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EUA dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%

Medida assinada por Trump atinge diretamente exportações brasileiras e ameaça setor siderúrgico; Brasil é o segundo maior fornecedor dos EUA

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A expansão da economia global está em vias de desacelerar de 3,3% no ano passado para 2,9% em 2025 e 2026, disse a OCDE. (Foto: Reuters/Leah Millis)

Em nova escalada protecionista, o governo dos Estados Unidos anunciou o aumento das tarifas de importação sobre aço e alumínio de 25% para 50%, com efeito imediato a partir desta quarta-feira (4). A decisão, formalizada por meio de uma proclamação assinada pelo presidente Donald Trump, afeta diretamente o Brasil, segundo maior exportador de aço para o mercado americano.

De acordo com a Casa Branca, o aumento das tarifas foi motivado por análises que demonstraram que as taxas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que teria comprometido a competitividade das indústrias siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.

“A tarifa de 50% é praticamente proibitiva e vai precisar ser repassada ao preço final”, afirmou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, ao destacar que os Estados Unidos não são autossuficientes em aço e continuarão dependendo de importações, inclusive de tipos de aço que não são produzidos internamente.

A medida atinge todos os países exportadores de aço e alumínio, com exceção do Reino Unido, que mantém a tarifa anterior de 25% em função de um acordo bilateral firmado em 2022.

O Brasil, que exportou 3,88 milhões de toneladas de aço aos EUA em 202416% do total comprado pelos americanos — será diretamente impactado. Apenas o Canadá (20,9%) teve participação maior em volume no ano passado. No entanto, em janeiro de 2025, o Brasil foi o maior exportador em volume mensal, com 499 mil toneladas, superando o Canadá.

O produto mais afetado pela nova tarifa deve ser o aço semiacabado, utilizado como matéria-prima na produção de chapas, tubos e perfis. Em valor, o Brasil recebeu US$ 2,66 bilhões com as exportações de aço em 2024, ficando atrás apenas do México e do Canadá.

A Casa Branca informou que enviou cartas a diversos países, incluindo o Brasil, dando prazo até esta quarta-feira (4) para que apresentem propostas de acordos comerciais que possam flexibilizar as tarifas impostas a produtos importados.

Até o momento, o governo brasileiro e o Instituto Aço Brasil ainda não se manifestaram oficialmente sobre a decisão americana. O Brasil busca negociar cotas específicas para o produto brasileiro e evitar prejuízos maiores ao setor siderúrgico nacional.

“Essa elevação unilateral, além de contrariar as regras internacionais de comércio, tende a gerar forte pressão da própria indústria americana”, destacou Barral.

A medida já era esperada desde a última sexta-feira (29), quando Trump, durante comício na Pensilvânia, anunciou sua intenção de proteger a indústria siderúrgica americana com medidas “fortes e imediatas”.

Redação Saiba+

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Milei obtém vitória legislativa crucial e fortalece rumo do governo argentino

Com cerca de 40% dos votos, o presidente Javier Milei e seu partido garantem base ampliada no Congresso e reforçam a agenda de reformas

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O presidente da Argentina, Javier Milei, comemora os resultados das eleições legislativas Foto: Luis Robayo/AFP

O presidente Javier Milei alcançou uma vitória significativa nas eleições legislativas da Argentina, em que seu partido, La Libertad Avanza, obteve cerca de 40,8% dos votos, superando a oposição peronista e garantindo uma nova condição de poder no Parlamento.

Essa conquista representa um avanço estratégico para o governo, pois permite maior fôlego institucional para impulsionar sua agenda de reformas econômicas, além de reduzir a vulnerabilidade frente a vetos ou entraves parlamentares.

Mesmo sem alcançar absoluta maioria, o resultado dá ao presidente Milei maior credibilidade política e um mandato reforçado para atuar no Congresso. Analistas indicam que o desempenho eleitoral neutraliza o risco de estagnação político-legislativa e abre caminho para o endurecimento ou aceleração de propostas como reformas fiscais, privatizações e abertura de mercados.

A vitória também marca simbolicamente uma virada em relação à derrota sofrida recentemente na província de Buenos Aires, considerada tradicional bastião opositor, na qual Milei havia sido superado por mais de 10 pontos percentuais. Neste pleito, contudo, a base governista conseguiu recuperar terreno e consolidar sua atuação em províncias-chave e grandes centros eleitorais.

Para o mercado, o resultado é interpretado como sinal positivo de estabilidade política e possibilidade de maior previsibilidade nas decisões econômicas. Ao mesmo tempo, cresce a pressão sobre o governo para que traduza o triunfo em avanços concretos para a sociedade – sobretudo em meio a inflação alta, desemprego e insatisfação popular.

Em suma, o governo de Javier Milei sai das urnas com uma base legislativa reforçada, mas entra numa nova fase em que será exigido entregar resultados. A vitória amplia seu horizonte de atuação, mas também amplia as expectativas de governança e eficácia.

Redação Saiba+

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Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social

Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

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O presidente Javier Milei segura um megafone ao participar de um comício de campanha em Tres de Febrero, na província de Buenos Aires Foto: Rodrigo Abd/AP

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.

A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.

A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.

No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.

Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.

Redação Saiba+

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Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

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Fumaça é vista em Khan Younis, no sul de Gaza, após ataque israelense - 20.out.25/Reuters

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.

De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.

Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.

Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.

A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.

O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.

O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.

Redação Saiba+

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