Brasil
Crise nas Federais: Corte de Lula trava funcionamento das universidades
Decreto do governo limita uso mensal do orçamento de universidades federais, que agora enfrentam cortes em limpeza, segurança, transporte e até suspensão de aulas por falta de estrutura básica.

As universidades federais brasileiras entraram em estado de alerta. A partir de um decreto do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as instituições de ensino superior só poderão utilizar pouco mais de 60% do orçamento mensal previsto entre os meses de maio e novembro. A medida imposta pelo Executivo tem gerado um efeito cascata devastador: suspensão de serviços essenciais, cortes em contratos, prejuízos à pesquisa e ao ensino, além da ameaça de colapso administrativo em diversas instituições.
Entre as mais afetadas, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) revela um cenário crítico. Com contas mensais que somam R$ 6 milhões, a universidade só receberá R$ 4 milhões por mês — embora precise de R$ 9 milhões para funcionar plenamente. Resultado: 20% de corte na limpeza, extinção da capina, redução na segurança e previsão de funcionamento apenas até setembro.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por sua vez, já acumula uma dívida de R$ 61 milhões e enfrenta dilemas básicos: escolher entre pagar água ou energia. A infraestrutura deteriorada e a falta de verba fizeram com que aulas fossem canceladas por ausência de luz e água, comprometendo o calendário letivo.
Outras instituições pelo país adotam medidas semelhantes:
- UFRGS cortou transporte interno e suspendeu compras de informática;
- UFCG, referência em patentes, prioriza pagamentos em atraso e renegocia contratos;
- Cefet-MG interrompeu reformas, compra de insumos e móveis;
- UFV alertou que terá apenas dois dias para executar quase 40% do orçamento, o que é “totalmente inviável”.
O presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), José Daniel Diniz Melo, aponta que o decreto do governo atrapalha a gestão das instituições, já que a maior parte das despesas, como assistência estudantil, bolsas, limpeza e segurança, exige pagamentos contínuos. “Liberar verba só em dezembro inviabiliza o funcionamento das universidades ao longo do ano”, afirmou.
Segundo dados oficiais, o orçamento discricionário das federais para 2025 é de R$ 5,7 bilhões, valor que representa apenas metade do que estava disponível em 2011, mesmo com o aumento de 28% no número de estudantes e a ampliação territorial das universidades. A reivindicação inicial das instituições era de R$ 7,81 bilhões — mesmo patamar de 2019, corrigido pela inflação.
Mesmo com promessas de recomposição, o Ministério da Educação (MEC) reconheceu que as universidades ainda enfrentam os efeitos acumulados de cortes entre 2016 e 2022, mas afirma estar fazendo “esforços” para recuperar o orçamento.
A comunidade acadêmica teme a paralisação completa de serviços como fornecimento de água, transporte, manutenção predial e atividades laboratoriais. A situação já está mobilizando reitores, que têm recorrido a deputados estaduais e federais na tentativa de viabilizar emendas parlamentares emergenciais.
Brasil
Gripe aviária atinge granjas no Brasil e abala economia nacional
gripe aviária atinge granjas no brasil e abala economia nacional

O primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais brasileiras marca um ponto crítico para a economia nacional. O Brasil, até então único grande exportador global livre da doença, vê agora ameaçada sua liderança mundial nas exportações de carne de frango, que representam US$ 10 bilhões por ano e sustentam mais de 500 mil empregos diretos e indiretos.
O foco foi identificado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, estado que responde por 11,5% dos abates e 13,4% das exportações de frango do país. A região Sul, pilar da avicultura brasileira, concentra 65% da produção nacional e 78% das exportações. Com isso, a entrada do vírus no coração do setor amplia os riscos de desabastecimento, desemprego e pressão inflacionária.
O impacto econômico é imediato. A China e a União Europeia, principais compradores da carne de frango brasileira, suspenderam temporariamente as importações após a confirmação do caso. Outros países, como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Reino Unido e Argentina, adotaram restrições regionais às compras oriundas do Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o protocolo internacional prevê a suspensão por até 60 dias, enquanto o Brasil executa o plano nacional de contingência. Já foram abatidos 35 animais infectados, e medidas de erradicação estão em curso para conter o avanço da doença.
O setor avícola é fundamental para a economia brasileira: emprega cerca de 213 mil pessoas na produção primária e mais 294 mil na agroindústria, além de envolver milhares de profissionais nas cadeias de transporte, serviços e comércio exterior. O valor bruto da produção de frango no Rio Grande do Sul é estimado em R$ 11 bilhões, atrás apenas da soja e do arroz.
Caso o vírus se alastre, os prejuízos podem atingir também o mercado de grãos, com queda na demanda por ração — especialmente milho e soja, componentes essenciais na alimentação animal. O Centro-Oeste, maior produtor de grãos do país, também sentiria os efeitos da retração na avicultura.
O impacto no consumidor final já é esperado. Com o risco de desabastecimento, os preços da carne de frango e dos ovos tendem a subir. Hoje, o consumo interno médio é de 45,5 kg de frango e 269 ovos por habitante ao ano. Com a eventual redução da oferta, a inflação nos alimentos pode pressionar ainda mais o bolso da população, que recorre a essas proteínas pelo custo mais acessível.
A experiência internacional não é animadora. Os Estados Unidos, por exemplo, já abateram mais de 169 milhões de aves desde 2022, mesmo após investimentos bilionários no combate à doença. A gripe, que afeta também bovinos por lá, continua a se espalhar.
O Brasil, terceiro maior produtor e maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta agora o desafio de conter rapidamente a disseminação e reconquistar a confiança do mercado global, enquanto protege sua economia e segurança alimentar.
Brasil
Consignado CLT: portabilidade começa hoje com juros menores
Trabalhadores com carteira assinada já podem trocar seus empréstimos para reduzir dívidas e ampliar acesso ao Crédito do Trabalhador

