Política
Bolsonaro ataca Moraes: investigação é ‘historinha’. ‘Tem algo esquisito’
Ex-presidente afirmou que confia na existência de um fato isolado contra si, refutou as acusações feitas pela PGR e assegurou que em breve trará novidades.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou hoje que o Brasil está passando por um momento de instabilidade devido às ações criativas de alguns indivíduos. Ele fez essa afirmação após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Bolsonaro chamou o modo do ministro Alexandre de Moraes de conduzir os inquéritos de “esquisito” e tentou desqualificar as denúncias contra ele, ao classificar a investigação como “historinha”.
“Vivemos um momento ainda de intranquilidade no Brasil por causa especial da criatividade de alguns. Ontem eu fui ao Supremo, a decisão foi na última hora, vocês se surpreenderam. Hoje resolvi não ir. Motivo? Eu sabia o que ia acontecer. Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim e a acusação é muito grave e são infundadas”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente expressou sua crença de que há uma conspiração específica contra ele e refutou veementemente as acusações feitas pela PGR. Durante uma entrevista coletiva no Senado, onde acompanhava o segundo dia do julgamento da Primeira Turma, Bolsonaro prometeu aos jornalistas “novidades”, porém acabou recitando declarações antigas em que condenava atos de violência após a derrota nas eleições de 2022, como quando pediu aos caminhoneiros que liberassem as estradas bloqueadas.
“Eu fiz um vídeo pedindo para que eles desmobilizassem. Eu não tinha intenção nenhuma em parar o Brasil e criar o caos”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que na transição recebeu o escolhido para o Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro, no Palácio da Alvorada e o atendeu “em tudo”.
“No dia seguinte ele foi atendido em tudo. Voltou depois a entrar em contato conosco e pediu que eu nomeasse os comandantes militares indicados pelo presidente eleito Lula da Silva e foi o que eu fiz.”
O ex-presidente lembrou que o próprio Múcio disse que o 8 de janeiro de 2023 não foi golpe em recente entrevista.
Golpe tem conspiração Bolsonaro afirmou que antes de viajar aos Estados Unidos após as eleições de 2022 fez uma “live” onde deixou claro que nunca foi procurado para “fazer nada errado”.
“Até hoje eu fiz a minha parte dentro das quatro linhas. Não vamos achar que o mundo vai acabar dia 1º de janeiro. Vamos para o tudo ou nada? Não. Não tem tudo ou nada. Inteligência para mostrar que somos diferentes dos outros”, afirmou Bolsonaro lendo o que falou à época. Bolsonaro disse ainda que se quisesse dar um golpe não faria através de decreto para dar início ao processo. “Golpe não tem lei, não tem norma. Golpe tem conspiração”, disse.
‘Algo esquisito’ Bolsonaro lançou suspeitas contra Moraes, relator do caso. “Tudo que acontece por parte do Alexandre de Moraes é secreto. Oito delações do Cid? Secreto”, disse, à imprensa. “A forma incisiva como ministro Alexandre de Moraes conduz tem algo esquisito”, afirmou.
O ex-presidente lançou suspeitas também contra o sistema eleitoral e acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de favorecer o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. “O TSE influenciou, jogou pesado contra eu e a favor do candidato Lula. Eu não pude mostrar imagens do Lula defendendo o aborto, do Lula falando que o pobre coitado rouba celular para tomar cervejinha”, declarou.
“A Justiça Eleitoral foi pra cima do pessoal da direita e eu que sou golpista?”, disse. O ex-presidente questionou ainda que não é citado nominalmente em mais de 500 acordos de não persecução penal e que não passar a faixa e ir para os Estados Unidos “não é crime”.
‘Historinha’
Ao fazer um pronunciamento à imprensa, Bolsonaro classificou como “historinha” as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, questionou as penas dadas pelo Supremo para os envolvidos no 8 de janeiro e projetou que terá uma condenação ainda maior.
