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Política

Venezuela ignora cobrança de dívida bilionária ao Brasil

Governo Maduro se mantém em silêncio diante de tentativas diplomáticas para reaver cerca de R$ 10 bilhões devidos ao Brasil por financiamentos de infraestrutura

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Lula não se pronunciou sobre "posse" de Maduro na Venezuela. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A Venezuela segue ignorando as tentativas do governo brasileiro de cobrar uma dívida bilionária referente a obras e serviços prestados por empresas brasileiras no país vizinho, financiadas com recursos do BNDES. Segundo o Ministério da Fazenda, o montante chega a US$ 1,74 bilhão (aproximadamente R$ 10 bilhões) e inclui valores indenizados pela União aos bancos financiadores, além de juros pelo atraso no pagamento.

A informação consta em documento oficial assinado pela secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, Tatiana Rosito, em resposta a um requerimento do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). No texto, o governo admite que “a negociação se encontra suspensa em razão da ausência de respostas do governo venezuelano” e que “a resolução da questão depende do engajamento da contraparte”, o que impossibilita qualquer previsão de solução.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o processo de cobrança foi retomado por vias diplomáticas e também por comunicações diretas ao Ministério da Economia da Venezuela, mas até o momento não houve retorno. A equipe econômica também relatou que os atrasos estão sendo reportados a instituições multilaterais como o Clube de Paris, grupo informal que reúne os principais credores internacionais, incluindo França, Alemanha e Estados Unidos.

A projeção do governo é que, até junho deste ano, outras quatro parcelas – somando cerca de US$ 16 milhões (R$ 90 milhões) – poderão ser indenizadas pela União caso o calote persista. A legislação prevê a cobrança de juros até a quitação integral da dívida, conforme os contratos firmados entre o BNDES e os países devedores.

As dívidas em questão são oriundas de financiamentos concedidos durante os governos do PT para obras de infraestrutura no exterior, incluindo o metrô de Caracas, executado por empreiteiras brasileiras. Esses projetos foram garantidos pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que cobre os riscos em caso de inadimplência do país contratante.

A oposição ao governo Lula tem usado o episódio como argumento para criticar os financiamentos internacionais promovidos pelo BNDES, sobretudo os que envolveram Venezuela e Cuba. A retomada das negociações da dívida foi uma das ações diplomáticas articuladas logo após a visita de Nicolás Maduro a Brasília, no início de 2023, mas não houve avanço desde então.

Apesar da tentativa de reaproximação, as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o regime chavista esfriaram após o veto brasileiro à entrada da Venezuela como parceira do BRICS, grupo que hoje inclui países como Rússia, China, Índia, Arábia Saudita e Egito. Mesmo com apoio da China e da Rússia, Caracas não conseguiu o status de observadora, o que afastou ainda mais as possibilidades de cooperação bilateral.

A dívida venezuelana voltou à pauta em conversas telefônicas entre Lula e Maduro ao longo de 2023. Em junho daquele ano, o Planalto anunciou que os dois líderes “discutiram o início de tratativas para a celebração de Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e a renegociação da dívida bilateral”. O tema também foi retomado em outubro, sem resultados práticos.

Na posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, Lula atribuiu a responsabilidade pelo impasse ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que “os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, é porque o presidente resolveu cortar relação internacional com esses países para não cobrar, para poder ficar nos acusando”.

O presidente também declarou que “esses países vão pagar, porque são todos amigos do Brasil”, apostando na diplomacia para reaver os valores. No entanto, passado mais de um ano, não há qualquer sinal de que a Venezuela esteja disposta a quitar a dívida.

Redação Saiba+

Política

Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”

Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

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Kuala Lampur, Malásia. 26.10.2025 Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. Fotos: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.

Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.

Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.

Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.

No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.

Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.

Redação Saiba+

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Política

Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”

Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declaração conjunta à imprensa, na Residência do Primeiro-Ministro da Malásia. Putrajaya (Malásia) Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.

Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.

A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.

O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.

A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.

Redação Saiba+

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Política

Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda

Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

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O ministro Fernando Haddad — Foto: Maria Isabel Oliveira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.

Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.

O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.

A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.

O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.

Redação Saiba+

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