Política
2026: Metade dos Estados pode ter vices no comando
Com 13 governadores cotados para disputar Presidência ou Senado, MDB pode se tornar o partido com maior número de gestores estaduais no país

A corrida eleitoral de 2026 já movimenta os bastidores da política nacional. Segundo levantamento, ao menos 13 dos 18 governadores que não podem mais disputar reeleição devem concorrer a novos cargos, como o Senado Federal ou mesmo a Presidência da República. Com a exigência legal de desincompatibilização até abril de 2026, caso confirmem suas candidaturas, esses gestores deixarão os cargos, abrindo caminho para que vice-governadores assumam o comando dos Executivos estaduais.
Esse cenário poderá alterar significativamente o mapa político do Brasil. A sucessão por vices pode levar o MDB a se tornar o partido com o maior número de governadores no país, assumindo o controle de até seis Estados. Entre eles estão Pará, Goiás, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, onde os atuais governadores já demonstraram interesse em novas disputas.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), é cotado para concorrer ao Senado, mas também tem sido mencionado como possível vice na chapa presidencial de Lula (PT). Em caso de afastamento, a vice Hana Ghassan (MDB) assumiria o governo. Já no Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) também cogita a Presidência e pode ser substituído por Gabriel Souza (MDB), reforçando ainda mais a presença emedebista.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já lançou sua pré-candidatura à Presidência. Caso avance, Daniel Vilela (MDB) assumiria o Executivo. Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, e Ratinho Júnior (PSD), no Paraná, também figuram entre os nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto. Zema já declarou apoio ao seu vice, Mateus Simões (Novo), e Ratinho poderia deixar o cargo para Darci Piana (PSD).
Confira abaixo os governadores que devem se desincompatibilizar para disputar as eleições de 2026:
Estado | Governador | Onde deve concorrer | Quem assume |
---|---|---|---|
Distrito Federal | Ibaneis Rocha (MDB) | Senado Federal | Celina Leão (PP) |
Pará | Helder Barbalho (MDB) | Senado Federal | Hana Ghassan (MDB) |
Rio Grande do Sul | Eduardo Leite (PSDB) | Presidência da República | Gabriel Souza (MDB) |
Goiás | Ronaldo Caiado (União Brasil) | Presidência da República | Daniel Vilela (MDB) |
Paraná | Ratinho Júnior (PSD) | Presidência da República | Darci Piana (PSD) |
Minas Gerais | Romeu Zema (Novo) | Presidência da República | Mateus Simões (Novo) |
Roraima | Antonio Denarium (PP) | Senado Federal | Edilson Damião (Republicanos) |
Rio de Janeiro | Cláudio Castro (PL) | Senado Federal | Thiago Pampolha (MDB) |
Acre | Gladson Cameli (PP) | Senado Federal | Mailza Assis (PP) |
Espírito Santo | Renato Casagrande (PSB) | Senado Federal | Ricardo Ferraço (PSDB) |
Paraíba | João Azevêdo (PSB) | Senado Federal | Lucas Ribeiro (PP) |
Maranhão | Carlos Brandão (PSB) | Senado Federal | Felipe Camarão (PT) |
Rio Grande do Norte | Fátima Bezerra (PT) | Senado Federal | Walter Alves (MDB) |
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Maioria dos governadores mira o Senado
Entre os governadores que devem disputar o Senado, está Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, que aparece bem posicionado nas pesquisas. Seu nome aparece com 36,9% das intenções de voto, atrás apenas de Michelle Bolsonaro. Ibaneis deve apoiar a vice-governadora Celina Leão (PP) para sucedê-lo.
Também já se posicionaram a favor de uma vaga no Senado o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), que demonstrou interesse em “ajudar a construir uma nova força política” no Congresso Nacional.
Os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e da Paraíba, João Azevêdo (PSB), foram definidos como prioridades da legenda para a disputa. Casagrande pondera a decisão para o próximo ano, enquanto Azevêdo avalia o Senado como “caminho natural”.
Outros nomes cotados são Carlos Brandão (PSB), no Maranhão, e Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte. Esta última já recebeu sinal verde do presidente Lula, embora sua candidatura ainda dependa da “avaliação da conjuntura”. Fátima aparece bem nas pesquisas, com 23,4% das intenções de voto.
No Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) também não descarta a candidatura ao Senado, mas afirma que poderá concluir o mandato, caso necessário para fortalecer seu grupo político.
Governadores que devem concluir o mandato
Apesar do movimento de desincompatibilizações, alguns governadores sinalizam que permanecerão no cargo até 2027. É o caso de Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas, que reforçou o compromisso com sua gestão. Paulo Dantas (MDB), em Alagoas, declarou que seguirá até o fim para concluir os compromissos com o Estado. Em Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) também pretende concluir o mandato, alegando que a sigla já possui nomes preparados para a disputa.
Os governadores de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), e de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), ainda não se manifestaram sobre seus planos para 2026.
