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Política

Veja a campanha publicitária lançada para tentar reverter queda da popularidade de Lula

Foco será na isenção de Imposto de Renda e com cunho nacionalista. Veiculação acontecerá na próxima semana.

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O governo está lançando esta semana um pacote de campanhas publicitárias com o objetivo de combater a queda de popularidade do presidente Lula (PT). A estratégia inclui três grandes temas: a isenção de Imposto de Renda para rendas até R$ 5.000, o nacionalismo brasileiro e a defesa de programas importantes, como Farmácia Popular e Pé-de-Meia.

Durante a primeira reunião ministerial de 2025, o novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, apresentou um cronograma para reverter essa situação em três meses, com prazo final em abril. Segundo pesquisa do Datafolha em fevereiro, a aprovação do governo está em 24%, o menor índice nos três mandatos de Lula, com uma rejeição de 41%, também um recorde.

Lula conversa com o ministro Sidônio Palmeira (Secom)

A isenção do Imposto de Renda para rendas até R$ 5.000 é uma das principais estratégias dessa campanha de comunicação. As peças publicitárias serão veiculadas em plataformas digitais, rádio e TV, com a agência Nacional responsável pela divulgação, que teve início nesta quinta-feira (20).

Uma ala do governo cogitou adiar a campanha, temendo confusão com a declaração do Imposto de Renda de 2025, que já começou. No entanto, prevaleceu a decisão de veiculá-la imediatamente. Antes mesmo de assumir o cargo, Sidônio defendeu que a campanha fosse lançada durante o ajuste fiscal proposto pela equipe econômica.

No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discordou, argumentando que a proposta ainda não havia sido enviada ao Congresso e poderia sofrer alterações. Os auxiliares de Lula esperam aumentar a popularidade do presidente entre a classe média com a proposta, que foi encaminhada à Câmara dos Deputados na quarta-feira (19). Cards e vídeos sobre o projeto começaram a circular nas redes sociais na tarde de quinta-feira, destacando a justiça da proposta, que prevê taxação dos mais ricos.

A mensagem enfatiza a redução de impostos para rendas mais baixas e uma maior contribuição daqueles que ganham mais. A propaganda também destaca que quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.000 terá isenção parcial de impostos, com descontos decrescentes até a isenção total. Em um dos cards, o governo compara a situação atual com a proposta para o próximo ano, caso seja aprovada, para quatro profissões diferentes: motorista, professora, profissional autônomo e enfermeira.

O governo, além de implementar mudanças no Imposto de Renda, está prestes a lançar uma campanha com a marca “Brasil dos brasileiros”. Essa iniciativa é vista como uma estratégia para alcançar eleitores que apoiam Bolsonaro e resgatar os símbolos nacionais.

A frase escolhida é a mesma que estava estampada nos bonés azuis usados por apoiadores do governo durante as eleições no Senado e na Câmara, causando polêmica entre base e oposição. Segundo fontes do governo, a campanha terá como objetivo enaltecer o povo brasileiro e sua forma de lidar com o cotidiano, com um tom de empatia e solidariedade. Ela refletirá a imagem que o governo Lula 3 deseja transmitir.

Produzida pela Calia e com lançamento agendado para a próxima segunda-feira (23), a nova campanha destaca as diferenças regionais do Brasil para ressaltar o orgulho de ser brasileiro. Dividida em três etapas e veiculada em diversos estados, a primeira parada será na Bahia – estado dos ministros da Secom e da Casa Civil, além de ser um reduto importante para o partido petista. Inicialmente planejada para ser lançada meses atrás, a campanha foi adiada devido a crises como a do Pix e a alta nos preços dos alimentos.

Além disso, uma terceira campanha está sendo desenvolvida em parceria entre a Nacional e a Nova S/B para fazer um balanço dos dois anos de governo. Programas como Farmácia Popular e Pé-de-Meia serão destacados como conquistas para todos os brasileiros. O governo também está preparando uma campanha com o tema “prospera mais”, focada em medidas para apoiar empreendedores. A estratégia inclui a distribuição de materiais para parlamentares da base e apoiadores do governo.

Peças publicitárias sobre a proposta de mudança no IR anunciada pelo governo Lula – Divulgação

A veiculação de propagandas nos meses de abril e maio também é importante para calcular a média anual que será utilizada como base para o primeiro semestre de 2026, um ano eleitoral. Caso o governo não utilize todo o orçamento destinado para publicidade até maio, a cota para o próximo ano será reduzida.

