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Política

Lula prepara Guilherme Boulos para ministério enquanto PSOL racha sobre cortes na Educação

Presidente avalia nomeação de Boulos para Secretaria-Geral da Presidência, mas enfrenta críticas dentro e fora do PSOL por decreto que limita gastos em universidades

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Boulos e Lula: Em São Paulo  (Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou a lideranças do partido que deve nomear Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro do governo, com expectativa de que ele assuma a Secretaria-Geral da Presidência da República. A confirmação oficial ainda não foi feita, mas fontes do Planalto indicam que a decisão é considerada “certa”.

Boulos, uma das principais lideranças da esquerda brasileira, acompanhou Lula em sua viagem ao Uruguai para o velório de Pepe Mujica, e vem sendo cotado para um cargo de primeiro escalão desde março. Segundo interlocutores, o presidente adotou a mesma estratégia usada com Gleisi Hoffmann: testar a repercussão antes da nomeação.

O parlamentar paulista já teria garantido que não pretende disputar cargos em 2026, assegurando a Lula que sua prioridade será a reeleição do petista. Essa postura teria sido decisiva para sua aceitação dentro do núcleo político do governo.

Apesar disso, a demora de Lula em anunciar mudanças em sua equipe ministerial tem causado desconforto entre aliados. Desde 2023, o presidente acena com uma reforma administrativa que avança lentamente. O movimento para incluir Boulos no governo, embora esperado, agrava um novo ponto de tensão: o descontentamento com os cortes na área da educação.


Deputadas do PSOL se rebelam contra corte nas universidades

Em meio às negociações para a entrada de Boulos no governo, duas deputadas do PSOL – Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP) – protocolaram um projeto para sustar um decreto do próprio Lula que limita os gastos das universidades federais.

O decreto, publicado no final de abril, reduziu R$ 2,5 bilhões do orçamento do Ministério da Educação, gerando reações em toda a comunidade acadêmica. Os repasses às universidades foram fragmentados em 18 parcelas mensais, o que, na prática, inviabiliza o funcionamento de muitos serviços básicos nas instituições públicas.

A deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL de São Paulo, durante entrevista à Folha – Pedro Ladeira/Pedro Ladeira

“Os recursos, ainda que previstos, não poderão ser legalmente utilizados, tornando-se inexecutáveis”, apontam as deputadas no requerimento. Para elas, trata-se de um corte disfarçado que ameaça o futuro da educação superior no Brasil.

Melchionna classificou a medida como “resultado de uma política econômica nefasta”, em referência ao arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso. Sâmia Bomfim, por sua vez, lembrou que o PSOL votou contra o novo regime fiscal justamente por prever contingenciamentos em áreas essenciais.

As críticas internas, mesmo em um partido prestes a assumir mais um ministério, mostram que a relação entre PSOL e governo Lula ainda está longe de ser pacificada. O futuro de Boulos como ministro, embora quase certo, poderá ter que equilibrar agendas políticas distintas — e até contraditórias — dentro do próprio campo progressista.

Redação Saiba+

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Política

Igreja em Salvador rejeita batismo de bebês reborn

Paróquia tradicional reforça que sacramentos são para pessoas reais; deputado baiano leva boneca à Câmara e alerta sobre abandono de crianças

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Bebê reborn – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/ND

A febre dos bebês reborn, bonecas realistas que imitam recém-nascidos, ganhou mais um capítulo inusitado: agora envolvendo igreja, fé e política. A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, em Salvador (BA), divulgou nota oficial nesta terça-feira (20) reafirmando que não realiza batismos nem rituais religiosos com bonecas, mesmo que realistas.

A paróquia, uma das mais tradicionais da capital baiana, explicou que “os sacramentos da igreja são atos sagrados e devem ser tratados com o máximo respeito”, reforçando que o batismo é um rito solene reservado a pessoas reais, como símbolo do ingresso na vida cristã. “Nossa fé está centrada na vida e dignidade humanas”, diz o comunicado.

A decisão repercutiu após o padre Chrystian Shankar, de Minas Gerais, viralizar ao publicar uma nota bem-humorada em que recusa batismo e outros sacramentos para as bonecas. “Nem oração de libertação para bebê possuído por um espírito reborn”, brincou o sacerdote.


Da igreja para o plenário: bebê reborn chega à Câmara dos Deputados

A polêmica não ficou restrita ao altar. Na noite do mesmo dia, o deputado federal baiano Pastor Sargento Isidório (Avante) levou uma boneca reborn ao plenário da Câmara para criticar a substituição simbólica de vínculos reais por relações fictícias com bonecas.

“Não vamos trocar o natural por silicone”, disse Isidório, que usava a boneca amarrada ao corpo como se fosse sua neta. “Brinquem com suas bonecas, não é pecado. Mas cuidem também das nossas crianças reais, que estão abandonadas”, afirmou o parlamentar.

O deputado fez um apelo direto: quem tem tempo e dinheiro para vestir e alimentar bonecas reborn, que também olhe para os órfãos, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Sua fala arrancou reações de surpresa e apoio entre os presentes.


