Mundo
EUA dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%
Medida assinada por Trump atinge diretamente exportações brasileiras e ameaça setor siderúrgico; Brasil é o segundo maior fornecedor dos EUA

Em nova escalada protecionista, o governo dos Estados Unidos anunciou o aumento das tarifas de importação sobre aço e alumínio de 25% para 50%, com efeito imediato a partir desta quarta-feira (4). A decisão, formalizada por meio de uma proclamação assinada pelo presidente Donald Trump, afeta diretamente o Brasil, segundo maior exportador de aço para o mercado americano.
De acordo com a Casa Branca, o aumento das tarifas foi motivado por análises que demonstraram que as taxas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que teria comprometido a competitividade das indústrias siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.
“A tarifa de 50% é praticamente proibitiva e vai precisar ser repassada ao preço final”, afirmou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, ao destacar que os Estados Unidos não são autossuficientes em aço e continuarão dependendo de importações, inclusive de tipos de aço que não são produzidos internamente.
A medida atinge todos os países exportadores de aço e alumínio, com exceção do Reino Unido, que mantém a tarifa anterior de 25% em função de um acordo bilateral firmado em 2022.
O Brasil, que exportou 3,88 milhões de toneladas de aço aos EUA em 2024 — 16% do total comprado pelos americanos — será diretamente impactado. Apenas o Canadá (20,9%) teve participação maior em volume no ano passado. No entanto, em janeiro de 2025, o Brasil foi o maior exportador em volume mensal, com 499 mil toneladas, superando o Canadá.
O produto mais afetado pela nova tarifa deve ser o aço semiacabado, utilizado como matéria-prima na produção de chapas, tubos e perfis. Em valor, o Brasil recebeu US$ 2,66 bilhões com as exportações de aço em 2024, ficando atrás apenas do México e do Canadá.
A Casa Branca informou que enviou cartas a diversos países, incluindo o Brasil, dando prazo até esta quarta-feira (4) para que apresentem propostas de acordos comerciais que possam flexibilizar as tarifas impostas a produtos importados.
Até o momento, o governo brasileiro e o Instituto Aço Brasil ainda não se manifestaram oficialmente sobre a decisão americana. O Brasil busca negociar cotas específicas para o produto brasileiro e evitar prejuízos maiores ao setor siderúrgico nacional.
“Essa elevação unilateral, além de contrariar as regras internacionais de comércio, tende a gerar forte pressão da própria indústria americana”, destacou Barral.
A medida já era esperada desde a última sexta-feira (29), quando Trump, durante comício na Pensilvânia, anunciou sua intenção de proteger a indústria siderúrgica americana com medidas “fortes e imediatas”.
Mundo
Ataque noturno russo mata um e fere sete na Ucrânia
Prefeito da cidade de Kharkiv relata mais de 40 explosões em uma única madrugada e alerta para drones ainda em atividade

Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi alvo de um violento ataque russo na madrugada deste sábado (7), resultando em pelo menos uma morte e sete feridos, segundo informações oficiais. O prefeito Ihor Terekhov classificou a ofensiva como “o ataque mais poderoso desde o início da guerra em larga escala”.
As explosões começaram por volta das 3h (horário local) e se estenderam por mais de uma hora e meia. “Kharkiv está sofrendo o ataque mais poderoso desde o início da guerra”, escreveu Terekhov no Telegram. Segundo ele, o bombardeio envolveu mísseis, drones e bombas guiadas, atingindo simultaneamente vários pontos da cidade.
Ao menos 40 explosões foram ouvidas em sequência, o que causou pânico entre os moradores. Os drones russos continuaram sobrevoando a cidade mesmo após os ataques iniciais, mantendo o nível de ameaça em alta. “A ameaça continua”, alertou o prefeito.
Um dos mísseis atingiu diretamente um edifício residencial no distrito de Kyivskyi, causando a morte de um civil e ferindo outro. Outros seis moradores ficaram feridos no centro da cidade. O governador regional, Oleg Synegubov, afirmou que as equipes médicas seguem prestando os atendimentos emergenciais necessários.
A cidade de Kharkiv já havia sofrido outros bombardeios nesta semana. Na quinta-feira, ao menos 18 pessoas — incluindo quatro crianças — ficaram feridas, e um bloco de apartamentos pegou fogo após ser atingido por mísseis russos.
O ataque ocorre num momento em que a Rússia intensifica sua ofensiva militar e as negociações diplomáticas seguem estagnadas. A última rodada de conversas entre Moscou e Kiev foi realizada em Istambul, mas sem avanços concretos para um cessar-fogo.
Enquanto isso, a Ucrânia tem pressionado por uma trégua de 30 dias, proposta que vem sendo rejeitada pelo Kremlin. Na semana anterior, o presidente Vladimir Putin prometeu retaliações mais duras após um ataque ucraniano com drones destruir aeronaves militares com capacidade nuclear em território russo.
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, milhares de civis e militares morreram, milhões foram deslocados e vastas regiões do país foram devastada
Mundo
Ruptura pública entre Musk e Trump expõe crise na direita americana
Bilionário ataca ex-presidente nas redes sociais, sugere impeachment e revela tensão por projeto tributário que pode elevar dívida dos EUA em trilhões

