Política
Haddad admite derrota no Congresso e propõe STF, cortes amplos ou nova receita após queda do IOF
Ministro da Fazenda afirma que decisão final será de Lula, mas avalia judicialização, aumento de arrecadação ou corte de R$ 12 bilhões no Orçamento, o que atingiria programas sociais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal estuda três saídas para contornar a derrubada, pelo Congresso Nacional, do decreto que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade da medida, buscar novas fontes de arrecadação ou promover cortes no Orçamento, que podem impactar áreas sensíveis como saúde, educação e habitação.
Em entrevista ao novo videocast C-Level Entrevista, da Folha de S.Paulo, Haddad disse que a decisão será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas defendeu a judicialização do caso com base em pareceres da AGU e da PGFN.
“Na opinião dos juristas do governo, é flagrantemente inconstitucional a decisão do Congresso que anulou o decreto”, afirmou.
Haddad demonstrou frustração com a articulação política: após reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ele acreditava que havia sido firmado um acordo. “Saí de lá achando que estava tudo certo. Não sei o que mudou daquele domingo para cá.”
O ministro relatou ter sido surpreendido pela decisão da Câmara na manhã do dia 25, sendo informado por uma ligação da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Motta, segundo ele, não o procurou antes da votação. “Foi uma surpresa até para vários líderes”, disse.
A queda da medida que elevava o IOF é mais uma derrota do governo Lula no Congresso, evidenciando o clima de tensão entre o Executivo e o Legislativo. Mesmo assim, Haddad afirmou que seguirá defendendo a justiça tributária, com redução da carga sobre os mais pobres e maior tributação sobre os super-ricos. “Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem”, declarou.
Ele também reconheceu o adiamento da proposta de corte de 10% das isenções fiscais para agosto — a previsão inicial era para esta semana. Para o ministro, o rombo nas contas públicas é agravado por medidas herdadas, como o calote dos precatórios e a fragilização do BPC, que geraram uma indústria de judicialização.
Diante da expectativa para 2026, Haddad avalia que a eleição será acirrada, mas acredita que Lula chegará “competitivo”. No entanto, descartou aumento no valor do Bolsa Família no ano eleitoral, mantendo os pagamentos dentro dos parâmetros estabelecidos por acordos internacionais.
Haddad reforçou que a agenda econômica do governo busca corrigir distorções históricas e que enfrenta resistência justamente por atingir os que menos contribuem com o fisco.
“Não é normal um país tão desigual permitir que quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano pague 2,5% de imposto de renda, enquanto uma professora da rede pública paga 10%.”
Apesar da crise política evidenciada pela queda do IOF, o ministro diz que seguirá dialogando com o Congresso. “Não me isolo, eu converso. O jogo é duro, mas estamos do lado certo.”
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
Política
Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump
Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.
Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.
“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.
A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.
Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.
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