Em reunião fechada com assessores no último dia 14, o ministro Sidônio Palmeira apresentou um novo slogan, cobrou organização e unificação da comunicação e disse que não pensa na eleição de 2026, pois precisa ganhar 2025 para o presidente. Ele ainda anunciou a realização de um evento com a presença de Lula e de ministros no dia 2 de abril para apresentar um balanço das entregas dos dois anos de gestão. Segundo ele, o encontro, que acontecerá no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, terá “o Brasil dando a volta por cima” como mote. Ele não substituirá o atual slogan do governo, “União e reconstrução”, que, contudo, tem sua reformulação estudada pela Secom. O evento é um dos passos do governo para tentar jogar luz sobre o que seus representantes veem como pontos fortes e realizações da gestão e também reverter a queda de popularidade do presidente.

Redação Saiba+

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Política

PF prende ex-ministro Gilson Machado por suspeita de fraude em passaporte

Ex-titular do Turismo no governo Bolsonaro é investigado por tentar facilitar fuga de Mauro Cid com passaporte português; caso se soma às acusações de tentativa de golpe

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Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (13), em Recife (PE), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, sob suspeita de envolvimento em um esquema para a emissão fraudulenta de passaporte português. A ação faz parte de um desdobramento da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que envolve Jair Bolsonaro, Mauro Cid e outros aliados próximos.

Segundo informações obtidas com fontes da investigação, Machado teria atuado, em maio de 2025, para facilitar a saída de Mauro Cid do Brasil, por meio da emissão de um documento europeu irregular. Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente, é réu por participar da suposta conspiração golpista e vem sendo alvo de diversas frentes de apuração da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na última terça-feira (10), a PGR encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para investigar formalmente o ex-ministro. O órgão também solicitou mandados de busca e apreensão, além da quebra dos sigilos telefônico e de mensagens de Gilson Machado. Para os procuradores, há elementos suficientes que indicam a tentativa de facilitar a fuga de um réu investigado por crimes contra o Estado democrático de direito.

A prisão do ex-ministro marca mais um capítulo da ofensiva judicial contra integrantes do núcleo político próximo a Bolsonaro. Gilson Machado foi ministro do Turismo entre 2020 e 2022, tendo também ocupado cargos ligados à promoção do governo nas redes sociais. Ele é conhecido pela defesa pública do ex-presidente e atuação ativa em pautas conservadoras.

A investigação segue sob sigilo, mas os desdobramentos indicam que novas prisões ou medidas cautelares podem ser autorizadas nos próximos dias, em meio ao avanço do inquérito que apura a tentativa de subversão do resultado das eleições de 2022.

Redação Saiba+

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Política

Lula diz que é presidente por “milagre” e dispara contra extrema direita

Durante cerimônia em Minas Gerais, presidente afirma que pode disputar um quarto mandato e critica Bolsonaro e a ausência de Romeu Zema no evento.

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Presidente Lula durante viagem a França na semana passada - Ludovic Marin - 9.jun.25/AFP

Em um discurso marcado por referências religiosas e provocações políticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (12) que sua presença na Presidência da República é um milagre. A fala ocorreu durante cerimônia em Minas Gerais, voltada ao acordo de reparação da tragédia de Mariana.

“Duvido que tenha um presidente que tenha feito metade do que eu fiz. Sou um cara agradecido a Deus. Um cara filho da Dona Lindu virar presidente só pode ser milagre. Uma, duas, três vezes, e se duvidar é a quarta vez. Se preparem, esse país não vai cair na mão da extrema direita”, afirmou Lula, em tom enfático.

O presidente ainda criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionando a falta de entregas do seu antecessor no estado mineiro. “Eu duvido que vocês digam, mesmo aquele que for mais bolsonarista, que diga uma obra que o Bolsonaro fez em Minas”, provocou.

Lula também exaltou programas de sua gestão, destacando o retorno de iniciativas sociais abandonadas no governo anterior. “Nós estamos fazendo um milagre nesse país. Primeiro recuperamos várias coisas que tinham acabado, como o Minha Casa Minha Vida, que vamos entregar 3 milhões de casas até o fim do mandato”, declarou, reforçando o tom messiânico do discurso.

O evento, porém, foi marcado pela ausência do governador de Minas, Romeu Zema (Novo). A não participação do chefe do Executivo estadual gerou críticas públicas por parte de ministros do governo federal, que acusaram o governador de boicote institucional e desrespeito à população mineira.

