Política
A polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar, diz Lewandowski

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fez uma declaração contundente nesta quarta-feira (19) ao afirmar que as prisões realizadas pela polícia estão sendo feitas de forma equivocada, o que tem levado o Judiciário a soltar os presos. Essa situação evidencia a importância de um trabalho mais cuidadoso e preciso por parte das autoridades responsáveis pela aplicação da lei.
“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, afirmou o ministro.
Durante uma palestra sobre o impacto da PEC da Segurança Pública nos setores de comércio e serviços, o ex-ministro do STF, Lewandowski, defendeu o papel do poder Judiciário e rebateu críticas sobre a atuação da instituição policial. Segundo ele, é fundamental que as prisões sejam embasadas em provas e dados concretos, evitando assim a soltura de infratores. Para Lewandowski, a abordagem técnica e a apresentação de indícios probatórios são essenciais para garantir a eficácia do sistema judiciário.
“É claro que nós temos que aperfeiçoar isso, nenhum juiz soltará um criminoso. Ele não está lá para soltar, ele está lá para fazer justiça. […] A polícia tem que prender melhor”, finalizou.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública tem sido alvo de críticas por parte de governadores e parlamentares de oposição ligados ao bolsonarismo. Diante disso, o ministro Lewandowski apresentou uma versão atualizada da PEC em janeiro, a qual foi elaborada levando em consideração as sugestões dos governadores. Estes expressaram preocupação com a possibilidade de a proposta permitir interferência da União na autonomia dos governos locais em relação à gestão da segurança.
No entanto, mesmo após as modificações, aqueles que eram contrários à proposta mantiveram sua posição. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), destacou que enxerga um “truque de palavras” nas alterações feitas após cinco rodadas de negociações entre o governo federal, secretários de Segurança Pública e chefes dos Executivos locais.

Ronaldo Caiado, Governador de Goiás.
Caiado reconhece que a proposta mantém a autonomia administrativa dos governadores, porém estabelece uma subordinação normativa em que as regras gerais definidas pela União teriam prevalência sobre os Estados. O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), líder da chamada “bancada da bala” no Congresso Nacional, destaca que o governo fez ajustes significativos na proposta.
Para o parlamentar, as medidas surtiriam mais efeitos se viessem casadas com aumento do número de policiais.
“Eles não estão dando conta de cumprir o papel de monitoramento das rodovias por falta de efetivo, aí vão querer ampliar? Fiscalizar ferrovia? Tem que fazer concurso para a PRF. Ela não tem máquina de xerox para botar policial na rua”, revelou Fraga.

Alberto Fraga, Deputado Federal.
Pelo texto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) passaria a ter ação também em ferrovias e hidrovias federais e ganharia o nome de Polícia Viária Federal.
A PEC também prevê atuação da Polícia Federal (PF) em crimes de repercussão interestadual ou internacional contra o meio ambiente. E que possa agir contra práticas cometidas por organizações criminosas e milícias privadas que exijam repressão uniforme.
Em um gesto de cooperação com os governadores, o Ministério garantiu a autonomia do Fundo Nacional de Segurança Pública em relação ao Fundo Penitenciário Nacional. Atendendo às solicitações, a proposta agora prevê a inclusão de representantes da sociedade civil no Conselho Nacional de Segurança, além dos membros já previstos do governo federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Política
Defesa de Collor apresenta novo laudo e pede domiciliar
Ex-presidente foi condenado a quase nove anos de prisão e enfrenta impasse no STF sobre permanência em presídio comum.

A defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresentou neste sábado (26) um novo laudo médico ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reforçar o pedido de conversão da prisão do político em domiciliar. Condenado a oito anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora, Collor foi preso na última sexta-feira (25) em Maceió (AL).
O novo documento atesta que Collor sofre de Doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar, condições que, segundo a defesa, exigem acompanhamento médico contínuo e o uso de equipamentos específicos, como o CPAP para tratar a apneia. O laudo, assinado pelo médico Rogério Tuma, argumenta que a falta de tratamento adequado pode agravar a saúde do ex-presidente, de 75 anos.
O pedido ocorre após uma contradição gerada pela própria fala de Collor na audiência de custódia, quando ele afirmou não possuir doenças e não utilizar medicamentos de forma contínua. A defesa não explicou a divergência, mas insiste que o novo relatório médico comprova a gravidade do quadro clínico.
O recurso foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela execução da pena, que solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o pedido de domiciliar.
Além da situação médica de Collor, ministros do STF avaliam que a prisão do ex-presidente estabelece um precedente relevante para futuros casos de ex-mandatários envolvidos em ações criminais, como o do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Suprema Corte usou a rejeição de recursos protelatórios de Collor como forma de acelerar o cumprimento da sentença, estratégia semelhante à prevista para as ações ligadas à tentativa de golpe de Estado em 2022.
A expectativa no Supremo é que a decisão de Moraes sobre Collor também influencie a possível prisão de Bolsonaro, que, assim como o ex-presidente alagoano, apresenta condições médicas que poderiam ser usadas como argumento para tentar uma prisão diferenciada.
Collor é o primeiro ex-presidente brasileiro a ser preso por decisão direta do STF desde a redemocratização. Sua condenação foi baseada em provas materiais, como comprovantes de depósitos no esquema da Lava Jato, além de depoimentos de delatores premiados. A pena foi confirmada em 2023, e os recursos apresentados posteriormente foram considerados protelatórios, justificando o início da execução da sentença.
Enquanto aguarda a resposta do STF, Collor permanece detido em Maceió, à espera de uma definição sobre seu futuro prisional.
Política
Analise: INSS e inflação expõem falhas do governo Lula