A partir desta sexta-feira (15), trabalhadores da iniciativa privada com carteira assinada (CLT) já podem fazer a portabilidade de seus empréstimos consignados e créditos pessoais para outras instituições financeiras. A medida faz parte da ampliação do programa Crédito do Trabalhador, lançado pelo governo federal, que tem como objetivo facilitar o acesso ao crédito com juros menores e maior transparência nas condições oferecidas.
A novidade permite que o trabalhador quite sua dívida atual com um novo empréstimo, contratado automaticamente entre as instituições envolvidas. No entanto, a solicitação da portabilidade ainda precisa ser feita diretamente com o banco, pois o serviço ainda não está disponível na Carteira de Trabalho Digital.
De acordo com o Ministério do Trabalho, a portabilidade será estendida no dia 6 de julho, quando a migração de dívidas poderá ser feita com mais agilidade em qualquer instituição participante. A expectativa é de que a mudança amplie significativamente o volume de financiamentos, que já ultrapassou R$ 11,3 bilhões em menos de dois meses.
“A intenção é que o trabalhador possa reduzir a taxa de juros da sua dívida original e, caso tenha margem consignável, aumentar o valor do novo empréstimo”, afirmou o Ministério.
“Todos os bancos habilitados têm acesso à lista dos trabalhadores com crédito pessoal ou consignado em aberto.”
Como funciona o Consignado CLT?
- O trabalhador autoriza o acesso a seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível);
- Recebe propostas de crédito em até 24 horas;
- Escolhe a melhor oferta e autoriza a contratação;
- As parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento;
- É possível comprometer até 35% da renda mensal com o empréstimo.
Como solicitar a portabilidade?
- Confirme se o banco de destino oferece o Consignado CLT;
- Faça a solicitação pelos canais digitais da instituição financeira escolhida;
- O novo banco quitará automaticamente a dívida anterior e assumirá o crédito.
Com a possibilidade de troca facilitada e a promessa de juros menores, a iniciativa busca aliviar o orçamento das famílias brasileiras e estimular uma concorrência mais saudável entre os bancos. O Crédito do Trabalhador se consolida como uma alternativa acessível, segura e transparente para quem precisa reorganizar suas finanças.
Brasil
Lula confirma pedido à China sobre TikTok e se irrita com vazamento de fala de Janja
Presidente diz que ele, e não Janja, fez solicitação a Xi Jinping sobre regulação digital e critica ministros por vazamento da conversa

Durante coletiva nesta quarta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que solicitou diretamente ao líder chinês, Xi Jinping, o envio de um representante de confiança ao Brasil para discutir regulação digital, com foco na atuação do TikTok. A declaração acontece após a repercussão de uma fala da primeira-dama Janja da Silva, que teria causado desconforto ao abordar a plataforma chinesa durante um jantar oficial em Pequim.
“Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança para a gente discutir a questão digital — sobretudo o TikTok”, declarou Lula.
Segundo o presidente, foi nesse momento que Janja pediu a palavra para explicar preocupações sobre os impactos da rede, especialmente no que diz respeito a ataques a mulheres e crianças brasileiras.
O episódio gerou ruído diplomático e interno no governo. Reportagens apontaram que integrantes da comitiva brasileira não entenderam o objetivo da fala de Janja e que membros do governo chinês teriam se incomodado com o tom da intervenção. Irritado com o vazamento da conversa, Lula criticou o comportamento de seus auxiliares.
“Eu acho estranho como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Alguém teve a pachorra de ligar e contar uma conversa que aconteceu durante o jantar, algo muito confidencial e pessoal”, desabafou. E completou: “Se um ministro estivesse incomodado, deveria ter me procurado e pedido para sair. Eu autorizaria”.
Apesar da saia justa diplomática, Lula reforçou que Xi Jinping respondeu de forma cordial e reafirmou que o Brasil tem soberania para regular ou até banir plataformas como o TikTok, se assim desejar. O presidente chinês também teria se comprometido a enviar um especialista para debater o tema com autoridades brasileiras.
A situação expõe mais uma camada do impasse envolvendo a regulação das redes sociais no Brasil, tema que voltou ao centro do debate político nos primeiros meses de 2025. Enquanto o Executivo e o Judiciário tomam iniciativas isoladas, como as recentes ações do STF e da AGU, o Congresso Nacional permanece inerte desde o arquivamento do PL das Fake News em 2023.
A tensão envolvendo o TikTok tem também pano de fundo internacional. A plataforma é alvo de questionamentos em diversas partes do mundo, como nos Estados Unidos, onde o governo pressiona por sua venda a empresas americanas sob o argumento de segurança nacional.
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