conecte-se conosco

Brasil

Governo admite que pode faltar dinheiro para despesas em 2027

Projeções da LDO 2026 mostram que pode faltar dinheiro para manter máquina pública e investimentos já no primeiro ano do próximo mandato presidencial.

Postado

em

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Ministro da Casa Civil, Rui Costa e o senador Rodrigo Pacheco - DF. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O governo federal admitiu, nesta terça-feira (15), que o Brasil poderá enfrentar um colapso nas contas públicas a partir de 2027, comprometendo o funcionamento da máquina pública e a realização de investimentos. O alerta foi feito durante o anúncio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026, encaminhado ao Congresso Nacional.

Segundo o secretário de Orçamento Federal, Clayton Luiz Montes, a projeção atual indica que, se nenhuma nova medida for adotada, o Executivo terá dificuldades para manter serviços essenciais e realizar investimentos já no início do próximo mandato presidencial.

“A partir de 2027, há um comprometimento que precisa ser endereçado e, neste momento, com as projeções apresentadas, não foi endereçado”, afirmou.

A situação crítica está diretamente ligada ao crescimento das despesas obrigatórias, que devem saltar de R$ 2,39 trilhões em 2026 para R$ 2,84 trilhões em 2029. Em contrapartida, os gastos discricionários, que incluem investimentos, manutenção da máquina pública, parte dos pisos de saúde e educação e emendas parlamentares, terão queda acentuada: de R$ 208,3 bilhões em 2026 para apenas R$ 8,9 bilhões em 2029. Em 2027, o valor já deve cair para R$ 122,2 bilhões, abaixo do mínimo necessário para manter o funcionamento da administração pública, que hoje gira em torno de R$ 170 bilhões.

Precatórios e pressão sobre o arcabouço fiscal

Um dos principais pontos de pressão nas contas é o pagamento de precatórios, que somará R$ 115,7 bilhões em 2026. Parte dessa despesa (R$ 55 bilhões) está autorizada a ficar fora do teto de gastos até 2026, conforme decisão do STF. A partir de 2027, no entanto, todo o valor — que seguirá crescendo, podendo alcançar R$ 144 bilhões em 2029, voltará a ser contabilizado dentro das metas fiscais e do arcabouço.

Apesar de discutir incluir os precatórios na revisão de gastos, o governo optou por deixar o tema de fora da LDO 2026. Técnicos indicam que a definição de uma solução será adiada para 2026, possivelmente após as eleições presidenciais.

Cortes e eficiência ainda tímidos

Na revisão de gastos proposta na LDO, o governo focou em medidas de eficiência em programas como o Proagro, os benefícios previdenciários e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). As medidas incluem pente-fino e revisão de cadastros, com potencial de economia de R$ 16,4 bilhões em quatro anos, valor inferior aos R$ 28,6 bilhões previstos na LDO anterior.

Segundo a secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Veiga, apesar de não estar oficialmente incluída na revisão, a área de precatórios já vem recebendo atenção por meio de ações junto ao Judiciário e tentativas de evitar judicialização de direitos, especialmente no INSS. “Embora o volume seja grande, não tem uma grande trajetória explosiva”, afirmou.

Alternativas no horizonte

Diante do cenário fiscal preocupante, especialistas já apontam que o governo poderá ser forçado a adotar uma de três alternativas: mudar novamente as regras do arcabouço fiscal após as eleições, realizar um ajuste fiscal mais severo ou contar com nova prorrogação da autorização do STF para pagamento de precatórios fora do teto, hipótese que ainda não é oficialmente cogitada pelo Executivo.

O envio do PLDO marca o início da discussão sobre o Orçamento de 2026, mas já antecipa o tamanho do desafio fiscal para o próximo governo.