A aliança entre Elon Musk e Donald Trump chegou a um ponto crítico nesta quinta-feira (5), com troca de farpas públicas e acusações graves envolvendo interesses econômicos, redes sociais e até menções ao escândalo Jeffrey Epstein. Durante um encontro com o chanceler alemão Friedrich Merz na Casa Branca, o ex-presidente norte-americano não poupou críticas ao bilionário sul-africano, afirmando: “Estou muito decepcionado com Elon. Eu o ajudei muito.”
A reação de Trump veio após Musk iniciar uma ofensiva nas redes sociais contra o projeto de lei tributária patrocinado pelo republicano, que pode elevar a dívida dos EUA em US$ 2,4 trilhões. O CEO da Tesla e proprietário do X (antigo Twitter) rebateu as declarações do presidente e chegou a afirmar: “Sem mim, Trump perderia a eleição.” Em seguida, repostou uma mensagem pedindo o impeachment do ex-aliado — e respondeu com um enfático “sim”.
A tensão expôs divergências profundas sobre política fiscal e subsídios à indústria de carros elétricos, com Musk alegando que a proposta atual seria desastrosa para a economia e prejudicial ao controle do déficit. Como resultado do conflito, as ações da Tesla caíram 12% ao longo da tarde, refletindo a instabilidade gerada pela briga de gigantes.
Trump não deixou barato. Pelo seu perfil na Truth Social, escreveu que a forma mais rápida de economizar bilhões de dólares seria cortar contratos e subsídios com empresas de Elon Musk. Musk, por sua vez, insinuou que Trump estaria ligado ao caso Epstein, sugerindo que o ex-presidente aparece nos arquivos não divulgados do falecido bilionário acusado de tráfico sexual. “Guardem este post para o futuro. A verdade virá à tona”, declarou.
A Casa Branca tentou minimizar a crise, chamando o episódio de “lamentável” e atribuindo a reação de Musk à frustração por não ter seus interesses contemplados na nova lei.
O racha tem impactos diretos sobre o cenário político e econômico dos EUA. Musk foi um dos principais doadores da campanha republicana e ocupava até recentemente posição de destaque como conselheiro na área de eficiência governamental da administração Trump. A ruptura pública representa um abalo na articulação da direita norte-americana, justamente em um momento em que Trump busca consolidar alianças para enfrentar Joe Biden nas próximas eleições.
Durante o encontro com Merz, Trump evitou o tema da extrema direita europeia, mesmo diante da presença de aliados como J. D. Vance e Marco Rubio, que já declararam apoio ao partido alemão AfD. O presidente optou por adular o premiê alemão e prometeu “acabar com a guerra na Ucrânia” em breve, sem detalhar como.
No gesto diplomático final, Merz presenteou Trump com a certidão de nascimento de seu avô, Friedrich Trump, que emigrou da Alemanha para os EUA em 1896. A moldura folheada a ouro contrastou com o clima tenso que marcou o restante do dia.
Mundo
Trump retoma política de veto migratório e proíbe entrada de cidadãos de 12 países
Medida alegando “segurança nacional” entra em vigor na próxima segunda e impõe também restrições severas a outros sete países, incluindo Cuba e Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (4) o retorno de uma das medidas mais polêmicas de seu primeiro mandato: a proibição de entrada no país para cidadãos de 12 nações, a maioria delas localizadas no Oriente Médio e na África. A medida, que entra em vigor na próxima segunda-feira (9), também impõe restrições severas a cidadãos de outros sete países, incluindo Cuba e Venezuela.
Estão totalmente proibidos de entrar nos EUA cidadãos de: Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Já os países que sofrerão restrições mais rígidas (inclusive para vistos de turismo, estudo e residência) são: Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.
“Restauraremos a proibição de viagens para manter os terroristas islâmicos radicais fora do nosso país, o que foi confirmado pela Suprema Corte”, afirmou Trump, em pronunciamento oficial. Segundo o presidente, a medida visa proteger a segurança nacional dos Estados Unidos e o interesse de seu povo.
A nova política migratória foi impulsionada após a prisão de um egípcio acusado de ataque terrorista em Boulder, Colorado, o que, segundo Trump, “ressaltou os perigos extremos da entrada de estrangeiros sem verificação adequada”.
No caso dos países latino-americanos, o governo justifica que Cuba é um “patrocinador do terrorismo” que se recusa a cooperar com os EUA, enquanto a Venezuela “carece de autoridade competente para emitir documentos” e não colabora na repatriação de nacionais expulsos.
O decreto é baseado em um relatório encomendado em janeiro, que determinou a revisão das “atitudes hostis” de certos países em relação aos Estados Unidos. O texto afirma que a nova proibição também tem como objetivo pressionar governos estrangeiros a se alinhar às regras de segurança e imigração americanas.
A ação marca mais um passo na intensificação das políticas migratórias sob o comando de Trump, que tem promovido restrições tanto à imigração legal quanto à ilegal. Além da nova proibição de viagens, o governo tem discutido deportações em massa, suspensão da cidadania por nascimento e até a eliminação do devido processo legal para suspeitos de envolvimento com gangues.
Essa não é a primeira vez que Trump adota tais medidas. Em 2017, logo no início de seu primeiro mandato, ele impôs um veto a cidadãos de sete países muçulmanos, o que gerou caos em aeroportos internacionais e protestos globais. Após diversos recursos judiciais, uma versão reduzida da proibição foi mantida pela Suprema Corte em 2018. A política foi revogada pelo presidente Joe Biden em 2021, que a classificou como “uma mancha na consciência nacional”.
Agora, em meio a uma nova candidatura à reeleição e em clima de forte polarização, Trump resgata a agenda que marcou seu estilo de governo — com foco na segurança interna, fechamento de fronteiras e retórica nacionalista.
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