“Por que 14 anos, 17 anos? Porque quer botar 30 em mim. Se eu tivesse devendo alguma coisa não estaria aqui. Fui para os Estados Unidos graças a Deus porque se estivesse aqui no 8 de janeiro estaria preso ou morto” afirmou.
O ex-presidente defendeu ainda a anistia para os condenados do 8 de janeiro.
“Anistia é perdão, é passar borracha, é fazer o Brasil voltar a sua normalidade”, declarou.
Ao falar sobre os atos golpistas do 8 de janeiro, Bolsonaro disse que Lula poderia ter decretado GLO (garantia da lei e da ordem) e que não tinha o apoio dos militares se quisesse dar um suposto golpe.
“Se o Lula assinasse GLO era problema dele. Eu ia dar golpe com os generais do Lula?”, disse.
O ex-presidente foi orientado pelos advogados a não responder perguntas dos repórteres. Enquanto falava sobre a denúncia, Bolsonaro disse que iria abrir para perguntas dos jornalistas, mas não respondeu às perguntas. “Não vai me tirar do sério” disse Bolsonaro a um repórter.
Política
Defesa de Collor apresenta novo laudo e pede domiciliar
Ex-presidente foi condenado a quase nove anos de prisão e enfrenta impasse no STF sobre permanência em presídio comum.

A defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresentou neste sábado (26) um novo laudo médico ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reforçar o pedido de conversão da prisão do político em domiciliar. Condenado a oito anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora, Collor foi preso na última sexta-feira (25) em Maceió (AL).
O novo documento atesta que Collor sofre de Doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar, condições que, segundo a defesa, exigem acompanhamento médico contínuo e o uso de equipamentos específicos, como o CPAP para tratar a apneia. O laudo, assinado pelo médico Rogério Tuma, argumenta que a falta de tratamento adequado pode agravar a saúde do ex-presidente, de 75 anos.
O pedido ocorre após uma contradição gerada pela própria fala de Collor na audiência de custódia, quando ele afirmou não possuir doenças e não utilizar medicamentos de forma contínua. A defesa não explicou a divergência, mas insiste que o novo relatório médico comprova a gravidade do quadro clínico.
O recurso foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela execução da pena, que solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o pedido de domiciliar.
Além da situação médica de Collor, ministros do STF avaliam que a prisão do ex-presidente estabelece um precedente relevante para futuros casos de ex-mandatários envolvidos em ações criminais, como o do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Suprema Corte usou a rejeição de recursos protelatórios de Collor como forma de acelerar o cumprimento da sentença, estratégia semelhante à prevista para as ações ligadas à tentativa de golpe de Estado em 2022.
A expectativa no Supremo é que a decisão de Moraes sobre Collor também influencie a possível prisão de Bolsonaro, que, assim como o ex-presidente alagoano, apresenta condições médicas que poderiam ser usadas como argumento para tentar uma prisão diferenciada.
Collor é o primeiro ex-presidente brasileiro a ser preso por decisão direta do STF desde a redemocratização. Sua condenação foi baseada em provas materiais, como comprovantes de depósitos no esquema da Lava Jato, além de depoimentos de delatores premiados. A pena foi confirmada em 2023, e os recursos apresentados posteriormente foram considerados protelatórios, justificando o início da execução da sentença.
Enquanto aguarda a resposta do STF, Collor permanece detido em Maceió, à espera de uma definição sobre seu futuro prisional.
Política
Analise: INSS e inflação expõem falhas do governo Lula

A inflação dos alimentos avança no Brasil e ameaça ultrapassar o ganho médio dos salários, expondo a fragilidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva diante dos problemas econômicos e de gestão. Desde janeiro, a alta nos preços da alimentação no domicílio não para de crescer: de 7,2% em fevereiro para 8% em abril, segundo dados recentes — o segundo maior patamar em dois anos.