Redação Saiba+

Continue lendo
envie seu comentário

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Rui Costa celebra recorde de empregos no Brasil: “Economia bombando”

Ministro da Casa Civil destaca crescimento do mercado de trabalho, baixa no desemprego e queda no preço dos alimentos durante evento do metrô em Salvador

Postado

em

Durante cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira (9), na Praça do Campo Grande, em Salvador, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), destacou números positivos da economia brasileira, com ênfase na geração recorde de empregos formais, crescimento do PIB e redução no preço de alimentos.

A ocasião marcou o anúncio da licitação do Tramo IV do metrô Salvador–Lauro de Freitas, além da aquisição de 10 novos trens para o sistema metroviário da capital baiana. Em seu discurso, Rui Costa comemorou os resultados recentes do mercado de trabalho:

“Temos hoje o maior número de pessoas com carteira assinada da história do Brasil: 48,6 milhões de trabalhadores formais. Somando os trabalhadores informais e os MEIs, são mais de 106 milhões de brasileiros com mão de obra ocupada”, declarou o ministro.

Ele também destacou a menor taxa de desemprego da história, atualmente em 6,6%, e afirmou que o país vive um momento de retomada consistente da economia.

“A economia brasileira cresceu 3% em 2023 e deve repetir o desempenho em 2024. Se mantivermos esse ritmo, chegaremos a 2025 entre os cinco países do mundo que mais investem e geram empregos”, afirmou Rui.

Além do crescimento do emprego, Rui Costa ressaltou a queda significativa nos preços dos alimentos, reflexo de políticas implementadas pelo governo federal.

“O povo esperava, e estamos vendo: arroz, ovo e frango caíram bastante de preço. Atuamos fortemente para reduzir o imposto de importação, e agora os resultados estão chegando à mesa dos brasileiros”, disse ele.

O ministro garantiu que o governo continuará monitorando os preços para garantir acesso à alimentação com qualidade e preço justo, reforçando o compromisso social da gestão do presidente Lula.

Com o avanço nas obras de infraestrutura e os investimentos em mobilidade urbana e geração de empregos, Rui Costa reforçou que o Brasil está em uma trajetória sólida de crescimento econômico e inclusão social.

Redação Saiba+

Continue lendo

Brasil

Governo reduz IOF e mira apostas para compensar arrecadação

Acordo entre Haddad e Congresso prevê corte nas alíquotas do IOF e aumento da tributação sobre apostas esportivas, além de revisão em isenções fiscais

Postado

em

O ministro Fernando Haddad (Fazenda), com o vice-presidente Geraldo Alckmin, os senadores Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Congresso, e os deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara - Adriano Machado/Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo com o Congresso Nacional para reduzir as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), estabelecidas em decreto no fim de maio. Para evitar perdas de arrecadação, o governo pretende compensar a medida com o aumento da tributação sobre apostas esportivas, o corte de isenções fiscais e a taxação de novos instrumentos financeiros atualmente isentos.

A proposta foi apresentada por Haddad em uma reunião com líderes partidários da Câmara e do Senado no último domingo (8). O plano inclui a cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre aplicações como LCIs e LCAs, além da tributação de juros sobre capital próprio. As medidas deverão ser formalizadas por meio de uma Medida Provisória e de um Projeto de Lei Complementar.

Outro ponto central do acordo é a revisão da cobrança de IOF sobre operações de risco sacado, considerado um dos trechos mais polêmicos do decreto anterior. A mudança atende à pressão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que chegou a anunciar a possibilidade de derrubar o decreto via projeto legislativo.

A nova calibragem do IOF deve reduzir em média 65% das alíquotas previstas inicialmente, limitando a arrecadação a cerca de um terço do valor projetado pelo Ministério da Fazenda. Para cobrir essa diferença, Haddad propôs elevar a alíquota das apostas esportivas de 12% para 18%, retomando um patamar já considerado pelo Executivo no passado.

Segundo o ministro, o plano será discutido em detalhes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (10), com previsão de envio imediato das propostas ao Congresso.