A inflação dos alimentos avança no Brasil e ameaça ultrapassar o ganho médio dos salários, expondo a fragilidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva diante dos problemas econômicos e de gestão. Desde janeiro, a alta nos preços da alimentação no domicílio não para de crescer: de 7,2% em fevereiro para 8% em abril, segundo dados recentes — o segundo maior patamar em dois anos.
O cenário é ainda mais preocupante quando se observa a sequência de erros políticos. Em janeiro, o governo revogou uma medida que ajudaria a fiscalizar irregularidades via Pix, após forte pressão popular impulsionada por campanhas de desinformação nas redes. Um vídeo de propaganda, feito pelo deputado federal, Nikolas Ferreira (PL), criticando a medida atingiu 217 milhões de visualizações, mais que a população brasileira, e contribuiu para a queda vertiginosa da aprovação presidencial.
Tentando responder ao aumento da carestia, o governo promoveu reuniões com empresários, zerou o imposto de importação da sardinha e Lula chegou a prometer caça aos responsáveis por supostos abusos de preços nos alimentos. No entanto, a resposta foi desastrada. Em janeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sugeriu “intervenções” para conter a inflação, gerando ruído e insegurança.
O problema, porém, vai além da inflação. A fila do INSS aumentou, agravando o mau humor popular, enquanto vieram à tona escândalos envolvendo fraudes e negligências históricas na concessão de aposentadorias. A gestão do INSS se tornou alvo de denúncias e casos de polícia, com o governo incapaz de resolver a crise.
A diferença entre o reajuste salarial e a inflação dos alimentos também ajuda a explicar a crescente insatisfação. Em 2022, no auge da crise de Bolsonaro, os salários perdiam da inflação da comida por 12%. Em meados de 2023, no início da gestão Lula, os salários venciam a inflação por até 10%, refletindo seu melhor momento de popularidade. Já em janeiro de 2025, essa vantagem caiu para apenas 1,2%, com tendência de piora nos dados de abril.
Enquanto isso, medidas econômicas concretas praticamente inexistem. O crédito consignado para celetistas, lançado em março, movimenta cerca de R$ 370 milhões por dia útil, mas ainda não reverte a sensação de inércia governamental. Outras promessas, como a isenção do Imposto de Renda, não têm apelo imediato ou previsão de efeito antes de 2026.
Num ano em que o debate político nacional é dominado por pautas como anistia a golpistas e pelo “circo” envolvendo Donald Trump, o governo Lula parece perdido, acumulando derrotas no Congresso e sem estratégia clara para reconquistar apoio popular.
Política
Gleisi defende Lula após Moro o comparar com Collor

Neste sábado (27), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu às comparações feitas por políticos da oposição entre a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello e as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Operação Lava-Jato. A ministra rebateu as afirmações feitas por parlamentares como o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que usaram as redes sociais para questionar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações de Lula, mas manteve as de Collor, preso na última sexta-feira (26) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em sua publicação, Gleisi Hoffmann destacou as diferenças entre os dois casos. “O primeiro (Collor) é culpado das acusações, e Lula sempre foi inocente. Contra Collor, o STF tem provas: recibos de propina, milhões na conta, carros de luxo, além de testemunhos convergentes”, afirmou a ministra. Ela enfatizou que Lula foi solto após o STF revisar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e, posteriormente, teve suas condenações anuladas, uma vez que a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o ex-juiz Sergio Moro atuou, não tinha competência legal para julgá-lo.
Gleisi também lembrou que a prisão de Lula ocorreu de maneira ilegal, sob a ordem de um juiz parcial, e que nenhuma evidência de origem ilegal foi encontrada nas contas do presidente. “Lula foi condenado por ‘atos indeterminados’, uma armação política orquestrada entre os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Moro. O STF anulou as condenações e confirmou a inocência de Lula”, completou.
Ao final, a ministra criticou o uso político das decisões judiciais, afirmando que “Justiça não se faz com manipulações oportunistas” e mencionou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro e o próprio Moro, sugerindo que ambos estavam tentando distorcer o papel da Justiça em benefício político.
A reação de Gleisi se dá no contexto de uma tentativa da oposição, especialmente entre parlamentares bolsonaristas, de comparar os casos de Collor e Lula, alegando suposta parcialidade do STF. A prisão de Collor foi usada por críticos do presidente para ironizar as decisões da Corte em relação a Lula, apesar das diferenças evidentes nos casos.
- Polícia2 dias atrás
Opinião | Policiais Militares podem ser Influencers?
- Brasil2 dias atrás
Visitas a Bolsonaro são suspensas por equipe médica
- Bahia5 dias atrás
Governo da Bahia anuncia R$ 400 mi para forças de segurança
- Polícia6 dias atrás
Defesa de João Neto denuncia piora na saúde do advogado: “Onde ele está é insalubre”
- Brasil4 dias atrás
Vídeo: Bolsonaro é intimado na UTI por oficial de justiça
- Mundo8 horas atrás
Tragédia em Vancouver: motorista atropela multidão durante festival
- Brasil4 dias atrás
Final do BBB 25 tem pior audiência da história
- Brasil3 dias atrás
Moraes determina prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor