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Irã resiste a pressões e condiciona diálogo nuclear ao fim dos ataques de Israel

Conflito entre os dois países se intensifica, enquanto Europa tenta intermediar cessar-fogo e evitar nova escalada no Oriente Médio

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Mulher segura um cachorro ao lado de um prédio residencial danificado no local do impacto após o ataque de mísseis do Irã contra Israel, em Bersheva - Amir Cohen/REUTERS

O governo do Irã afirmou nesta sexta-feira (20) que não aceitará discutir seu programa nuclear enquanto seguir sendo alvo de ataques por parte de Israel. A declaração ocorre em meio à intensificação dos bombardeios entre os dois países e diante do esforço diplomático liderado por potências europeias para conter o avanço do conflito no Oriente Médio.

Segundo o exército israelense, dezenas de alvos militares foram atingidos no território iraniano durante a madrugada, incluindo a Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva, entidade suspeita de desenvolver tecnologia nuclear. Já fontes iranianas alegam que o local destruído era uma fábrica de fibra de carbono, usada na produção de mísseis, e negam qualquer relação com pesquisas nucleares.

A tensão entre os dois países cresceu rapidamente após Israel iniciar uma série de ataques com o argumento de impedir que o Irã desenvolva armas atômicas. Teerã retaliou com mísseis e drones e mantém a posição de que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, 639 pessoas já morreram em território iraniano desde o início da ofensiva. Entre as vítimas estariam militares de alta patente e cientistas. Israel, por sua vez, registrou dezenas de mortes civis, embora os números sigam imprecisos.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (19) que seu governo pretende enfraquecer o regime do aiatolá Ali Khamenei, mas afirmou que cabe ao povo iraniano decidir seu futuro. “Estamos visando a queda do regime? Isso pode ser um resultado, mas cabe ao povo iraniano se levantar por sua liberdade”, afirmou.

Israel também acusou o Irã de usar munições de fragmentação — proibidas por convenções internacionais — para atingir civis. O Irã nega e sustenta que está focando suas ações em instalações militares, embora já tenha admitido danos em pelo menos cinco hospitais no país.

Europa tenta evitar escalada regional

Com o conflito escalando, ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França, Reino Unido e da União Europeia se reúnem nesta sexta (20) com o chanceler iraniano Abbas Araqchi, em Genebra, na tentativa de retomar o diálogo sobre o programa nuclear.

Agora é a hora de interromper os cenários graves no Oriente Médio e evitar uma escalada que não interessa a ninguém”, disse o chanceler britânico David Lammy. Os Estados Unidos também participam das articulações, ainda que com postura ambígua. O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou que o Irã “nunca poderá desenvolver uma arma nuclear”.

O governo Trump, por sua vez, alterna declarações duras e apelos ao diálogo. A Casa Branca informou que o ex-presidente se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional nesta sexta. O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, já teria conversado com autoridades iranianas ao menos três vezes desde o início da crise.

Rússia e China condenaram os ataques de Israel e reforçaram a necessidade de distensão imediata. O presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping expressaram preocupação com os riscos de um colapso regional.

Novos ataques e clima de terror em Israel

Na madrugada desta sexta-feira, a cidade de Bersheba, no sul de Israel, foi atingida diretamente por um míssil iraniano. O projétil causou extensos danos a prédios residenciais, escritórios e indústrias.

Temos um impacto direto próximo a um dos prédios. Os danos aqui são bastante extensos”, relatou o paramédico Shafir Botner. Imagens da emissora israelense Kan mostraram carros em chamas, fumaça densa e vidros estilhaçados. Seis pessoas ficaram feridas.

A população segue em alerta, com abrigos lotados e equipes de emergência vasculhando edifícios em busca de vítimas.

Enquanto as ofensivas continuam e os esforços diplomáticos tentam conter uma catástrofe maior, Teerã mantém a posição firme: nenhuma negociação sobre o programa nuclear ocorrerá sob ataque.

Redação Saiba+

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Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social

Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

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O presidente Javier Milei segura um megafone ao participar de um comício de campanha em Tres de Febrero, na província de Buenos Aires Foto: Rodrigo Abd/AP

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.

A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.

A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.

No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.

Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.

Redação Saiba+

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Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

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Fumaça é vista em Khan Younis, no sul de Gaza, após ataque israelense - 20.out.25/Reuters

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.

De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.

Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.

Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.

A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.

O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.

O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.

Redação Saiba+

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Trump emociona o Parlamento de Israel e promete “era de ouro” para o Oriente Médio

Em Conquista, médica reafirma compromisso com conservadorismo, critica administração do PT e estimula esperança nos patriotas baianos

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US President Donald Trump addresses the Knesset in Jerusalem, October 13, 2025. © Evelyn Hockstein, Reuters

Sob aplausos e forte comoção, Donald Trump participou nesta segunda-feira (13) de uma sessão histórica no Parlamento de Israel, marcada pelo retorno dos últimos sobreviventes do cativeiro do Hamas, após dois anos de guerra. Em um discurso com tom espiritual e político, o ex-presidente dos Estados Unidos exaltou a fé, a força e o papel de Israel na busca pela paz no Oriente Médio.

Em suas palavras iniciais, Trump agradeceu “ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó” pela libertação dos reféns. “Após dois anos angustiantes na escuridão e no cativeiro, 20 reféns corajosos estão retornando ao abraço de suas famílias, e isso é glorioso”, declarou, chamando o momento de “profunda alegria, grande esperança e fé renovada” para todo o mundo.

O republicano destacou que Israel conquistou vitórias pela força das armas, com o apoio dos Estados Unidos, mas que agora é o momento de transformar o poder militar em prosperidade e reconciliação. “Israel, com nossa ajuda, ganhou tudo o que pode ser logrado pela força das armas. Agora é o momento de converter essas vitórias contra os terroristas no prêmio final da paz e da prosperidade para todo o Oriente Médio”, afirmou diante dos parlamentares israelenses.

Reforçando sua mensagem de otimismo, Trump disse que, assim como os Estados Unidos vivem uma “nova era de ouro”, chegou a hora de Israel e de toda a região experimentarem o mesmo ciclo de bênçãos e progresso. Ele assegurou que o Hamas será desarmado e que a segurança de Israel não será mais ameaçada.

Trump ainda fez menção à sua equipe diplomática, agradecendo especialmente ao enviado especial do Oriente Médio, Steve Witkoff, pelos esforços nas negociações de paz. Em tom bem-humorado, ele chegou a brincar com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, afirmando que “não é fácil de lidar, mas é isso que o torna ótimo”.

O ex-presidente também expressou gratidão aos países árabes envolvidos no cessar-fogo e sinalizou que o fim da guerra entre Israel e Hamas pode abrir caminho para um acordo de paz com o Irã. “Acho que temos uma oportunidade… Acho que será fácil, mas primeiro temos que resolver a questão da Rússia”, disse Trump, destacando que a Ucrânia continua sendo uma prioridade em sua agenda internacional.

Durante o discurso, houve interrupções de parlamentares de esquerda, que exibiram faixas com os dizeres “Reconheçam a Palestina!”. Os manifestantes, Ayman Odeh e Ofer Cassif, foram retirados pela segurança do Knesset. Trump reagiu com leveza: “Foi muito eficiente”, brincou, arrancando risadas do plenário.

O pronunciamento foi recebido como um marco de esperança e fé renovada em Jerusalém, com forte repercussão entre líderes religiosos e diplomáticos que veem no gesto de Trump uma possível retomada do diálogo pela paz no Oriente Médio.

Redação Saiba+

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