Além da taxação sobre bets, o governo pretende reduzir em até 10% o volume de isenções fiscais, como parte de um esforço estrutural para reorganizar a arrecadação federal sem depender de medidas paliativas. As conversas também abordaram a possibilidade de limitação de deduções médicas no Imposto de Renda, revisão de gastos do Fundeb e aumento da carga tributária sobre fintechs.

A reunião de domingo ocorreu após dias de forte tensão entre o governo e o Congresso. Motta chegou a ameaçar colocar em votação um projeto para anular o decreto que aumentou o IOF, gerando pressão para um recuo técnico do Ministério da Fazenda.

Nos bastidores, integrantes do governo confirmaram que a compensação exigirá uma PEC, um projeto de lei e uma medida provisória, sinalizando que a recomposição da arrecadação deve ocorrer em múltiplas frentes. O objetivo é blindar o equilíbrio fiscal previsto para os anos de 2025 e 2026, sem que isso resulte em desgaste político adicional ao governo.

Mesmo com resistência de setores influentes, como bancos e empresas do setor imobiliário, o governo considera que o novo pacote representa uma alternativa viável para evitar o colapso do decreto original. A expectativa é de que a proposta avance com apoio da base aliada, dada a flexibilidade apresentada por Haddad nas negociações com o Legislativo.

Redação Saiba+

Continue lendo

Brasil

Renault convoca recall de Duster e Duster por risco de falha grave no eixo traseiro

Problemas nos dois modelos podem afetar a dirigibilidade e causar acidentes; correções já podem ser agendadas na rede autorizada

Postado

em

Reprodução

A montadora Renault anunciou nesta semana um recall para os modelos Duster e Kwid, ambos por falhas detectadas no eixo traseiro que podem comprometer a segurança dos ocupantes e a dirigibilidade dos veículos. O chamado atinge milhares de unidades fabricadas entre 2021 e 2024.

De acordo com a empresa, os proprietários devem agendar a inspeção gratuita em qualquer concessionária da marca, onde o componente será verificado e, se necessário, substituído. As informações detalhadas podem ser consultadas no site oficial da Renault ou pelo telefone 0800 055 5615.

Problemas distintos, riscos semelhantes

No caso do Renault Duster, foi detectado um defeito no processo de usinagem das roscas do rolamento do eixo traseiro, o que pode resultar em fixações soltas ou ausentes. Se o eixo se desprender do chassi, há risco de perda de controle do veículo e acidente. Antes disso, é possível que o motorista escute ruídos fortes vindos da parte traseira. O reparo nesse modelo pode levar entre 30 minutos e 1h30, dependendo do diagnóstico.

Já o Renault Kwid apresenta um problema de origem diferente, mas com consequências igualmente graves. A montadora identificou a possibilidade de fissuras no suporte do eixo traseiro, que podem se agravar com o tempo e comprometer o funcionamento da peça e a estabilidade do carro. O reparo no Kwid é mais complexo, podendo durar de 30 minutos até 8 horas, conforme a extensão do dano.

Modelos e chassis envolvidos

Os veículos atingidos pelo recall estão dentro dos seguintes intervalos:

  • Renault Kwid
    Chassis: J000006 a J986154
    Data de fabricação: 05/05/2021 a 12/05/2023
  • Renault Duster
    Chassis: J060924 a JL87197
    Data de fabricação: 16/09/2024 a 06/12/2024

A Renault reforça que não foram registrados acidentes até o momento em decorrência dos defeitos, mas destaca a urgência do reparo para garantir a segurança dos motoristas e passageiros.

Agendamento imediato

Para realizar o serviço, o proprietário deve agendar previamente o atendimento. O recall é gratuito, como previsto no Código de Defesa do Consumidor, e a montadora orienta que os motoristas evitem longas viagens até a realização da inspeção, especialmente nos casos em que há sintomas como ruídos ou instabilidade na traseira do veículo.

Redação Saiba+

Continue lendo

    Mais Lidas da Semana