba mais

Pequenas e ágeis, as lagartixas podem assustar à primeira vista, mas são inofensivas e desempenham papel importante no controle de pragas urbanas

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Lagartixa: Hemidactylus mabouia é a espécie mais comum encontrada dentro de casa. Foto: Vinicius Rodrigues de Souza/Adobe Stock

Presença constante em lares brasileiros, especialmente durante a noite, as lagartixas costumam causar surpresa — e até certo desconforto — quando surgem repentinamente nas paredes ou tetos. Mas afinal, por que esses pequenos répteis aparecem dentro de casa? E sua presença é algo bom ou ruim?

De acordo com o herpetólogo Miguel Trefaut Rodrigues, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), a espécie mais comum nas residências é a Hemidactylus mabouia, conhecida como lagartixa-de-parede. “Ela veio da África, provavelmente trazida nos navios negreiros, e se espalhou amplamente pelo território brasileiro”, explica o especialista. Com cerca de 7 centímetros, elas são adaptadas ao ambiente urbano e se escondem durante o dia, surgindo à noite em busca de alimento.

Lagartixa: Hemidactylus mabouia é a espécie mais comum encontrada dentro de casa. Foto: Vinicius Rodrigues de Souza/Adobe Stock

Por que as lagartixas entram nas casas?

As lagartixas são atraídas por locais que oferecem abrigo, temperatura amena e, principalmente, alimento. Como são animais ectotérmicos — ou seja, que dependem do ambiente para regular sua temperatura corporal —, elas preferem ambientes quentes e com frestas ou cantos escuros para se proteger. Fontes de luz também as atraem indiretamente, pois iluminam o caminho para insetos como mosquitos, mariposas e baratas, que fazem parte de sua dieta.

Lagartixa faz mal?

Apesar de causarem certo incômodo visual, lagartixas não oferecem risco à saúde humana. Pelo contrário, são grandes aliadas no controle biológico de pragas urbanas, ajudando a reduzir a população de mosquitos, inclusive os transmissores de doenças como o Aedes aegypti. Elas também se alimentam de baratas, aranhas, escorpiões e traças.

“Elas não são venenosas, não transmitem doenças e não representam qualquer ameaça direta”, garante Rodrigues.

E a tal ‘doença da lagartixa’?

Um dos mitos mais comuns é o de que lagartixas transmitem doenças aos humanos. No entanto, o único risco real identificado está relacionado aos gatos. A chamada platinosomose felina é uma parasitose transmitida aos felinos pela ingestão da lagartixa ou de outros répteis infectados. Ainda assim, é um caso isolado e restrito ao mundo animal.

Thecadactylus rapicauda, espécie de lagartixa encontrada na Amazônia, que chega a 12 centímetros de comprimento. Foto: BENNY TRAPP/Adobe Stock

Como lidar com lagartixas sem machucá-las?

Para quem não quer conviver com as lagartixas dentro de casa, a dica do especialista é clara: “Capture com cuidado e solte em outro ambiente”. Esses animais têm a pele delicada e podem soltar a cauda como mecanismo de defesa — processo conhecido como autotomia caudal. A cauda se regenera, mas o susto pode ser desnecessário para ambos os lados.

Mitos populares

A lagartixa ainda é cercada por lendas urbanas sem embasamento científico. Entre as mais conhecidas: “lagartixa dá coceira”, “só solta se chover” ou “morde e não larga mais”. Todas infundadas. Segundo Rodrigues, essas ideias vêm da confusão com outros répteis, como as osgas em Portugal, e se perpetuam principalmente em regiões mais afastadas.

No fim das contas, se você encontrar uma lagartixa pela casa, o melhor a fazer é agradecer: ela está apenas fazendo seu trabalho de forma discreta e eficaz.

Redação Saiba+

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Saúde

Marília investiga morte de bebê por suspeita de sarampo

Cidade do interior paulista tem 40 casos em apuração; cobertura vacinal ainda está abaixo da meta ideal

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Foto: Divulgação

A cidade de Marília, no interior de São Paulo, investiga a morte de um bebê de aproximadamente um ano por suspeita de sarampo. A Secretaria Municipal da Saúde também apura outros 40 casos suspeitos da doença. As autoridades não descartam outras causas, como arboviroses ou meningite, e aguardam resultados laboratoriais.

Segundo a Prefeitura, todas as unidades de saúde estão abastecidas e preparadas para atender a população. A cobertura vacinal atual no município é de 86,7% para a primeira dose (tríplice viral) e 73,48% para a segunda (tetraviral), números ainda abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde.

Como medida preventiva, a Secretaria da Educação suspendeu temporariamente as aulas da turma onde a criança estudava. A interrupção ocorre nesta segunda-feira (6) e as atividades serão retomadas na terça (7). O restante da escola segue funcionando normalmente.

No estado de São Paulo, a cobertura vacinal para crianças de até um ano chega a 95,22% na primeira dose e 80,22% na segunda, de acordo com dados de abril. O primeiro caso de sarampo no estado em 2025 foi registrado em um homem de 31 anos residente na capital, que não precisou de internação.

Em novembro de 2024, o Brasil foi recertificado pela Organização Pan-Americana da Saúde como país livre da circulação do vírus do sarampo, após ter perdido a certificação em 2018. Até agora, 29 casos foram confirmados no país em 2025, sendo 23 no estado de Tocantins.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida pelo ar por meio da fala, tosse ou espirros. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 pessoas não vacinadas. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite.

Vacina é a principal forma de prevenção. O esquema nacional prevê duas doses: a primeira aos 12 meses de idade (tríplice viral) e a segunda aos 15 meses (tetraviral). Adultos de 1 a 29 anos devem comprovar duas doses, e aqueles entre 30 e 59 anos, pelo menos uma. Profissionais da saúde devem ter duas doses comprovadas independentemente da idade.

Em São Paulo, a vacinação está disponível nas UBSs de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas unidades de Assistência Médica Ambulatorial integradas às UBSs.

Redação Saiba+

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Saúde

Brasil registra mais de 100 casos de intoxicação por metanol

Epidemia de bebida adulterada mobiliza autoridades; 11 casos já confirmados e dezenas em investigação

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Brasil registra mais de 100 casos de intoxicação por metanol entre suspeitos e confirmados. Foto: Tiago Queiroz

O Brasil enfrenta uma crise sanitária emergencial com mais de 100 casos de intoxicação por metanol confirmados ou em investigação após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Os registros recentes elevaram o alerta das autoridades de saúde e impulsionaram medidas de controle e combate à produção clandestina.

Até o momento, foram notificados cerca de 113 casos em todo o país, sendo 11 confirmados e 102 sob investigação. A maioria concentra-se no estado de São Paulo, com 101 notificações, das quais 11 já confirmadas. Em outros estados — como Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul — há casos suspeitos em apuração.

Dos registros atuais, 12 resultaram em óbito: um deles já confirmado em São Paulo, enquanto os demais seguem em investigação em vários estados. A letalidade motivou o acionamento de protocolos emergenciais e reforço na vigilância sanitária nacional.

Diante da situação, o Ministério da Saúde adotou estratégias de resposta rápida: aquisição imediata de etanol farmacêutico (antídoto do metanol), busca de fornecimento internacional do fomepizol (medicamento específico para intoxicação pelo composto), e instalação de uma sala de situação para monitoramento contínuo. Estados e municípios foram orientados a notificar imediatamente casos suspeitos e intensificar fiscalização de bebidas alcoólicas vendidas de forma irregular.

Entre as orientações à população estão:

  • Evitar bebidas de origem duvidosa, comercializadas em estabelecimentos informais ou com preços muito baixos.
  • Verificar lacres, rótulos, lote, CNPJ e selo fiscal no momento da compra.
  • Ficar atento aos sintomas iniciais, como náuseas, dor de cabeça, visão turva e tontura — eles podem surgir entre 12 e 24 horas após ingestão.
  • Procurar atendimento médico urgente ao identificar qualquer sinal suspeito, informando histórico de consumo de bebida alcoólica.

Essa crise expõe fragilidades na fiscalização de bebidas, na regulação sanitária e no combate à adulteração. A expectativa é que, com o avanço das investigações, redes de produção clandestina sejam desarticuladas e medidas preventivas sejam intensificadas para proteger consumidores.

Redação Saiba+

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Saúde

Thaise Oliveira assume direção da Policlínica Regional de Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas

Enfermeira com sólida trajetória em gestão da saúde pública reforça compromisso com a regionalização e a qualidade dos serviços no Recôncavo baiano

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Reprodução

A Policlínica Regional de Saúde de Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas tem nova Diretora-Geral. A enfermeira Thaise Oliveira São Paulo de Castro, de 32 anos, natural de Ipiaú (BA), foi nomeada para o cargo em comissão e assume a unidade com a missão de fortalecer a regionalização da saúde e aprimorar o atendimento à população.

Graduada em Enfermagem pela FAPEC – Faculdades Unidas de Pesquisa, Ciência e Saúde, Thaise possui diversas especializações, entre elas Enfermagem do Trabalho, Auditoria em Enfermagem, Saúde da Coletividade, Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde (ESPBA) e Saúde Coletiva com Ênfase em Monitoramento e Avaliação (UFBA).

Com carreira marcada pela dedicação ao serviço público, Thaise atuou de 2022 a 2025 na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), junto à Diretoria de Gestão de Unidades Consorciadas em Parceria Público-Privada (DGECOP), sendo responsável pelo monitoramento e avaliação das Policlínicas Regionais de Saúde em todo o Estado. Em 2025, também exerceu a Coordenação da Vigilância Sanitária e Ambiental de Maracás, demonstrando experiência administrativa e técnica.

Além da prática profissional, Thaise acumula formação complementar em cursos e seminários nacionais, com destaque para capacitações da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG), Fiocruz e Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com foco em Gestão em Saúde, Segurança do Paciente, Políticas Públicas e Avaliação de Indicadores.

Ao assumir a nova função, a diretora destacou o compromisso com a humanização do atendimento, a eficiência da gestão pública e a valorização dos profissionais de saúde:

“Assumo esta missão com muita responsabilidade e entusiasmo. As Policlínicas Regionais são instrumentos fundamentais para garantir o acesso da população ao cuidado especializado e à saúde de qualidade. Pretendo dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado, fortalecendo ainda mais o modelo de gestão e o atendimento ao cidadão”, afirmou.

Redação Saiba+

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