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), embora ainda possa disputar a reeleição, é cotado como presidenciável caso Jair Bolsonaro (PL) siga inelegível. Apesar disso, Tarcísio afirma que não deve se desincompatibilizar em 2026, pois deseja manter o controle sobre sua trajetória política.
Política
Só 3 Assembleias têm presidentas — uma é baiana
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Mesmo com avanços significativos na participação das mulheres na política brasileira, a presença feminina em cargos de liderança ainda é extremamente limitada. Atualmente, apenas 3 das 26 Assembleias Legislativas estaduais são presididas por deputadas. Uma delas é a baiana Ivana Bastos (PSD), que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) após o afastamento do deputado Adolfo Menezes.
As outras duas mulheres que ocupam a presidência de parlamentos estaduais são Alliny Serrão (União Brasil), no Amapá, e Iracema Vale (PSB), no Maranhão. Apesar de trajetórias distintas, todas compartilham relatos de enfrentamento ao preconceito e resistência masculina no exercício do poder.
Alliny Serrão foi reeleita presidente da Assembleia Legislativa do Amapá por unanimidade. Natural de Laranjal do Jari, já foi vereadora e é formada em Direito. Segundo ela, a inspiração para a vida pública veio da atuação política dos sogros. “É preciso lidar com uma cobrança maior para provar capacidade”, afirma, destacando os obstáculos extras enfrentados por mulheres em posições de poder.
No Maranhão, Iracema Vale é a primeira mulher a presidir o Legislativo estadual. Enfermeira de formação, já foi funcionária pública federal e está na política há mais de 30 anos. Em 2022, foi a deputada estadual mais votada do estado, com mais de 105 mil votos. Mãe de dois filhos, ela também relata os desafios enfrentados: “Alguns homens não se conformam com o fato de uma mulher ocupar um espaço de poder e tentam impedir esse avanço”.
Já Ivana Bastos, da Bahia, destaca que o maior desafio para as mulheres na política é a pressão sobre a vida privada. “Somos mais cobradas em relação à presença no ambiente familiar, o que raramente recai sobre os homens”, afirma a parlamentar, que é mãe de dois filhos e avó de dois netos.
Os números refletem esse desequilíbrio: em 2022, 187 mulheres foram eleitas deputadas estaduais, representando apenas 18% do total de vagas nas Assembleias Legislativas. A média nacional de recandidatura também expõe a dificuldade de permanência: apenas 24% das mulheres candidatas em 2020 voltaram a concorrer em 2024, enquanto o índice masculino é de 40%.
Ainda que a lei obrigue os partidos a reservar 30% das candidaturas para mulheres, essa regra nem sempre é cumprida e, frequentemente, são articuladas anistias para os partidos que descumprem a norma. No plano federal, tanto o Senado quanto a Câmara dos Deputados jamais foram presididos por uma mulher.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil ocupa hoje a 135ª posição no ranking global de representação feminina em parlamentos. Ruanda lidera o ranking com 63,7% de mulheres no Legislativo. No extremo oposto, países como Iêmen e Omã não possuem nenhuma representante feminina.
Para a ex-deputada Manuela D’Ávila, afastada da vida política desde 2022, a falta de mecanismos eficazes de proteção e a naturalização da violência política de gênero são os principais entraves. “Não somos benquistas nesse espaço”, resume.
Política
Bolsonaro recebe alta e políticos baianos comemoram
Ex-presidente deixa hospital em Brasília, critica Moraes e reacende debate sobre anistia; parlamentares aliados na Bahia celebram retorno.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo (4), após passar 21 dias internado no Hospital DF Star, em Brasília, onde foi submetido a uma cirurgia de 12 horas no intestino devido a uma obstrução. A saída do hospital foi marcada por um pronunciamento com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pela renovação do apelo por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Ao lado da equipe médica, Bolsonaro questionou o ministro Alexandre de Moraes por só agora liberar o acesso completo às provas da investigação. “Nós fizemos a defesa sem tudo. E mostrar o que aconteceu lá atrás e por que ele me vincula a 8 de janeiro, uma vez que eu estava onde? Nos Estados Unidos”, afirmou.
O ex-presidente também voltou a minimizar os atos de vandalismo que marcaram a invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília. “Não teve uma gota de sangue, não teve uma arma de fogo, nada”, disse, reforçando o pedido de anistia para os condenados pelos ataques.
Na Bahia, a alta hospitalar foi celebrada por parlamentares bolsonaristas, que usaram as redes sociais para saudar o retorno de Bolsonaro. O deputado federal Capitão Alden (PL), os deputados estaduais Diego Castro (PL) e Leandro de Jesus (PL), além da vice-presidente do PL Bahia e ex-secretária de Saúde de Porto Seguro, Raissa Soares, publicaram mensagens de apoio. “O capitão está de volta!”, escreveu Diego Castro.
A recuperação de Bolsonaro anima a base conservadora, que já articula sua participação em eventos pelo país. A expectativa é que ele retome as viagens ainda em maio.
Política
Ministro da Previdência ignorou alertas sobre fraudes no INSS
Escândalo só voltou à pauta após operação da Polícia Federal.

Wolney Queiroz, novo ministro da Previdência Social indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou diretamente da reunião em que o então ministro Carlos Lupi foi alertado sobre suspeitas de fraudes no INSS — mas nada foi feito. A informação consta da ata da 296ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), realizada em 12 de junho de 2023.

Wolney foi escolhido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – (crédito: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias)
Na época, Queiroz ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta e presenciou o alerta da representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Tonia Galleti, sobre o aumento das denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Galleti solicitou dados sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com entidades que realizam descontos diretamente nos benefícios do INSS. O pedido foi inicialmente negado sob a justificativa de que a pauta já estava fechada.
Mesmo após a insistência de Galleti, que destacou a gravidade do tema e a necessidade de transparência sobre os acordos e seus impactos, o então ministro Lupi apenas prometeu pautar o assunto em uma reunião futura — o que não aconteceu. O próprio Wolney Queiroz deu sequência à reunião, seguindo com os temas previamente definidos e ignorando a denúncia.

O agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, em audiência na Câmara — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Um ano depois, a “Operação Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), confirmou as suspeitas: R$ 6,3 bilhões foram desviados entre 2019 e 2024 em fraudes envolvendo descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Carlos Lupi pediu demissão diante da pressão pública, e Wolney Queiroz foi nomeado para substituí-lo.
As atas das reuniões do CNPS revelam que, mesmo com a gravidade do alerta em 2023, nenhuma providência foi tomada por parte do ministério. O tema só voltou à pauta em abril de 2024, após grande exposição na imprensa. Na ocasião, Lupi deixou a reunião antes da conclusão da discussão, e o próprio Queiroz sugeriu um bloqueio nos descontos a partir de maio — sem apresentar soluções concretas.

Ata do Conselho Nacional de Previdência Social que registra presença do novo ministro em reunião em que se expôs casos de irregularidades no INSS em 2023 Foto: Reprodução
Procurado pela imprensa após assumir o cargo, o novo ministro Wolney Queiroz não respondeu às tentativas de contato.
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