Redação Saiba+

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Política

Depoimentos no STF escancaram contradições, piadas e estratégias frágeis

De bom humor de Moraes a “sincericídio” de Heleno, interrogatórios revelam falas comprometedoras, tentativas de distorção da legalidade e comportamento dúbio de Bolsonaro e militares acusados de golpismo

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O ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF - Andre Borges/EFE

O interrogatório dos oito réus do núcleo central da suposta trama golpista, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, evidenciou posturas contrastantes e falas comprometedoras. As audiências, realizadas nos dias 9 e 10 de junho, colocaram frente a frente o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais, ex-ministros e o delator Mauro Cid. A seguir, os principais destaques, separados por tópicos:


1. Alexandre de Moraes adota tom irônico e bem-humorado com réus

Em contraste com o tom severo adotado com testemunhas, Alexandre de Moraes surpreendeu ao conduzir os interrogatórios com descontração, piadas e permissividade.

  • No depoimento de Mauro Cid, quando este relatou que o decreto golpista previa a prisão apenas de Moraes, o ministro respondeu em tom irônico: “Os outros receberam um habeas corpus”, arrancando risos do plenário.
  • Com o advogado do general Heleno, que reclamou do horário, Moraes disse: “O senhor tem quarta-feira para um brunch, quinta para jantar e sexta para quermesse.”
  • Bolsonaro também entrou na brincadeira e chegou a convidar Moraes para ser seu vice em 2026. “Declino novamente”, respondeu o ministro.

Esses momentos revelam uma postura atípica, em total contraste com o comportamento adotado nos depoimentos de testemunhas, como o ex-ministro Aldo Rebelo e o general Freire Gomes, quando Moraes chegou a ameaçar prisão e acusou advogados de tentar fazer “circo”.


2. Augusto Heleno se contradiz e enfraquece própria defesa

O general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, adotou uma estratégia de silêncio parcial, mas acabou se atrapalhando com as próprias palavras e prejudicando sua defesa.

  • Heleno alegou que não tomou medidas ilegais por “falta de clima” e chegou a dizer que “tinha que aceitar” o resultado das eleições, revelando uma postura de resignação forçada, não de convicção democrática.
  • Em outra fala polêmica, mencionou a necessidade de uma “virada de mesa” antes das eleições, expressão associada diretamente à ruptura institucional.
  • Especialistas apontam que Heleno cometeu um “sincericídio” ao indicar que só não houve golpe por ausência de condições políticas e apoio militar.

O general também confirmou que havia militares mobilizados em direção à trama golpista, embora dissesse estar afastado desses grupos.


3. Bolsonaro reforça narrativa militar e tenta justificar ilegalidades

O ex-presidente Jair Bolsonaro adotou uma retórica que mistura legalismo militar com distorção da Constituição para tentar justificar as reuniões sobre estado de sítio.

  • Em depoimento, afirmou ter considerado alternativas “dentro das quatro linhas”, mas admitiu que “abandonou” essas ideias ao perceber o “ocaso” de seu governo.
  • Especialistas afirmam que Bolsonaro e Mauro Cid utilizam uma noção deturpada de legalidade, chamada de “legalidade instrumental”, típica da cultura militar, em que a cadeia de comando se sobrepõe à Constituição.
  • Bolsonaro também mentiu ao justificar cortes de verbas na imprensa, alegando motivos fiscais, quando os fatos indicam perseguição deliberada aos meios de comunicação.

A tentativa de sustentar um discurso de respeito à Constituição enquanto discutia medidas autoritárias fragiliza a defesa do ex-presidente e reforça os argumentos da acusação.


4. Legalidade instrumental e a lógica militar do golpismo

Um ponto central dos interrogatórios foi a revelação de como setores militares interpretam a legalidade sob uma ótica hierárquica e autoritária.

  • Mauro Cid afirmou que militares não agiriam sem ordem superior, mesmo com suspeitas sobre o processo eleitoral.
  • A visão de que “o presidente pode ordenar e os militares apenas cumprem” entra em choque com o princípio constitucional de que “nenhuma ordem inconstitucional deve ser cumprida”.
  • Especialistas apontam que essa cultura ainda resiste nas Forças Armadas por falta de reformas profundas na educação militar pós-ditadura.

A deturpação da legalidade constitucional democrática é vista como uma das bases da tentativa de golpe, onde se busca legitimar o rompimento institucional com roupagem jurídica.

Redação Saiba+

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