O cenário é ainda mais preocupante quando se observa a sequência de erros políticos. Em janeiro, o governo revogou uma medida que ajudaria a fiscalizar irregularidades via Pix, após forte pressão popular impulsionada por campanhas de desinformação nas redes. Um vídeo de propaganda, feito pelo deputado federal, Nikolas Ferreira (PL), criticando a medida atingiu 217 milhões de visualizações, mais que a população brasileira, e contribuiu para a queda vertiginosa da aprovação presidencial.
Tentando responder ao aumento da carestia, o governo promoveu reuniões com empresários, zerou o imposto de importação da sardinha e Lula chegou a prometer caça aos responsáveis por supostos abusos de preços nos alimentos. No entanto, a resposta foi desastrada. Em janeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sugeriu “intervenções” para conter a inflação, gerando ruído e insegurança.
O problema, porém, vai além da inflação. A fila do INSS aumentou, agravando o mau humor popular, enquanto vieram à tona escândalos envolvendo fraudes e negligências históricas na concessão de aposentadorias. A gestão do INSS se tornou alvo de denúncias e casos de polícia, com o governo incapaz de resolver a crise.
A diferença entre o reajuste salarial e a inflação dos alimentos também ajuda a explicar a crescente insatisfação. Em 2022, no auge da crise de Bolsonaro, os salários perdiam da inflação da comida por 12%. Em meados de 2023, no início da gestão Lula, os salários venciam a inflação por até 10%, refletindo seu melhor momento de popularidade. Já em janeiro de 2025, essa vantagem caiu para apenas 1,2%, com tendência de piora nos dados de abril.
Enquanto isso, medidas econômicas concretas praticamente inexistem. O crédito consignado para celetistas, lançado em março, movimenta cerca de R$ 370 milhões por dia útil, mas ainda não reverte a sensação de inércia governamental. Outras promessas, como a isenção do Imposto de Renda, não têm apelo imediato ou previsão de efeito antes de 2026.
Num ano em que o debate político nacional é dominado por pautas como anistia a golpistas e pelo “circo” envolvendo Donald Trump, o governo Lula parece perdido, acumulando derrotas no Congresso e sem estratégia clara para reconquistar apoio popular.
Política
Gleisi defende Lula após Moro o comparar com Collor

Neste sábado (27), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu às comparações feitas por políticos da oposição entre a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello e as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Operação Lava-Jato. A ministra rebateu as afirmações feitas por parlamentares como o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que usaram as redes sociais para questionar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações de Lula, mas manteve as de Collor, preso na última sexta-feira (26) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em sua publicação, Gleisi Hoffmann destacou as diferenças entre os dois casos. “O primeiro (Collor) é culpado das acusações, e Lula sempre foi inocente. Contra Collor, o STF tem provas: recibos de propina, milhões na conta, carros de luxo, além de testemunhos convergentes”, afirmou a ministra. Ela enfatizou que Lula foi solto após o STF revisar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e, posteriormente, teve suas condenações anuladas, uma vez que a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o ex-juiz Sergio Moro atuou, não tinha competência legal para julgá-lo.
Gleisi também lembrou que a prisão de Lula ocorreu de maneira ilegal, sob a ordem de um juiz parcial, e que nenhuma evidência de origem ilegal foi encontrada nas contas do presidente. “Lula foi condenado por ‘atos indeterminados’, uma armação política orquestrada entre os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Moro. O STF anulou as condenações e confirmou a inocência de Lula”, completou.
Ao final, a ministra criticou o uso político das decisões judiciais, afirmando que “Justiça não se faz com manipulações oportunistas” e mencionou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro e o próprio Moro, sugerindo que ambos estavam tentando distorcer o papel da Justiça em benefício político.
A reação de Gleisi se dá no contexto de uma tentativa da oposição, especialmente entre parlamentares bolsonaristas, de comparar os casos de Collor e Lula, alegando suposta parcialidade do STF. A prisão de Collor foi usada por críticos do presidente para ironizar as decisões da Corte em relação a Lula, apesar das diferenças evidentes nos casos.
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