Reação política e projetos em tramitação

Com o crescimento do número de adultos tratando os reborns como filhos reais, a tendência já preocupa parlamentares. Há movimentações na Câmara para barrar o uso de bebês reborn em atendimentos da rede pública de saúde, além de propostas de multas para quem tentar burlar filas de prioridade com o boneco no colo.

Outros deputados defendem que o tema seja tratado com seriedade e que o atendimento psicológico ou psiquiátrico seja ofertado a pessoas que demonstrem dependência emocional intensa dos bonecos, muitas vezes como forma de suprir carências afetivas profundas.

Enquanto isso, a repercussão cresce nas redes sociais e o debate se aprofunda entre a linha tênue do afeto simbólico e os excessos que geram distorções sociais.

Redação Saiba+

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Política

Jerônimo é questionado por chineses e reage a boatos sobre Rui Costa

Governador é cobrado sobre a Ponte Salvador-Itaparica durante missão na China e rebate especulações sobre 2026: “Sou o candidato natural à reeleição”

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Flickr: @jeronimorodrigues

Durante missão oficial na China, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), foi surpreendido por questionamentos diretos do consórcio chinês responsável pela construção da Ponte Salvador-Itaparica, um dos maiores projetos de infraestrutura da história do estado. Em um episódio relatado em seu podcast “Fala Jero”, o governador revelou que representantes da CRCC e CCC (China Communications Construction) levantaram ao menos cinco dúvidas técnicas e contratuais sobre o empreendimento.

“Tivemos uma reunião dura. Quando vi aqueles questionamentos, percebi que precisava me aprofundar. Suspendi a reunião para conversar com minha equipe no Brasil”, contou Jerônimo, revelando que só retomou a reunião no fim do dia, após obter informações com a Casa Civil e a Secretaria de Infraestrutura da Bahia.

A ponte, que liga Salvador à Ilha de Itaparica, é considerada um marco logístico e econômico para a Bahia, e o impasse levantado pelo consórcio chinês acendeu um alerta sobre a complexidade do projeto e a necessidade de alinhamento entre os governos e os investidores.

No mesmo contexto da viagem, Jerônimo reagiu com firmeza à especulação sobre uma possível candidatura do ministro Rui Costa ao Governo da Bahia em 2026. A informação foi publicada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e reeditou rumores anteriores de que Rui poderia voltar ao Palácio de Ondina caso o atual governador perdesse força política.

“Vamos tratar as coisas com seriedade. Eu não vou gastar energia com debates que não trazem resultados. Sou o governador eleito e estou focado nas necessidades reais da Bahia”, afirmou Jerônimo, durante o lançamento de um laboratório maker no Ceeinfor Mãe Stella, em Salvador.

O governador reforçou que sua prioridade está em temas urgentes como a seca, as enchentes em municípios do interior e o combate à fome e ao analfabetismo. “O que me interessa é construir um ambiente em que as políticas públicas cheguem na vida das pessoas”, completou.

A repercussão obrigou membros do governo a se posicionarem publicamente. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, classificou os rumores como infundados e reafirmou Jerônimo como o candidato natural do grupo à reeleição em 2026.

“O sentimento entre prefeitos, lideranças e partidos da base é de que Jerônimo é candidatíssimo. Isso incomoda a oposição”, disse Freitas. Segundo ele, Rui Costa segue com dedicação integral à Casa Civil da Presidência da República e está voltado à execução do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“Rui foi um excelente governador, mas hoje está totalmente focado nos desafios nacionais. Ele não tem tempo para especulações eleitorais na Bahia”, concluiu o secretário.

Nos bastidores, o PT da Bahia também reforça que não há qualquer discussão interna sobre substituição de candidatura, e que Jerônimo representa a continuidade de um projeto político aprovado nas urnas em 2022.

Redação Saiba+

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Política

Rui Costa pode disputar governo da Bahia em 2026

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Rui Costa / Divulgação

Apesar de indicar preferência por uma candidatura ao Senado Federal, ao lado de seu padrinho político Jaques Wagner, Rui não descarta uma candidatura ao governo da Bahia, estado que já comandou por dois mandatos consecutivos.

A informação foi publicada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, e repercute nos bastidores da política baiana. A movimentação indica que Rui Costa continua sendo uma peça-chave dentro do PT, tanto no plano federal quanto estadual.

A possibilidade de Rui disputar novamente o Palácio de Ondina surge como um plano B, caso o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) não consiga manter força suficiente para garantir a reeleição. Embora Jerônimo conte com o apoio de Lula e da cúpula do partido, há preocupação interna com sua capacidade de aglutinar apoio popular até 2026.

Além disso, segundo a colunista Andreza Matais, do UOL, Rui vem ampliando sua influência política em Brasília. Uma das estratégias mais comentadas foi sua atuação direta na queda do ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o que evidenciou sua força junto ao núcleo duro do governo federal e ao próprio presidente Lula.

Com experiência no Executivo e trânsito livre em diversas frentes políticas, Rui Costa se posiciona como um nome de peso para qualquer cenário: seja como senador, retomando protagonismo no Congresso Nacional, ou como governador, numa possível missão de “resgate” do projeto petista na Bahia.

Redação Saiba+

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